La Cousine Bette
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La Cousine Bette (em português, A Prima Bette ou Bete em algumas edições) é um livro escrito pelo autor francês Honoré de Balzac em 1846, que faz parte da seção Scènes de la vie parisienne de sua La Comédie humaine. Conta a história de uma solteirona de meia-idade que trama a destruição de sua família estendida.
La Cousine Bette | |||||||
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A prima Bette (PT) A prima Bete (BR) | |||||||
Autor(es) | Honoré de Balzac | ||||||
Idioma | Francês | ||||||
País | França | ||||||
Série | Scènes de la vie parisienne, les parents pauvres | ||||||
Ilustrador | Georges Cain | ||||||
Editora | Boniface | ||||||
Lançamento | 1846-1847 | ||||||
Edição portuguesa | |||||||
Tradução | Sílvia Matos e Lemos | ||||||
Editora | Europa-América | ||||||
Lançamento | 2000 | ||||||
Páginas | 355 | ||||||
ISBN | 972-1-04752-X | ||||||
Edição brasileira | |||||||
Tradução | Celina Luz | ||||||
Editora | Ediouro | ||||||
Lançamento | 1993 | ||||||
Páginas | 372 | ||||||
ISBN | 85-00-22344-8 | ||||||
Cronologia | |||||||
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Na década de 1840, um formato em série conhecido como roman-feuilleton (romance-folhetim) era altamente popular na França, e sua expressão mais aclamada eram os textos socialistas de Eugène Sue. Balzac quis desafiar a supremacia de Sue e mostrar-se o melhor autor de folhetins da França. Escrevendo rapidamente e com concentração intensa, Balzac produziu A Prima Bette, um de seus romances mais longos, em dois meses. Foi publicado no jornal político e literário Le Constitutionnel no final de 1846, depois reunido a uma obra afim, O Primo Pons, no ano seguinte.[1]
O filme Cousin Bette, dirigido por Desmond Mac Anuff e lançado em 1998, conhecido no Brasil como A Vingança de Bette, foi baseado no romance.[2] Em 1921 a atriz Ruth Elizabeth Davis adotou o nome artístico Bette Davis em homenagem à personagem de Balzac.[3]
Este romance é uma das obras-primas definitivas do autor, pertence ao subgrupo "Os Parentes Pobres", do qual faz parte ainda O Primo Pons. Neste livro, a ressentida, pobre e solteirona Lisbeth Fischer, a personagem-título, vinga-se de maneira terrível de todas as humilhações verdadeiras e imagináveis que sofreu de seus parentes ricos. O trágico é que suas vítimas, várias sem nenhuma estatura moral, veem nela um exemplo de desprendimento e lealdade. Outras grandes personagens são a calculista Valéria Marneffe, comparsa da Prima Bette e umas das maiores cortesãs criadas por Balzac; o decadente barão Hulot d'Ervy, presa do vício da libertinagem, que só faz aumentar à medida que envelhece; e o rico Barão Henrique Montes de Montejanos, único brasileiro a constar na galeria balzaquiana, com um nome que, aliás, de brasileiro tem muito pouco. Montejanos, apaixonado pela Senhora Marneffe, é por ela ludibriado com falsas promessas e reiteradas traições, até o momento em que reclama sua vingança. O horrível instrumento utilizado para isso está perfeitamente de acordo com pessoas originárias de país tão exótico e selvagem ("o mais seguro dos venenos animais, uma terrível doença que vale mais do que um veneno vegetal e que não tem cura a não ser no Brasil").[4]
A reação da crítica a A Prima Bette foi imediata e positiva, o que Balzac não esperava. Quer devido à intensidade de sua criação ou ao tumulto de sua vida pessoal, o autor se surpreendeu com os elogios recebidos. Ele escreveu: "Eu não havia percebido quão bom é A Prima Bette [...] Existe uma imensa reação a meu favor. Eu venci!"[5]