Memórias Póstumas de Brás Cubas
romance de Machado de Assis / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Memórias Póstumas de Brás Cubas é um romance escrito por Machado de Assis, desenvolvido em princípio como folhetim, de março a dezembro de 1880, na Revista Brasileira, para, no ano seguinte, ser publicado como livro, pela então Tipografia Nacional como Memorias Posthumas de Braz Cubas.
Memórias Póstumas de Brás Cubas | |
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Volume dedicado pelo próprio autor à Fundação Biblioteca Nacional | |
Autor(es) | Machado de Assis |
Idioma | português |
País | Brasil |
Género | Literatura experimental, humor |
Editora | Tipografia Nacional |
Lançamento | 1881 |
Texto disponível via Wikisource | |
Transcrição | Memórias Póstumas de Brás Cubas |
Este artigo é parte da série Trilogia Realista de Machado de Assis |
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Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881) Quincas Borba (1891) Dom Casmurro (1899) Ver também: Realismo no Brasil |
O livro tem como marcas um tom cáustico e novo estilo na obra de Machado de Assis, bem como audácia e inovação temática no cenário literário nacional, que o fez receber, à época, resenhas estranhadas. Confessando adotar a "forma livre" de Laurence Sterne em seu Tristram Shandy (1759–67), ou de Xavier de Maistre, em Memórias Póstumas rompe com a narração linear e objetivista de autores proeminentes da época, como Flaubert e Zola, para retratar o Rio de Janeiro e sua época em geral com pessimismo, ironia e indiferença — um dos fatores que fizeram com que fosse amplamente considerada a obra que iniciou o Realismo no Brasil, ainda que com elementos livres e próprios a Machado de Assis.[1][2][3]
Memórias Póstumas de Brás Cubas retrata a escravidão, as classes sociais, o cientificismo e o positivismo da época, chegando a criar, inclusive, uma nova filosofia — mais bem desenvolvida posteriormente em Quincas Borba (1891) — o humanitismo, sátira à lei do mais forte do "darwinismo social". Críticos e escritores também atestam que, com esse romance, Machado de Assis antecipou e precedeu uma série de elementos de vanguarda que só seriam ampliados e assimilados no século seguinte, sejam do modernismo e da Semana de 22, da Poesia Concreta, da literatura fantástica e do realismo mágico de autores como Jorge Luis Borges, Julio Cortázar e brasileiros, e, de fato, alguns chamam-na "primeira narrativa fantástica do Brasil", ainda que o fantástico seja apenas um traço de humor para retratar a realidade sem pudores.[4] O livro influencia e influenciou gerações de escritores como John Barth, Donald Barthelme e Ciro dos Anjos, e é notado como uma das obras mais revolucionárias e inovadoras da literatura brasileira. Mesmo depois de mais de um século de sua publicação original, ainda tem recebido inúmeros estudos e interpretações, adaptações para diversas mídias e traduções para outras línguas. Em 2020, por exemplo, uma nova tradução para o inglês esgotou em um dia após seu lançamento nos Estados Unidos.[5]