Em 16 de setembro de 2012, 1773 eleitores dos 3283 registados em Milheirós de Poiares puderam expressar em referendo a opção de passar a integrar ou não o concelho vizinho de São João da Madeira. O referendo, de caráter consultivo, resultou favorável à mudança de município, com 79,92% dos votos favoráveis e 18,55% a preferir a manutenção no município de Santa Maria da Feira. 46% dos eleitores de Milheirós de Poiares abstiveram-se de votar no referendo, que não tem valor vinculativo. Em Outubro de 2018 a Assembleia Municipal de Santa Maria da Feira, após consulta pública de cidadãos, partidos e demais instituições, aprovou por maioria de votos a manutenção da freguesia como parte inalienável do Município de S. M. da Feira. [3]
O povoamento do território desta freguesia poderá remontar a épocas muito anciãs, como parece indicar o topónimo Mamoa, um lugar situado na extremidade setentrional, que nos conduz a um monumento celta que aqui terá existido. Milheirós de Poiares é uma freguesia com um passado documentado, desde os tempos de D. Afonso Henriques, pois são vários os documentos que lhe fazem referência.
Um documento datado de 19 de janeiro de 1142, refere uma permuta de bens entre o nosso primeiro Rei (D. Afonso Henriques) e o Mosteiro de Grijó, na pessoa do Prior D. Trutesindo Mendes. Este possuía uma herdade em Milheirós e a do monarca situava-se na vila rústica de Dentazes (agora um lugar da freguesia, outrora Vila), abaixo do Monte Codal, junto ao Rio Ul. Um outro documento de outubro de 1160, menciona a doação que Paio Aires e sua mulher Godinha Vermuiz fizeram ao Mosteiro de Grijó; o casal doou a sua parte na igreja da freguesia e outros bens anexos, sem qualquer condição. Noutros tempos, esta freguesia foi habitada por famílias nobres, como foi o caso dos Perestrelos, que tiveram aqui a sua residência. Eram fidalgos provenientes da Lombardia, na Itália, começando a gozar dos privilégios da nobreza e a ostentar brasão de armas durante o século XV. Esta família notabilizou-se principalmente num dos seus membros (embora a sua ligação a Milheirós de Poiares não seja totalmente certa), Bartolomeu Perestrelo, um dos descobridores da Madeira. Milheirós de Poiares, eclesiasticamente, foi um 'cuarto' apresentado pelos cónegos regrantes de Santo Agostinho do Convento da Serra do Pilar, passando posteriormente a Reitoria.
Segundo o parecer da Comissão de Heráldica da Associação dos Arqueólogos Portugueses de 11/09/2000
Estabelecida em reunião de Assembleia de Freguesia, em 16/12/2000
Publicada no Diário da República, 3.ª Série, Parte A de 09/01/2001
Registado na Direcção Geral de Autarquias Locais, com o n.º 033/2001, em 29/01/2001
Armas - Escudo de prata, roda dentada de vermelho entre dois pés de milho de verde, frutados de ouro; em chefe, nimbo raiado de azul, carregada com balança de ouro sustentada por espada de lâmina flamejante de prata. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: “ MILHEIRÓS DE POIARES “. Símbolos aludindo à indústria e à agricultura, encimadas pela Justiça.
Bandeira - De verde, cordões e borlas de prata e verde. Haste e lança de ouro.
Nota: desde o início do séc. XX e até 1999 o brasão quase inalterado da freguesia tinha representados o Orago S. Miguel em campo vermelho à esquerda e o milho e a indústria em campo azul, à direita.
século XI - documentação escrita alude a topónimos de lugares ainda hoje existentes: Milheirós, Dentazes, Casal e Gaiate
1020 - Primeira referência documentada ao lugar de Gaiate, num contrato de compra e venda
1142 - Primeira referência documentada aos lugares de Milheirós e de Dentazes, numa permuta de bens
1160 - Primeira referência documentada ao lugar da Igreja, numa doação de bens
1251 - Freiguesia de Milleiroos com origem na carta de foral concedida pelo rei D. Afonso III
1514 - Mylheiroos de Poyares com origem na carta de foral concedida pelo rei D. Manuel I
Dr. Crispim Teixeira Borges de Castro (n. Milheirós de Poiares, S. M. da Feira, 4 de Agosto de 1871 - Milheirós de Poiares, 20 de Outubro de 1962) Formou-se em Medicina pela Universidade de Paris, em 1900, defendendo tese e doutorando-se em 1901. Além do exercício da medicina, que praticava frequentemente de forma pro bono, dedicou também uma grande parte da sua vida à atividade política local, desempenhando os seguintes cargos públicos: de presidente da Junta de Freguesia de Milheirós de Poiares desde 1914 a 1917 e de 1919 a 1925, presidente da Comissão Administrativa da Câmara Municipal da Feira de 1926 a 1933, conselheiro municipal em 1937 e noutras gerências posteriores. Foi momentaneamente presidente do Partido da União Nacional concelhio, na Feira. Casou-se em Vila Fria, em 8 de junho de 1940, com a sua prima em primeiro grau, D. Judite Pita de Abreu Teixeira. Muito dedicado à educação e ensino dos seus conterrâneos, participava com frequência em festas escolares e premiava os melhores alunos. Promoveu a construção da imponente escola primária do lugar da Igreja, para a qual doou o terreno. Esta escola ainda serve a população e alberga um Museu da Escola como era antigamente. Também contribuiu decisivamente para a melhoria da rede viária, nomeadamente, construindo a ponte da Mâmoa, anterior à atual, e abrindo a extensa avenida que liga Gaiate e Mâmoa ao centro da freguesia, na Igreja. Impulsionou a criação de uma cooperativa destinada ao fornecimento de energia elétrica na freguesia e arredores.
