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ativista mexicana Da Wikipédia, a enciclopédia livre
María Ignacia Rodríguez de Velasco de Osorio Barba e Belo Pereyra, mais conhecida como María Ignacia Rodríguez de Velasco ou simplesmente como a Güera Rodríguez (20 de novembro de 1778 – 1 de novembro de 1850) foi uma crioula que figurou na sociedade colonial mexicana pela sua beleza e riqueza, além de brindar seu apoio à Independência do México.[1][2] É considerada como uma personagem emblemático da Independência, ao manter uma relação amorosa com Agustín de Iturbide futuro imperador de México e o impulsionar a que levasse a cabo, e completasse, a «liberdade mexicana». Assim mesmo, manteve uma relação com o libertador Simón Bolívar e com o navegador e naturalista alemão Alexander von Humboldt. A imagem da Virgen no lado direito do altar da igreja de La Profesa, esculpida pelo famoso artista Manuel Tolsá disse-se que é muito parecida a ela.
María Ignacia Rodríguez de Velasco | |
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Nome completo | María Ignacia Rodríguez de Velasco de Osorio Barba e Belo Pereyra |
Nascimento | 20 de novembro de 1778 Cidade do México, Nova Espanha |
Morte | 1 de novembro de 1850 (20 de novembro de 1778 (-72 anos)) Cidade do México, México |
Nacionalidade | Mexicana Novohispana (dantes de 1821) |
Filho(a)(s) | Jerónimo María Josefa María da Paz María Antonia |
Religião | Católica |
Conhecem-se poucos aspectos sobre sua vida e seu papel nos factos históricos de México, bem como também, a única pintura que se realizou dela. O mais notável, são seus amores com personagens muito conhecidas e suas descrições muito elogiosas nas biografias de escritores como Artemio de Valle Arizpe e Romeo Hernández Mendoza, entre outros.
Nasceu na Cidade de México o 20 de novembro de 1778, filha do casal entre Antonio Rodríguez de Velasco e María Ignacia Osorio Barba e Belo Pereyra. Teve uma irmã chamada María Josefa Rodríguez de Velasco.[3]Em 1792 contraiu casamento com o militar José Jerónimo López de Peralta de Villar e Villamanil e Primo,[4] com quem teve quatro filhos.
Cedo María Ignacia fez-se conhecida na sociedade novohispana pela sua beleza e agudo talento. Guillermo Prieto, cronista da época dizia dela: "A Guera não só foi notável pela sua formosura, senão também pelo seu talento e pelo lugar que ocupou na alta sociedade".[5] Artemio de Valle Arizpe, em tanto, elogiava "a qualidade de amantes que tinha".[6][7]
Segundo fontes, diz-se que María Ignacia manteve uma relação com Simón Bolívar,[1] nesse momento com 16 anos de idade, e que a conheceu numa viagem no navio San Ildefonso que ia para Espanha, mas que fez escala no México.[1] Seus últimos anos dedicou-os à devoção religiosa na Terceira Ordem de Franciscanos. Após a sua morte, o seu marido fez-se sacerdote.[8] Faleceu na Cidade do México em 1 de novembro de 1850.[1] Artemio de Valle Arizpe escreveu uma biografia novelada da sua vida, A Güera Rodríguez (1949). A actriz mexicana Fanny Cano representou-a no cinema em 1978, num filme também chamado A güera Rodríguez, dirigida por Felipe Cazals.[9]
Em seus anos posteriores, María Ignacia, muito com frequência teve amantes e esposos. Através da intercessão do vice-rei Juan Vicente de Güemes e do bispo, casou-se com José Jerónimo López de Peralta de Villar Villamil em setembro de 1794,[10] quem mais tarde golpeou-a, acompanhado de um impacto de bala que não atingiu, razão pela qual ela o acusou de tentativa de assassinato em 4 de julho de 1802.[1] José Jerónimo acusou-a posteriormente de cometer adultério com o seu compadre, o canónigo e doutor José Mariano Beristáin e Souza e solicitou a intervenção dos tribunais da Nova Espanha e a anulação do casamento,[1][11][12] ainda que morreu em 1805 antes de obter o divórcio. Deste casamento nasceram quatro filhos.[1] Contraiu casamento pela segunda ocasião com Mariano Briones, um acaudalado idoso, quem também morreu uns meses mais tarde, vítima de um enfriamiento por destape de cobertas, María Ignacia herdou a sua fortuna. Casou-se novamente, desta vez com Manuel de Elizalde com quem permaneceu até à sua morte. Manuel de Elizalde à morte de María Ignacia abraçou a vida sacerdotal.[1][12][13]
