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pessoa que trabalha a bordo de um barco; homem do mar (principalmente quando embarcado) Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Um marinheiro é, em sentido lato, uma pessoa que opera embarcações ou assiste à sua operação, manutenção ou serviço. O termo aplica-se aos profissionais das marinhas de comércio e pesca, aos militares das marinhas de guerra e aos profissionais e amadores certificados da náutica de recreio.
Este artigo ou secção necessita de referências de fontes secundárias confiáveis e independentes. (Junho de 2019) |
Além do sentido lato - no qual se refere desde ao grumete até ao almirante -, nas marinhas de guerra, o termo "marinheiro" designa, em sentido restrito, uma ou mais graduações dentro da categoria dos praças. Igualmente, na marinha mercante, o termo "marinheiro" refere-se a uma ou mais categorias profissionais do pessoal do convés, dentro escalão da marinhagem.
Em Portugal, todos os profissionais da marinha mercante - de todos os escalões, categorias e carreiras - são designados, genericamente, por "marítimos". No Brasil, todo os profissionais da marinha mercante são globalmente designados como "aquaviários", os quais se dividem vários grupos, entre os quais o dos "marítimos", o dos "fluviários" e o dos "pescadores".
Existem várias especializações e categorias dentro da profissão de marinheiro. A certificação das mesmas obedece a regras estabelecidas internacionalmente. Na marinha mercante as várias especializações agrupam-se em várias carreiras, das quais as principais são a de convés, a de máquinas, a das câmaras, a radiotécnica e a de saúde.
Dentro de cada uma das carreiras profissionais, os marítimos agrupam-se em três escalões: o de oficiais, o de mestrança e o de marinhagem. Cada escalão inclui várias categorias, a cada uma das quais corresponde um determinado nível de experiência ou de formação.
Na marinha mercante, os marinheiros profissionais (marítimos ou aquaviários) incluem-se numa das várias carreiras e categorias, a cada uma das quais corresponde uma determinada responsabilidade na operação de uma embarcação.
A tripulação ou equipagem de uma embarcação inclui pessoal de várias carreiras profissionais certificados (convés, máquinas, radiotécnia, câmaras e saúde), responsáveis por assegurar o funcionamento de cada um dos departamentos, secções ou serviços em que se encontra organizada a embarcação.
Nos grandes navios de passageiros, além dos profissionais certificados, normalmente também existe pessoal não certificado como marítimo, que desempenha, normalmente, funções relacionadas com serviços turísticos (ex.: hotelaria, cultura, entretenimento e segurança).
O pessoal de convés de um navio inclui os marítimos responsáveis pela navegação, estiva e a manobra geral do navio. O comandante de uma embarcação inclui-se nesta carreira. Como categorias e profissões de convés existem:
O pessoal de máquinas de uma embarcação inclui os marítimos que operam e mantêm os seus sistemas de energia e de propulsão. O pessoal de máquinas também é responsável pelas instalações técnicas de apoio à tripulação e passageiros, tais como iluminação, ar condicionado, tratamento de água e outras. Também se ocupa do reabastecimento de combustível, combate a incêndios, carga e descarga de mercadoria e outras funções técnicas. Existem os seguintes escalões e categorias:
O pessoal de radiotecnia assegura a operação e a manutenção dos sistemas de telecomunicações, de navegação por satélite e de rádio-ajudas da embarcação. A carreira específica de radiotecnia encontra-se em extinção nas marinhas mercantes da maioria dos países, estando as suas funções a ser assumidas por pessoal de convés certificado como operador de rádio. As categorias de radiotecnia incluem:
No pessoal das câmaras estão incluídos os marítimos responsáveis pela administração, gestão financeira, abastecimento, alimentação e serviços gerais de bordo. Nas marinhas mercantes de alguns países, os comissários são certificados como marítimos. No entanto, em outros países deixaram de o ser, podendo a função ser exercida por qualquer pessoa habilitada com um curso superior em gestão, contabilidade, logística ou equivalente. O mesmo acontece com várias outras categorias profissionais do pessoal de câmaras, sendo certificadas e não, conforme o país. As categorias e profissões de câmaras incluem:
Este serviço inclui o pessoal médico e de enfermagem, responsável por assegurar a saúde de passageiros e tripulantes de um navio. Nas marinhas mercantes de alguns países, o pessoal de saúde tem de obter uma certificação especial como marítimo para exercer a bordo. Noutros países basta ser habilitado com um curso de medicina ou de enfermagem. As categorias são:
Nos grandes navios de passageiros ou nas embarcações de cruzeiro, além do pessoal acima referido, existem profissionais não certificados como marítimos, que exercem diversas funções, normalmente relacionadas com atividades turísticas, culturais, de entretenimento ou de bem estar dos passageiros. Alguns deles são:
A tripulação de um navio é constituída por profissionais certificados como marinheiros profissionais e profissionais não certificados.