Era frequentemente solicitado a resolver pequenas desavenças e as suas palavras eram tidas em muita estima e consideração, quase valendo por lei local. Doou à freguesia que lhe foi berço o seu enorme e valioso património que muito contribuiu e continua a contribuir para o seu progresso social, cultural e recreativo. O centro de saúde que virá a ser substituído em 2024 pela nova USF, funcionou nas instalações do grande Centro Social Dr. Crispim, que está situado na Casa da Mâmoa onde o ilustre nasceu e viveu, bem como valências educativas, Jardim de infância e Lar de 3ª idade. O Centro Comercial no centro da freguesia, inaugurado em 1989 ostenta o seu nome.
Dr. Guilherme Alves Moreira (Milheirós de Poiares, 21 de Março de 1861 — Coimbra, 19 de Agosto de 1922) foi um professor de Direito da Universidade de Coimbra, da qual foi reitor. Militante republicano desde a juventude, foi Ministro da Justiça em 1915, integrado no governo republicano presidido por Pimenta de Castro. Deixou uma importante obra jurídica. Notabilizou-se sobretudo pela obra intitulada Instituições do Direito Civil Português, que, segundo entendidos, era um verdadeiro monumento da ciência jurídica portuguesa. Uma das ruas que ladeiam a Faculdade de Direito de Coimbra tem o seu nome. Também foi homenageado em Santa Maria da Feira com um busto e uma rua e, em Milheirós de Poiares, com a afixação de uma lápide comemorativa do centenário do seu nascimento na casa da Eira, Seixal, onde nasceu.
Conselheiro Manuel Oliveira Costa (Padre da Igreja Católica), (Milheirós de Poiares 1842 - Fundo da Aldeia, Milheirós de Poiares 1916) - Foi pároco de Arrifana, Santa Maria da Feira. Foi chefe concelhio do Partido Progressista; presidente da Comissão Administrativa do concelho da Feira em 1897 e 1899; presidente da Câmara Municipal da Feira de 1897 a 1898, de 1899 a 1901, de 1902 a 1904 e de 1908 a 1910. Fez parte da redação do Jornal da Feira juntamente com Dr. Gaspar Alves Moreira e Dr. Crispim T. Borges de Castro, entre outros.
D. Sebastião Soares de Resende (Lugar de Milheirós, Milheirós de Poiares, 14 de Junho de 1906 - Beira, Moçambique, 25 de Janeiro de 1967) - Foi ordenado sacerdote a 21 de outubro de 1928 e celebrou a primeira missa na igreja matriz da sua terra natal, no domingo seguinte. Cursou Filosofia, Teologia e Ciências Sociais em Itália. Foi o primeiro Bispo da nova Diocese da Beira (atual Arquidiocese da Beira), Moçambique, eleito a 24 de abril de 1943 e ordenado na Sé do Porto em 15 de agosto. Tomou posse da diocese a 1 de dezembro desse ano, revelando-se um prelado culto e piedoso, defensor intransigente da verdade, da justiça e dos Direitos do Homem. Para além de escritor, empreendeu a fundação de colégios e Missões, abriu seminários, lançou o jornal Diário de Moçambique, criou a Rádio Pax e chegou a impulsionar a criação de uma universidade no então Ultramar português. No Concílio Vaticano II esteve presente em todas as quatro sessões, de 1962 a 1965. Foi "sem dúvida, aquele que interveio mais vezes e com boas intervenções", de todos os bispos de Moçambique e de Portugal, juntamente com D. António Ferreira Gomes, que teve também intervenções notáveis.
Sede da Junta de Freguesia
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Posto dos CTT no Edifício da Junta de Freguesia
Unidade de Saúde Familiar (inauguração em 2024)
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Farmácia Costa Oliveira (Mámoa)
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Cineteatro S. Miguel (Atual CCMP - Centro Cultural de Milheirós de Poiares)
Palacete do Dr. Crispim T. Borges de Castro
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Campo de Jogos Floriano Borges (Dentazes)
Ringue Desportivo do Seixal
Ringue Desportivo do Outeiro
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Escola E.B. 1 da Igreja
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Centro Social Dr. Crispim Teixeira Borges de Castro (Mamoa)