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modalidade de atletismo onde um dardo é lançado Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Lançamento de dardo (português brasileiro) ou lançamento do dardo (português europeu) é uma modalidade olímpica do atletismo. Uma das mais nobres modalidades por sua antiguidade, integra o heptatlo e o decatlo, além de ter a sua própria prova individual. Assim como o lançamento de martelo e lançamento de disco, este esporte é chamado oficialmente de lançamento. Somente o arremesso de peso é chamado de arremesso, devido ao fato do peso ser empurrado e os demais serem projetados com características diferentes.[1][2]
Lançamento de dardo | |
---|---|
Olímpico desde | 1908 H / 1932 S |
Desporto | Atletismo |
Praticado por | Ambos os sexos |
Campeões Olímpicos | |
Paris 2024 | |
Masculino | Arshad Nadeem Paquistão |
Feminino | Haruka Kitaguchi Japão |
Campeões Mundiais | |
Budapeste 2023 | |
Masculino | Neeraj Chopra Índia |
Feminino | Haruka Kitaguchi Japão |
Recorde Mundial | |
Masculino | Jan Železný – 98,48 m (1996, Jena) |
Feminino | Barbora Špotáková – 72,28 m (2008, Stuttgart) |
O dardo fazia parte do pentatlo nos Jogos Olímpicos da Antiguidade, aparecendo pela primeira vez em 708 a.C., e era disputado em duas modalidades: distância e alvo. Ele era lançado com auxílio de uma tira de couro chamada ankule enrolada em torno do meio do eixo do dardo. Os atletas podiam segurá-lo pela tira e quando o dardo era lançado essa tira se desenrolava dando à lança um voo em espiral. O dardo, uma simples lança reta, tinha a altura de um homem e a largura de um dedo.[3]
O lançamento de varas em alvos foi revivido na Alemanha e na Suécia no século XIX, no início da década de 1870. Na Suécia, estas varas foram desenvolvidas no moderno dardo e atirá-los à distância se tornou um dos esportes mais comuns lá e na Finlândia durante a década seguinte e as regras do esporte começaram a ser aprimoradas. Inicialmente eles eram lançados sem nenhuma corrida anterior e segurá-lo pela alça colocada no centro de gravidade não era obrigatório; corridas curtas foram introduzidas no fim da década de 1890 e a partir daí a distância da corrida passou a ser liberada.[4]
Como modalidade olímpica, o dardo foi introduzido em Londres 1908, depois de uma aparição nos não-oficiais Jogos Olímpicos Intercalados de 1906, em Atenas, e o primeiro campeão olímpico foi o sueco Eric Lemming. Em Estocolmo 1912, com a introdução do decatlo nos Jogos, passou a ser uma das dez provas desta modalidade; foi também neste ano em que foi reconhecido o primeiro recorde mundial da modalidade, a marca de 62,34 m de Lemming.[5] Em Los Angeles 1932 passou a ser uma modalidade olímpica também feminina e a norte-americana Babe Didrikson foi a primeira campeã.[6]
A Europa Oriental e a Escandinávia, em particular a Finlândia, tem uma grande tradição neste esporte. O finlandês Matti Järvinen, nove vezes recordista mundial, os tchecos Jan Zelezny e Barbora Špotáková e a norueguesa Trine Hattestad são os grandes nomes da modalidade, todos recordistas mundiais e com múltiplos títulos olímpicos e mundiais; Zelezny e Spotakova são os atuais recordistas mundiais com as marcas de 98,48 m no masculino e 72,28 m no feminino.[7][8]
O dardo é um objeto em forma de lança, feito de metal, fibra de vidro ou fibra de carbono. Seu tamanho, tipo, peso mínimo e centro de gravidade foram definidos pela IAAF – Federação Internacional de Atletismo e variam do homem para a mulher. O homem usa um dardo de 2,7 metros de comprimento, pesando 800 gramas. A mulher usa um dardo um pouco mais leve, 600 gramas, e tem 2,3 metros de comprimento. Os dois modelos tem uma empunhadura feita de corda localizada no centro de gravidade.