São profissionais certificados todos os pertencentes à secção de convés, secção de máquinas, serviço de radiocomunicações e, alguns do serviço de câmaras. Os profissionais certificados têm que receber uma formação específica na sua especialidade, além de uma formação náutica complementar. A formação destes profissionais, normalmente é feita em escolas especializadas de ensino superior ou técnico-profissional, de acordo com a categoria profissional a que se destina o formando. Em Portugal, por exemplo, a formação dos oficiais da marinha mercante é realizada na Escola Náutica Infante D. Henrique, onde são leccionados cursos superiores de pilotagem - para oficiais pilotos -, de engenharia de máquinas - para oficiais maquinistas - e de engenharia de sistemas electrónicos marítimos - para oficiais elétrotecnicos e radiotécnicos. No Brasil, a Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante assegura uma formação semelhante. Já a formação do pessoal dos escalões de mestrança e marinhagem é feita, em Portugal, no FOR-MAR (Centro de Formação Profissional das Pescas e do Mar) e em outros centros de formação.
Os profissionais não certificados não necessitam de uma formação náutica específica, em virtude de não interferirem na navegação ou na operação dos sistemas vitais do navio. Normalmente são profissionais recrutados para servirem num navio em virtude da sua experiência ou formação profissional numa área específica não relacionada directamente com a atividade marítima.
Dia 1 | Dia 2 | Dia 3 | |
---|---|---|---|
04h00-08h00 | Equipa 1 | Equipa 1 | Equipa 1 |
08h00-12h00 | Equipa 2 | Equipa 2 | Equipa 2 |
12h00-16h00 | Equipa 3 | Equipa 3 | Equipa 3 |
16h00-20h00 | Equipa 1 | Equipa 1 | Equipa 1 |
20h00-24h00 | Equipa 2 | Equipa 2 | Equipa 2 |
00h00-04h00 | Equipa 3 | Equipa 3 | Equipa 3 |
Os marítimos passam períodos extensos no Mar. A maioria dos marítimos de navios de mar alto são contratados para servirem em uma ou mais viagens que podem durar vários meses.
No Mar, nas embarcações maiores, os marítimos, normalmente cumprem um quarto de 4 horas, descansando 8 horas, durante 7 dias por semana. Em cada quarto existe um oficial piloto e um oficial maquinista responsáveis pelo navio, designados, respectivamente "Oficial Chefe de Quarto de Navegação (OCQN)" e "Oficial de Máquinas Chefe de Quarto (OMCQ)". Nas embarcações mais pequenas, com apenas um oficial piloto, são comuns turnos de 6 horas de serviço, alternadas com 6 horas de descanso.
Os marítimos têm que trabalhar em todas as condições meteorológicas. É inevitável o trabalho em condições de elevado frio e de elevada umidade, apesar dos navios tentarem sempre evitar as tempestades no mar. Hoje em dia, graças às condições de segurança e à sofisticação dos equipamentos, já são raros os acidentes graves em navios tais como incêndios, explosões, abalroamento, encalhamento ou o afundamento. No entanto os marítimos correm sempre o risco de se verem na necessidade de abandonar rapidamente um navio no caso de um acidente grave.
