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Línguas africanas
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Línguas africanas são as línguas autóctones da África. Os linguistas chegaram a classificar mais de mil delas, sendo que a maior parte é falada por grupos étnicos numericamente muito restritos, de poucas centenas ou mesmo de algumas dezenas de pessoas. Entre aquelas mais difundidas estão o amárico, o berbere, o oromo, o swahili, o hauçá, o igbo e o iorubá, cada uma delas falada por milhões de pessoas.
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O número de idiomas falados como línguas nativas, no continente, é estimado (a depender da delimitação entre idioma e dialeto) entre 1.250 e 2.100[1] mas, segundo algumas contagens, pode chegar a mais de 3.000.[2] Somente na Nigéria há mais de 500 idiomas (de acordo com o SIL Ethnologue),[3] o que significa uma das maiores concentrações de diversidade linguística do mundo.
Os idiomas da África pertencem a um grande número de famílias linguísticas distintas, dentre as quais as maiores são:
- Níger-Congo, que incluem os grandes ramos Atlântico-Congo e Bantu na Oeste, Central, Sudeste e África Austral;
- Línguas afro-asiáticas, espalhadas pela Ásia Ocidental, Norte da África, Chifre da África e partes do Sahel;
- Línguas saarianas, nilóticas e sudanesas centrais (anteriormente incluídas na hipotética macrofamília das línguas nilo-saharianas), presentes na África Oriental e no Sahel;
- Línguas austronésias, faladas em Madagascar e em partes de Comores;
- As línguas khoe-kwadi, faladas principalmente na Namíbia e em Botsuana;
- Línguas indo-europeias, que, embora não nativas da África, são faladas na África do Sul e na Namíbia (africâner, inglês, alemão) e são usadas como língua franca na Libéria e nas antigas colônias britânicas (inglês), francesas e belgas (francês), portuguesas (Português), italianas (italiano), espanholas (espanhol) e nos atuais territórios espanhóis de Ceuta, Melilla e Ilhas Canárias e nos atuais territórios franceses de Mayotte e La Réunion.
Há várias outras pequenas famílias de línguas e isolados linguísticos, bem como creoulas, além das línguas ainda não classificadas. Além disso, a África tem uma grande variedade de línguas de sinais, muitas das quais são línguas isoladas.
Cerca de cem idiomas são amplamente usados para a comunicação interétnica. Entre elas estão árabe, somali, amárico, oromo, igbo, suaíli, Hauçá, Manding, Fulani e Iorubá, que são faladas como segundo (ou não primeiro) idioma por milhões de pessoas. Embora muitos idiomas africanos sejam usados no rádio, nos jornais e no ensino fundamental, e alguns dos maiores sejam considerados idiomas nacionais, apenas alguns são idiomas oficiais em nível nacional. Na África Subsaariana, a maioria dos idiomas oficiais em nível nacional tendem a ser idiomas coloniais, como o francês, o português ou o inglês.[4][5][6]
As mais de mil línguas faladas na África correspondem a 30% dos idiomas de todo o planeta. Mesmo grupos vizinhos podem falar línguas distintas, tornando “o multilinguismo uma característica medular do continente”. O número de línguas pode chegar a aproximadamente 2.500, a depender das diferentes estimativas, além dos quase 8.000 dialetos. Em estudos divulgados pela UNESCO, constatou-se a inexistência de estados monolínguistas no continente, havendo países com duas ou três línguas e outros com mais de quatrocentas, como é o caso da Nigéria, o que aponta para uma realidade muito complexa do ponto de vista do plurilínguismo. Em quase metade dos países da África subsariana, há uma língua que é considerada como materna por mais de 50% da população e considerada como segunda língua por outra parte dessa mesma população.
Ainda nesse contexto de multilinguismo, 56 línguas africanas são utilizadas pela administração pública e outras 63, pelo menos, no sistema judiciário, uma vez que 26 dos países da África subsaariana autorizam o uso das línguas africanas em suas legislações. Na área comercial, 242 línguas são utilizadas pelos meios de comunicação. Por não possuir alfabeto próprio, algumas línguas africanas acabam sendo consideradas como dialetos, enquanto outras se utilizam do alfabeto árabe, como é o caso do hauçá e das línguas faladas na África do Sul e no Zimbabwe, cujo ensino fundamental é realizado nas línguas nacionais que utilizam o alfabeto latino, como é caso da língua inglesa.
A família das línguas nigero-congolesas, considerada a maior por conta do número de falantes e de idiomas, é a que tem maior ligação com o Brasil. Abrange grande parte da África, ao sul do Saara, e tem as Línguas bantas entre suas numerosas famílias linguísticas. A família afro-asiática ou camito-semítica, predominante no norte da África e estendendo-se até o sudoeste da Ásia, abriga 240 línguas e 285 milhões de falantes. A família nilo-saariana surgiu no deserto do Saara antes da desertificação." No oeste africano, a maior ramificação é a songai (que abrange diferentes línguas), com mais de três milhões de falantes e presente na Argélia, Benim, Burquina Fasso, Mali, Níger e Nigéria". No leste africano, os Massais, que hoje habitam entre o Quênia e a Tanzânia, representam a ramificação homônima e uma outra que pretende abranger os povos não negroides. Os pigmeus são do grupo coissan (khoi-Khoi e san, mais conhecidos como bosquímanos ou hotentotes) que tem cinco ramificações. Os bosquímanos, um dos primeiros grupos habitantes do planeta, atualmente estão localizados no sudoeste da África, na região do deserto de Kalahari, entre Botswana, Namíbia e África do Sul, e em pequenas porções dos territórios de Angola e Zâmbia.