Manuel Gonzalez de Campos Rueda CvA • ComA (Lisboa, 30 de Novembro de 1878 - Lisboa, 24 de Julho de 1934) foi um engenheiro, militar e ferroviário português.
Manuel Campos Rueda | |
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Nome de nascimento | Manuel Gonzalez de Campos Rueda |
Dados pessoais | |
Nascimento | 30 de novembro de 1878 Lisboa |
Morte | 24 de julho de 1934 (55 anos) Lisboa |
Vida militar | |
País | Portugal |
Força | Marinha Portuguesa |
Hierarquia | Capitão-tenente |
Honrarias | Ordem Militar de São Bento de Avis |
Nascimento e educação
Nasceu na cidade de Lisboa, em 30 de Novembro de 1878, sendo filho de Luisa Manchon Rueda e João Gonzalez Rueda, ambos de ascendência Espanhola, e irmão de Luisa Rueda Cohen.[1] Frequentou o liceu e a Escola Politécnica de Lisboa.[1]
Carreira militar e civil
Assentou praça em Novembro de 1897, como aspirante na Marinha Portuguesa.[1] Em 1900 recebeu uma promoção a Guarda-Marinha, e em 1901 foi enviado para África na galera Pero de Alenquer.[1] Pouco depois de ter chegado a Luanda, foi posto como encarregado da pilotagem na canhoneira Massabi, onde viajou até à Guiné.[1] Regressou a Luanda a bordo da canhoneira Cacongo.[1]
Depois fez várias comissões de serviço em África, como imediato a bordo da canhoneira Limpopo e encarregado da pilotagem nas canhoneiras Zambeze e Bartolomeu Dias, tendo regressado a Lisboa em Janeiro de 1903, por problemas de saúde causados por doenças tropicais.[1] Em seguida partiu para Livorno, na Itália, a bordo do cruzador Vasco da Gama, que ia sofrer extensivas obras de modificação nos estaleiros Fratelli Orlando, tendo continuado a bordo do navio quando este regressou a Lisboa, em Dezembro de 1903.[1] Pouco tempo depois o Vasco da Gama iniciou uma viagem até aos portos da China, mas durante a missão Manuel Rueda adoeceu, obrigando o seu regresso a Portugal, onde começou a colaborar nos Serviços Técnicos da Armada.[1] Em 1907 embarcou na canhoneira Rio Lima com destino aos portos do Oriente, tendo sido, durante esta missão, parte de uma expedição punitiva contra piratas na Ilha de Coloane.[1] Ficou depois em Macau para várias comissões de serviço, mas uma vez mais teve de regressar à metrópole por motivo de doença.[1] Durante a sua estadia no Oriente, foi responsável pela elaboração de vários trabalhos de carácter técnico.[1] Em Portugal, voltou a trabalhar na Repartição Técnica da Marinha, e começou a colaborar em vários periódicos, incluindo a Revista Militar, Diário Ilustrado, Correio da Manhã, e a Gazeta dos Caminhos de Ferro.[1]
Atingiu as patentes de comandante e Capitão-tenente na Armada Portuguesa.[2]
Após a Implantação da República Portuguesa, Manuel Rueda pediu uma licença ilimitada da Marinha, passando a exercer como explicador de ciências.[1] Entretanto, foi nomeado para servir como engenheiro na Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses, substituindo o engenheiro Lima Henriques, tendo ocupado a posição de agente técnico da exploração com o engenheiro Santos Viegas.[1] Distinguiu-se durante a sua carreira nos caminhos de ferro portugueses, tendo sido responsável por várias importantes comissões de serviço[1], atingindo a posição de engenheiro superior.[2]
Foi novamente chamado a servir na Armada quando se iniciou a Primeira Guerra Mundial, regressando depois ao seu posto nos caminhos de ferro.[1] Após a Revolução de 28 de Maio de 1926, foi nomeado para auxiliar o Ministro do Comércio, Abílio Passos e Sousa, na reorganização dos serviços ferroviários, passando a ocupar a posição de chefe de gabinete naquele ministério.[1] Recebeu a comenda da Ordem de Cristo por ter desempenhado aquela função, tendo sido responsável pela publicação de um importante relatório sobre os Caminhos de Ferro do Estado.[1] Por motivos de doença, foi forçado a abandonar aquele posto, tendo posteriormente representado o governo na Convenção de Berna, e a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses na Missão Internacional dos Caminhos de Ferro, durante a qual participou em várias conferências.[1]
Em 1929 teve de começar a moderar o seu trabalho, embora ainda tenha sido delegado da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses na Junta Nacional de Exportação de Frutas e na Comissão de Liquidação de Contas com as Companhias Espanholas, tendo-se distinguido particularmente naquela última, onde conseguiu reaver uma importante soma de dinheiro para a C. P..[1] Entretanto, foi reformado tanto pela Marinha como pelos caminhos de ferro.[1]
Falecimento e funeral
Faleceu no dia 24 de Julho de 1934, aos 55 anos, na sua habitação na Avenida Elias Garcia, em Lisboa[2], vitimado por uma angina de peito.[1] A pedido do próprio, o corpo foi transportado num armão da Marinha desde a sua residência até ao. Cemitério do Alto de São João.[1]
Foi homenageado com o grau de Cavaleiro na Ordem Militar de São Bento de Avis em 11 de Março de 1919, tendo ascendido ao grau de Comendador naquela ordem em 9 de Outubro do mesmo ano.[3]
- «Os nossos mortos» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 46 (1120). 16 de Agosto de 1934. p. 427-428. Consultado em 11 de Fevereiro de 2018
- «Engenheiro Manuel Rueda» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 67 (1609). 1 de Janeiro de 1955. p. 374. Consultado em 11 de Fevereiro de 2018
- «Cidadãos nacionais agraciados com ordens portuguesas». Presidência da República Portuguesa. Consultado em 10 de Fevereiro de 2018
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