O atleta corre para tomar impulso e usa uma pista de corrida e lançamento com 34,9 metros de comprimento e 4 metros de largura, fazendo um giro rápido com o corpo para lançar. O dardo costuma sair das mãos do atleta com uma velocidade de 100 km/h. Após o voo, ele aterra numa zona relvada que costuma ocupar a zona central dos estádios de atletismo. A marca obtida pelo atleta é medida pelos oficiais, desde o limite da zona de lançamento até ao primeiro ponto onde o dardo tocou no chão, obrigatoriamente dentro de uma setor pré-marcado no campo com um ângulo de 29°.[7]
Ao contrário das outras modalidades de lançamento (martelo, peso e disco), a técnica do dardo tem regras próprias ditadas pela IAAF e lançamentos "não-ortodoxos" não são permitidos; o dardo precisa ser seguro pela empunhadura e lançado por cima do braço levantado ou dos ombros; além disso, é proibido ao atleta se virar completamente de maneira a que seu rosto fique em direção contrária ao lançamento, técnica que é muito usada, por exemplo, no lançamento de disco.[9]
O lançador é desclassificado se sair da zona de lançamento antes, durante ou depois do lançamento, ou se o dardo tocar no solo sem ser pela ponta dianteira dele. As competições de lançamento de dardo iniciam-se com três rondas de lançamentos para cada atleta. Após esta fase, os oito melhores resultados são apurados para realizar mais três lançamentos. Ao fim da prova, o atleta que obtiver a maior distância num lançamento legítimo é declarado vencedor. No caso de um empate, vence aquele com a segunda melhor marca. [9]
Em abril de 1986, o dardo masculino foi redesenhado pelo Comitê Técnico da IAAF. Isto se deveu ao fato de que, além de várias aterrissagens começarem a ser feitas ao comprido, sem a ponta furar o solo, diversos lançamentos estavam sendo feitos no limite da área destinada a isto no campo de atletismo, colocando em perigo potencial as pessoas envolvidas e espectadores. O recorde mundial com o dardo antigo do alemão Uwe Hon, de 104,80 m em 1984, foi o sinal de que algo precisa ser rapidamente mudado ou a modalidade seria inviabilizada para um estádio olímpico. Ele então foi redesenhado, com o centro de gravidade sendo colocado 4 cm à frente enquanto as áreas de superfície posteriores e anteriores ao centro de gravidade foram reduzidas e aumentadas, respectivamente. Isto teve como efeito a redução da elevação do dardo e o aumento da curvatura para baixo no arco da queda. Esta mudança fez o "nariz" do arco cair mais rapidamente, reduzindo a distância de voo em aproximadamente 10% e fazendo com que o dardo atinja o chão de maneira mais vertical e consistente. Em 1999, o dardo feminino também sofreu a mesma modificação.[10]
Mesmo assim reconfigurado, o dardo voltou a ser lançado a distâncias proibitivas e em 2007 um atleta do salto em distância foi atingido na barriga por um dardo lançado do outro lado do campo, durante uma etapa da Golden League em Roma; com o atual recorde mundial masculino já novamente próximo dos 100 metros, nova mudança deve ser feita no implemento nos próximos anos.[11]
As marcas referem-se aos dardos com a nova configuração e são de acordo com a World Athletics.[12][13]
Recorde | Marca | Atleta | País | Data | Local |
98,48 m | Jan Železný | 25 maio 1996 | Jena | ||
92,97 m | Arshad Nadeen | Paquistão | 08 agosto 2024 | Paris 2024 |
Recorde | Marca | Atleta | País | Data | Local |
72,28 m | Barbora Špotáková | 13 setembro 2008 | Stuttgart | ||
71,53 m | Osleidys Menéndez | 27 agosto 2004 | Atenas 2004 |
As marcas referem-se aos dardos com a nova configuração e são de acordo com a World Athletics.[14] [15]
Posição | Marca | Atleta | País | Data | Local |
---|---|---|---|---|---|
1 | 98,48 m | Jan Železný | 25 maio 1996 | Jena | |
2 | 97,76 m | Johannes Vetter | 6 setembro 2020 | Chorzów | |
3 | 96,29 m | Johannes Vetter | 29 maio 2021 | Chorzów | |
4 | 95,66 m | Jan Železný | 29 agosto 1993 | Sheffield | |