María Ignacia, apoiou a causa insurgente com o seu dinheiro e relações, sendo inclusive acusada de heresia por defender a independência e por ter mantido trato com o cura Miguel Hidalgo e Costilla, e levada ante o tribunal da Santa Inquisição, em 22 de março de 1811, onde também lhe acusou Juan Sáenz de Mañozca, de inclinação ao adultério. Após a sua audiência o Vice-rei Francisco Javier de Lizana e Beaumont a exilou a Querétaro por um curto tempo. As acusações levantaram-se por falta de provas, após que María Ignacia argumentasse em sua defesa sacando a reluzir a moralidade e orientação sexual do inquisidor.[14]
Teve uma relação sentimental com Agustín de Iturbide, futuro imperador de México, sobre quem teve uma grande influência política.[14][12] Suas relações permitiram-lhe ter acesso a documentos confidenciais da época, como a carta que Fernando VII enviou ao vice-rei Apodaca em 1820, lhe propondo encontrar um homem popular e com influência sobre o exército para que fizesse tratos com os insurgentes,[14][15] da que se desprendiam os princípios do Plano de Iguala.[15] María Ignacia sugeriu que Iturbide poderia ser esse homem.[15]
Entre seus admiradores menciona-se ao naturalista e navegador alemão Alexander von Humboldt, de quem converteu-se em admiradora e amiga, dizendo-se inclusive que tiveram uma relação romântica.[1][16] Durante estes anos, igualmente, têm-se dados da sua participação na inauguração de uma Estátua equestre em honra a Carlos IV na que esteve acompanhada por Humboldt. María, segundo Artemio de Valle Arizpe, vestia roupa galante e caminhava do braço do barão.[17] Diz-se que a imagem da Dolorosa situada à direita do altar maior da igreja de La Profesa, esculpida pelo reconhecido artista Manuel Tolsá, está baseada na sua imagem.[12] Assim mesmo, a Imaculada que se acha na mesma igreja, num dos altares do custado direito, poderia ser a filha da Güera.
A participação de María Ignacia Rodríguez na consumação da Independência do México tem sido um tema muito polémico. Segundo algumas fontes apoiou a Agustín de Iturbide a que levasse a cabo o plano de liberdade nacional do povo mexicano.[12][14] Artemio do Valle Arizpe argumenta que "no dia 27 de setembro de 1821, o Exército Trigarante fez em México a sua vistosa entrada triunfal[...] O caminho que ia seguir o Exército Libertador seria desde a Tlaxpana por São Cosme, para passar em frente ao palácio Virreinal, mas Iturbide desviou a coluna pela rua da Professa na que estava a casa de dona María Ignacia Rodríguez de Velasco, para que presenciara o desfile e o visse a ele muito arrogante à frente das suas tropas invictas".[15] Isto demonstrava a relação entre Agustín e "A Guera", quem influenciou, demasiado, a visão política do primeiro imperador de México.[15] Seu trabalho não unicamente esteve relacionado com a Independência e o apoio aos insurgentes, mas também por ser transgressora ao dever feminino.[18]
María Ignacia esteve cheia de elogios por parte de alguns escritores como é o caso de Artemio de Valle Arizpe quem a qualificou como uma "mulher extraordinária por seu bom parecer, seu claro talento de fácil minerva, sua grande riqueza e, ademais, sua esplendoroso luxo".[15] Montserrat Galí i Boadella qualificava sua personalidade como a "protótipo";[19] a de uma mulher "ilustrada e libertina".[19] No entanto, também aclarava que era algo contraditória; já que "valia-se por si mesma, procurava a felicidade e praticava costumes que lhe proporcionavam cortejos e amantes".[19] Todo o anterior era característico de uma dama daquela época.[19]
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