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O leopardo-de-amur[1] (Panthera pardus orientalis) é a subespécie de leopardo mais setentrional, a qual habita hoje em dia os montes Sikhote-Alin.
Leopardo-de-amur | |||||||||||||||||
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Estado de conservação | |||||||||||||||||
Em perigo crítico | |||||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||||
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Nome trinomial | |||||||||||||||||
Panthera pardus orientalis Schlegel, 1857 | |||||||||||||||||
Distribuição geográfica | |||||||||||||||||
Distribuição do leopardo-de-amur |
Dá ainda pelos seguintes nomes comuns: leopardo-da-sibéria,[2] leopardo-siberiano[3] e leopardo-do-extremo-oriente
Os leopardos-de-amur distinguem-se das demais subespécies de leopardo devido à sua pele e pernas mais grossas e peludas, encontrando-se, portanto, melhor adaptado para sobreviver melhor no clima frio da taiga.[4]
Têm uma pelagem que se destaca por ter ocelos e rosetas maiores e mais espaçadas do que outras espécies.[5] Durante o inverno a pelagem apresenta uma coloração creme-pálido, ao passo que no verão se torna mais alaranjada.[6] A pelagem de Verão tem normalmente cerca de 2,5 centímetros de espessura, porém no inverno tem aproximadamente 7 centímetros.[7] Os machos são aproximadamente duas vezes maiores do que as fêmeas, medindo entre 107 a 136 cm de corpo, aos quais acrescem 82 a 90 cm de cauda, orçando, ainda, à altura do ombro cerca de 64 a 78 centímetros.[8]
Os machos pesam entre 30 e 70 quilos, ao passo que as fêmeas pesam de 25 a 42,5 kg.[9]
A espécie está em estado de ameaça crítica, com menos de 50 espécimes em estado selvagem, devido à degradação do seu habitat por causa de explorações silvícolas e agrícolas, bem como dos incêndios florestais e da caça clandestina, motivada pelo elevado valor comercial do seu pêlo.[10] A última contagem realizada pela WWF revelou que se têm verificado aumentos modestos nas populações de selvagens destes leopardos, porque, num espaço de quatro anos, se descobriram doze espécimes de leopardos-de-amur, onde antes só tinham sido contabilizados sete, o que traz perspectivas positivas sobre o aumento da população.[10]
Graças aos esforços de proteção na Rússia, estes leopardos criticamente ameaçados renovaram a esperança de evitar a extinção.[10] Em Abril de 2018 contabilizaram-se 103 exemplares, ultrapassando-se assim, pela primeira vez em décadas a fasquia dos 100 espécimes para a população de leopardos-de-amur.[11]
A distribuição do leopardo de Amur foi reduzida a uma fração do seu alcance original.[6] Outrora, estendera-se por todo o nordeste da China, incluindo as províncias de Jilin e Heilongjiang, e por toda a península coreana. A sua presença na Rússia foi drasticamente reduzida durante a década de 1970, tendo-se perdido cerca de 80% do âmbito de alcance anterior.[9]
Hoje, o leopardo-de-amur habita um área de cerca de 7.000 km2.[12] A última população selvagem estável restante, estimada em 100 indivíduos, vive numa zona exígua na província russa de Primorsky Krai, entre Vladivostok e a fronteira chinesa. Estima-se que na China ainda haja entre 7 a 12 espécimes.[6] Na Coreia do Sul, o último relato referente a um leopardo de Amur remonta a 1969, quando um espécime foi capturado nas encostas da montanha Odo, na província de Gyeongsang do Sul.
Os números de leopardo-de-amur foram reduzindo devido à sobrecaça e à caça furtiva, aliadas à perda de habitat, mercê do desenvolvimento agrícola e urbano.[6] No entanto, tanto por avistamentos videográficos, como por treitas e rastos de neve que se têm encontrado, presume-se que a população se tem mantido estável nos últimos 30 anos, se bem que com uma taxa de rotatividade de indivíduos alta.[4] Se se tomarem ações de conservação apropriadas, há hipóteses significativas de que o tamanho da população venha a aumentar, por via do aumento das taxas de sobrevivência e da recuperação de habitat na Rússia e na China.[4]
Os leopardos-de-amur são crepusculares e geralmente começam a caçar pouco antes do pôr-do-sol, tornando a estar ativos, mais tarde, ao início da manhã.[13] Durante o dia, descansam, refugiando-se em cavernas ou matagais densos, pelo que raramente caçam durante esse período.[13] São solitários, com excepção das fêmeas puerperas, enquanto ainda tenham crias.[9]
São extremamente selectivos na escolha do território, privilegiando os espaços localizados nas imediações das bacias hidrográficas, que geralmente se estendem às fronteiras topográficas naturais da área.[14] Pode acontecer que o território de dois indivíduos se sobreponha, por vezes, o que constitui um fenómeno de simpatria.[15] Consoante o sexo, idade, ou mesmo do tamanho da ninhada, as dimensões do território de um espécime podem variar entre os 30 aos 300 km².