Existem também outros riscos associados à profissão, que vão desde a queda borda fora até aos perigos associados às máquinas e carga do navio. No entanto os modernos procedimentos de segurança, as telecomunicações e os sistemas de busca e salvamento marítimo, fazem com que a profissão de marítimo seja cada vez mais segura.
A maioria dos navios modernos dispõe de instalações de ar condicionado, isolamento acústico das máquinas, alojamentos confortáveis, ligações telefónicas e de internet. Todas essas condições facilitam imenso a vida a bordo.
Os marinheiros militares são os profissionais militares das componentes navais das forças armadas de um país. Além de desempenharem algumas das mesmas funções que os marinheiros civis - na operação e no apoio à operação de embarcações - os marinheiros militares, além disso, ainda desempenham tarefas específicas de âmbito militar. No sentido geral "marinheiro" pode referir-se a qualquer um dos integrantes de uma marinha de guerra, desde o grumete ao almirante. No sentido restrito, "marinheiro" refere-se a uma ou mais graduações da categoria de praças.
Tal como na marinha mercante, os marinheiros estão organizados a bordo de um navio de guerra, em departamentos, de acordo com a sua especialidade. Cada departamento tem um chefe, subordinado ao comandante e ao imediato do navio. Dentro de cada departamento existem serviços e secções chefiados por oficiais ou sargentos, tendo praças como elementos de execução das tarefas e operações. Por exemplo, na Marinha Portuguesa, normalmente, os departamentos existentes são os de operações, de logística, de armas e eletrónica e de propulsão e energia.
Os marinheiros do departamento de operações ocupam-se dos serviços de navegação, comunicações, operações anti-submarinas, operações anti-superfície, operações antiaéreas e operações de voo. Incluem, normalmente:
Os marinheiros do departamento de logística ocupam-se dos serviços de abastecimento e de saúde. Incluem, normalmente:
Os marinheiros do departamento de armas e eletrónica ocupam-se dos serviços de manutenção dos sistemas de armas, de produção e distribuição de energia, de sensores e de comunicações. Incluem, normalmente:
Os marinheiros do departamento de propulsão e energia ocupam-se dos serviços de mecânica, de eletricidade e de limitação de avarias. Incluem, normalmente:
Além dos marinheiros dos departamentos, as marinhas ainda têm profissionais com determinadas especialidades, que podem ou não, servir a bordo de navios, tais como:
Na Marinha do Brasil, marinheiro é o nível hierárquico equivalente a soldado nas outras duas forças armadas ou nos fuzileiros navais.
Na Marinha Portuguesa, "marinheiro" refere-se a postos da categoria de praças:
Na Marinha Portuguesa, o posto de primeiro-marinheiro é imediatamente inferior ao de cabo da Armada e superior ao de segundo-marinheiro. O posto de segundo-marinheiro é imediatamente superior ao de primeiro-grumete.
Marinharia é o conjunto das técnicas utilizadas na construção, operação e manutenção de embarcações. Enquanto "náutica" se refere a "nau" (barco, navio) em si, "navegação" refere-se ao deslocamento de embarcações, pode-se considerar que "marinharia" se refira aos procedimentos e tarefas diárias de um marinheiro. Assim, as técnicas de marinharia sãa maneira correta de executar determinadas tarefas a bordo.[1][2][3]
Pode ser o manuseio de cabos náuticos (chamados pelo leigo de "cordas"), execução de nós (sendo que cada nó tem vantagens, desvantagens e aplicações específicas), manutenção de madeiras, limpeza, mareação de velas, noções de ventos, marés, ou seja, todos conhecimentos importantes para a vida profissional de um marinheiro.
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