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gênero Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Macaco-aranha ou coatá é uma denominação comum a várias espécies de primatas do gênero Ateles e família Atelidae.[1] São animais frugívoros em sua maioria, e habitam as florestas da Amazônia e América Central. Em inglês, é chamado de "black spider monkey"[2].
Macaco-aranha | |
---|---|
Ateles fusciceps | |
Classificação científica | |
Domínio: | Eukaryota |
Reino: | Animalia |
Filo: | Chordata |
Classe: | Mammalia |
Ordem: | Primates |
Subordem: | Haplorhini |
Infraordem: | Simiiformes |
Família: | Atelidae |
Subfamília: | Atelinae |
Gênero: | Ateles E. Geoffroy, 1806 |
Espécie-tipo | |
Simia paniscus Linnaeus, 1758 | |
Possuem longos braços e pernas, com uma cauda preênsil, o que conferiu o nome popular, e são os maiores primatas da América. O macaco-aranha exerce um papel fundamental na dispersão de sementes, o que permite a Floresta Amazônica prosperar e crescer[3].
Todas as espécies de macaco-aranha encontram-se em algum grau de extinção, devido ao desmatamento e à caça predatória, sendo que a IUCN lista duas espécies como "Criticamente em Perigo", quatro como "Em Perigo" e uma como "Vulnerável".
"Cuatá" é oriundo do tupi kua'tá.[1] "Macaco-aranha" é uma referência a seus membros e a sua cauda preensil, que são muito longos e finos, semelhantes às patas das aranhas[1]
O gênero Ateles surgiu há cerca de 13 milhões de anos, no Mioceno, se separando de um ramo que deu origem ao muriqui e ao macaco-barrigudo.[4] Tal relação filogenética é corroborada por dados moleculares, sendo divergente de filogenias morfológicas, que consideram o gênero Ateles como grupo-irmão de Lagothrix.[5][6]
O cladograma abaixo representa as relações filogenéticas dentro da família Atelidae, tal como sugerido por dados moleculares.[4][7]
Atelidae |
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A diversificação do gênero ocorreu no fim do Plioceno, culminando nas sete espécies e sete subespécies conhecidas:[8][9]
Os macacos-aranha são os maiores primatas do Novo Mundo: o adulto tem entre 42 cm e 66 cm de comprimento, com uma cauda de até 88 cm e pesando até 11 kg.[10] Os membros são longos e esguios, assim como a cauda, que é preênsil, o que é característico do gênero e que lhe conferiu o nome popular de macaco-aranha.[10] Tais características permite diferenciar facilmente o macaco-aranha de outros primatas de grande porte da América do Sul e Central, como o bugio e o macaco-barrigudo.[10] O polegar é muito reduzido, praticamente ausente.[11]
A área de ocorrência das espécies de macaco-aranha vai desde o sul do México até a Bolívia, habitando principalmente a floresta ombrófila de terra firme até 800m de altitude, sendo eventualmente encontrado na floresta estacional semidecidual na Costa Rica e Bolívia.[10] Estão sempre nos estratos mais altos da floresta, e nunca descem até o chão.[12]
São primatas predominantemente frugívoros com cerca de 90% da dieta constituindo de frutos, e eventualmente se alimentando de folhas jovens.[10][11] A composição da dieta é diretamente proporcional à quantidade de frutos que ocorrem no ambiente, sendo que ao haver uma escassez desse item alimentar, os macacos passam a comer brotos de folhas jovens.[13]
Formam grandes grupos, com até 30 indivíduos, mas com uma dinâmica de fusão-fissão, com a formação de subgrupos de forrageamento.[11] Os grupos caracterizam-se por uma alta dispersão das fêmeas, que acaba culminando na formação de coalizões entre os machos, que se reflete em uma baixo índice de competição entre eles e por consequência, um baixo dimorfismo sexual.[14] Não existe uma hierarquia linear muito clara entre os machos, que se evidencia pela ausência de um macho alfa.[15] Um grupo habita um território entre 1 e 3,9 km², muitas vezes definido por fronteiras físicas.[12] Aparentemente, apenas os machos respeitam tais limites e muitas vezes se envolvem em comportamentos agressivos (principalmente por meio de vocalizações) ao defender essas fronteiras.[12]
Por serem animais de porte relativamente grande, poucos são os predadores naturais dos macacos-aranha. Os predadores são felinos de grande porte, como a onça-pintada e a onça-parda.[16]
As fêmeas parem um filhote de cada vez, raramente gêmeos, depois de uma gestação de 226 a 232 dias e o intervalo entre uma gestação e outra é de até 50 meses em animais no estado selvagem.[12] A unidade social mais coesa no macaco-aranha é a que se mantém entre mãe e filhote até o momento em que atinge a maturidade que pode demorar até 14 meses para ser atingida.[10] Existem controvérsias quanto a existência de sazonalidade no acasalamento e nascimento de filhotes.[12]
Por exigir grandes porções de floresta, o macaco-aranha é diretamente ameaçado pelo desmatamento e fragmentação do hábitat. A baixa taxa de reprodução também torna suas populações suscetíveis à caça.[17] Por conta disso, todas as espécies do gênero Ateles encontram-se com algum grau de ameaça de extinção, segundo a IUCN, principalmente as espécies da América Central.[18] os únicos predadores dos macacos aranhas são o arpias e onças pintadas
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