Os leopardos-siberianos são criaturas de hábito, chegando a usar os mesmos trilhos de caça, rotas de migração e até lugares para descanso prolongado ao longo de vários anos.[16]
Eles podem correr a 60 km / h e podem saltar mais de 5,8 m na horizontal e até 3,0 m na vertical.[17]
A maturidade sexual ocorre aos 2–3 anos e a capacidade de se reproduzir continua até aos 10–15 anos de idade.[16] O cio dura entre 12 a 18 dias e, em casos excepcionais, pode chegar até aos 25 dias. A gestação requer cerca de 90 a 105 dias, sendo que o valor médio ronda os 92 a 95 dias.[16] O peso de um filhote recém-nascido é de 500 a 700 g. Os filhotes abrem os olhos do 7.º ao 10.º dia e começam a andar entre o 12.º e o 15.º dia. No segundo mês, eles saem de seus esconderijos e também começam a comer carne. Os filhotes começam a ser desmamados aos três meses e são ensinados a caçar.[7] O aleitamento continua durante cinco a seis meses, sendo que os filhotes alcançam a independência ao fim de, aproximadamente, dois a três anos.[16] Dessarte, ficam ao resguardo da mãe cerca de dezoito meses, sensivelmente até os dois anos de idade.[18]
A reprodução pode ocorrer durante todo o ano, e o tamanho médio da ninhada é de 2-3 filhotes.[16] Os leopardos-de-amur podem viver até aos 20 anos em cativeiro, mas a expectativa de média vida em soltura, na natureza, é-nos desconhecida.[19] Um estudo elaborado por cientistas da WCS, que teve por base indícios fotográficos recolhidos em 2003, concluiu que leopardos podem viver mais de 10 anos no habitat natural.[20] No entanto, esse mesmo estudo também asseverou que as taxas de mortalidade na natureza podem ser muito altas.[20]
Os leopardos-de-amur vivem em zonas montanhosas, evitando dessa maneira atritos com o tigre-siberiano(Panthera tigris tigris) e o urso-pardo (Ursus arctos). Os leopardos convivem somente com chacais e raposas, os quais também lhes servem de presa.[20]
Há vários relatos de confrontos entre leopardos e linces-euroasiaticos, que atestam a supremacia dos leopardo. Por igual, há também relatos leopardos-de-amur que caçaram leopardos-das-neves (Panthera uncia).[21]
Os leopardos-de-amur são ameaçados pela caça ilegal; pela invasão do seu habitat pelo homem, seja por via da silvicultura ou da expansão urbana; pela endogamia; e pela coexistência com possíveis portadores de doenças e transmissores.[21]
Devido ao reduzido número de leopardos-de-amur em reprodução em estado selvagem, a variabilidade genética é tão reduzida que a população está em risco de Depressão de consanguinidade.[20]
Há o risco de os tigres-siberianos poderem eliminar os leopardos-de-amur, se as densidades de presas de caça de grande e médio porte forem demasiado baixas para sustentar estes dois predadores.[21] A concorrência entre estes predadores tende a diminuir no verão, quando há maior disponibilidade de peças de caça de pequeno porte.[20] No inverno, as condições tornam-se menos favoráveis .[22]
A caça ilegal de leopardos é uma das principais ameaças à sobrevivência desta espécie.[23]
Em 14 meses, de fevereiro de 2002 a abril de 2003, sete peles ou parte de peles foram confiscadas, seis na Rússia e uma na China.[24]
Um problema grave é o enorme potencial para a endogamia, tendo em conta a reduzida expressividade do número de espécimes de leopardos-de-am.[25] A população restante corre o risco de desaparecer por causa da degeneração genética, mesmo sem qualquer influência humana direta. Os níveis de diversidade são notoriamente baixos, o que é indicativo de um historial de endogamia na população há já várias gerações.[25] Esses níveis de redução genética têm sido associados a anormalidades reprodutivas e congênitas severas que impedem a saúde, a sobrevivência e a reprodução de algumas populações pequenas, mas não de todas, geneticamente diminuídas. A sobrevivência das crias diminuiu de 1,9 filhotes por uma fêmea em 1973 para 1,7 em 1984 e 1,0 em 1991. Além de um declínio na substituição natural, há uma alta probabilidade de mortalidade para todas as faixas etárias como resultado de certas doenças ou impacto humano direto.[26]
Desde 1996, a ideia de reintroduzir leopardos no sul de Sikhote-Alin foi discutida pelos membros da ALTA. Durante um workshop em 2001, foram preparados os esboços e princípios de um plano para o desenvolvimento de uma segunda população de leopardos-de-amur no Extremo Oriente da Rússia.[27]
Foi recomendado: avaliar as razões para extinções localizadas; obter o apoio da população local; aumentar as peças de caça disponíveis nas áreas propostas para a reintrodução; garantir que as condições existentes sejam propícias à reintrodução na área selecionada e garantir a sobrevivência da população existente.[28] Existem duas fontes de leopardos para a reintrodução: leopardos nascidos e criados em zoológicos e leopardos criados em centros especiais de reintrodução, que passaram por um programa de reabilitação para a vida na natureza.[29]
Em março de 2009, o ministro de Recursos Naturais da Rússia, durante sua reunião com Vladimir Putin, assegurou que o ministério estava a gizar a introdução de novos leopardos "importados" de Amur na área e criando um habitat adequado e seguro para eles.[30] O governo já alocou todos os fundos necessários para o projeto.[31]
Um programa de criação em cativeiro para o leopardo-de-amur foi estabelecido em 1961, com nove felinos nascidos em soltura, na natureza.[32] Em dezembro de 2011, havia 173 leopardos-de-amur em cativeiro, em jardins zoológicos espalhados por todo o mundo.[33]
Uma delas é o leopardo-de-amur (Panthera pardus orientalis), em estado de ameaça crítica, na Rússia, [...]. Quanto ao leopardo-de-amur, há menos de 50 animais da espécie em ambiente natural. No entanto, esse número talvez venha a aumentar ligeiramente: novos vídeos de uma equipe de pesquisa da Wildlife Fund, ou WWF, revelaram 12 leopardo-de-amur numa área onde apenas 7 tinham sido observados nas últimas quatro pesquisas anuais. As imagens foram obtidas por armadilhas de câmeras [...] no extremo oriente da Rússia. [...] Os leopardos-de-amur perderam a maior parte de seu hábitat por causa da exploração de madeira, da agricultura e de incêndios florestais, além de terem sofrido intensa caça clandestina por sua pele.
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