5 | 95,54 m | Jan Železný | 6 abril 1993 | Pietersburg | |
6 | 94,64 m | Jan Železný | 31 maio 1996 | Ostrava | |
7 | 94,44 m | Johannes Vetter | 11 julho 2017 | Lucerna | |
8 | 94,20 m | Johannes Vetter | 19 maio 2021 | Ostrava | |
9 | 94,02 m | Jan Železný | 26 março 1997 | Stellenbosch | |
10 | 93,90 m | Thomas Röhler | 5 maio 2017 | Doha |
Posição | Marca | Atleta | País | Data | Local |
---|---|---|---|---|---|
1 | 72,28 m | Barbora Špotáková | 13 setembro 2008 | Stuttgart | |
2 | 71,70 m | Osleidys Menéndez | 14 agosto 2005 | Helsinque | |
3 | 71,58 m | Barbora Špotáková | 2 setembro 2011 | Daegu | |
4 | 71,54 m | Osleidys Menéndez | 1 julho 2001 | Retimno | |
5 | 71,53 m | Osleidys Menéndez | 27 agosto 2004 | Atenas | |
6 | 71,42 m | Barbora Špotáková | 21 agosto 2008 | Pequim | |
7 | 71,40 m | Maria Andrejczyk | 9 maio 2021 | Split | |
8 | 70,53 m | Maria Abakumova | 1 setembro 2013 | Berlim | |
9 | 70,20 m | Christina Obergföll | 23 junho 2007 | Munique | |
10 | 70,03 m | Christina Obergföll | 14 agosto 2005 | Helsinque |
As marcas referem-se aos dardos com a nova configuração e são de acordo com o Comitê Olímpico Internacional – COI.[16]
Posição | Marca | Atleta | País | Medalha | Local |
---|---|---|---|---|---|
1 | 92,97 m | Arshad Nadeem | ouro | Paris 2024 | |
2 | 90,57 m | Andreas Thorkildsen | ouro | Pequim 2008 | |
3 | 90,30 m | Thomas Röhler | ouro | Rio 2016 | |
4 | 90,17 m | Jan Železný | ouro | Sydney 2000 | |
5 | 89,85 m | Steve Backley | prata | Sydney 2000 | |
6 | 89,66 m | Jan Železný | ouro | Barcelona 1992 | |
7 | 89,45 m | Neeraj Chopra | prata | Paris 2024 | |
8 | 89,39 m | Jan Železný | Sydney 2000 | ||
9 | 89,34 m | Neeraj Chopra | Paris 2024 | ||
10 | 88,68 m | Keshorn Walcott | Rio 2016 | ||
* A marca de Jan Železný (89,39 m) foi conquistada durante as classificatórias em Sydney 2000; ; a marca de Neeraj Chopra (89,45 m) foi conseguida nas classificatórias de Paris 2024; a marca de Keshorn Walcott foi conseguida durante as classificatórias da Rio 2016[17]
Posição | Marca | Atleta | País | Medalha | Local |
---|---|---|---|---|---|
1 | 71,53 m | Osleidys Menéndez | ouro | Atenas 2004 | |
2 | 71,42 m | Barbora Špotáková | ouro | Pequim 2008 | |
3 | 70,78 m | Maria Abakumova | prata | Pequim 2008 | |
4 | 69,55 m | Barbora Špotáková | ouro | Londres 2012 | |
5 | 68,91 m | Trine Hattestad | ouro | Sydney 2000 | |
6 | 67,69 m | Barbora Špotáková | Pequim 2008 | ||
7 | 67,52 m | Christina Obergföll | Pequim 2008 | ||
8 | 67,51 m | Mirela Manjani | prata | Sydney 2000 | |
9 | 67,34 m | Osleidys Menéndez | Sydney 2000 | ||
10 | 67,11 m | Maria Andrejczyk | Rio 2016 | ||
* As marcas de Barbora Špotáková (67,69 m) e Christina Obergföll (67,52 m) foram feitas nas classificatórias de Pequim 2008; a marca de Osleidys Menéndez (67,34 m) foi feita nas classificatórias de Sydney 2000; a marca de Maria Andrejczyk (67,11 m) foi feita nas classificatórias da Rio 2016 e foi superior à marca da croata Sara Kolak na final (66,18 m) que conquistou a medalha de ouro.
País | Masculino | Atleta | Ano | Local | Feminino | Atleta | Ano | Local | |
85,91 m | Luiz Maurício da Silva | 2024 | Paris | 62,89 m | Jucilene Sales | 2014 | São Paulo | [18][19] | |
84,78 m | Leandro Ramos | 2022 | Doha | 59,76 m | Sílvia Cruz | 2008 | Leiria | [20] | |
65,54 m | Egner Tavares | 2014 | Lisboa | 39,90 m | Ionilde Mendes | 2007 | Seixal | [21]:647,784 | |
64,73 m | Esmeraldino Trigo | 2018 | Lisboa | 43,77 m | Indira Manuel | 2003 | Elvas | [21]:647,784 | |
60,16 m | Felipe Chaimite | 2016 | Maputo | 46,54 m | Salomé Mugabe | 2012 | Maputo | [21]:647,785 | |
55,79 m | Adeonaldo Freitas | 2017 | Leiria | 43,12 | Jucelina Mendes | 2013 | Folha Fede | [21]:648,785 | |
52,71 m | Otoniel Badjana | 2016 | Lisboa | 42,61 m | Josefina da Silva | 2018 | Barcelona | [21]:647,784 | |
33,44 m | Felismino Alípio | 2015 | Dili | 19,10 m | Delfina Soares | 2014 | Dili | [21]:648,785 |
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