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ator, roteirista e diretor brasileiro Da Wikipédia, a enciclopédia livre
João Miguel Serrano Leonelli, mais conhecido apenas como João Miguel (Salvador, 1 de janeiro de 1970), é um ator, roteirista e diretor brasileiro, filho do político Domingos Leonelli e da artista plástica Magali Serrano.[1] Conhecido por suas performances no cinema, televisão e teatro, ele recebeu diversos prêmios incluindo três Grande Otelos, um Kikito, um ACIE, três Guaranis, um Shell e um APCA.[2]
Esta biografia de uma pessoa viva cita fontes, mas que não cobrem todo o conteúdo. (Novembro de 2021) |
João Miguel | |
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João durante entrevista de lançamento da série 3% em 2016. | |
Nome completo | João Miguel Serrano Leonelli |
Nascimento | 1 de janeiro de 1970 (54 anos) Salvador, Bahia |
Nacionalidade | brasileiro |
Estatura | 1.74m |
Educação | Casa de Arte das Laranjeiras |
Ocupação | |
Período de atividade | 1985–presente |
Prêmios | ver lista completa |
Nascido em Salvador, João cresceu em um ambiente envolvido com a arte. Seu pai, Domingos Leonelli, era produtor teatral na década de 1960.[1] Sua mãe, Magali Serrano, é artista plástica e foi através de um namorado dela, produtor de teatro, que João teve sua primeira experiência como ator em uma peça infantil. João é tataraneto de um anarquista italiano e de uma mulher negra descendente de escravos. Ele próprio define essa união como fonte de uma família "nervosa e comunista".[1]
Aos 9 anos, ele estreou na televisão em uma participação no programa Bombom Show, de Nonato Freire. Com 13 ou 14 anos, estreia como ator principal na peça A Viagem de Um Barquinho, com direção de Petinha Barreto e com a participação de Leninha Barreto. Depois trabalhou em circo, e, junto a crianças de rua, apresentou peças em escolas, hospitais públicos e favelas de Salvador e do interior da Bahia. Aos 17 anos, foi para o Rio de Janeiro e teve a sua formação como ator na Casa de Arte das Laranjeiras (CAL), onde conheceu Luiz Carlos Vasconcelos, ator e diretor do Grupo Piolim. Em seguida, foi para João Pessoa, onde aperfeiçoou sua arte circense com Luiz Carlos, e depois viajou o Brasil e o mundo acompanhando a peça O Vau da Sarapalha.[1]
Depois de muito trabalho, finalmente foi consagrado com o monólogo Bispo, que conta a história do artista sergipano Arthur Bispo do Rosário,[3][4] o qual encenou por anos em várias cidades brasileiras. Por sua atuação no espetáculo ele venceu o Prêmio Braskem de Teatro e recebeu sua primeira indicação ao Prêmio Shell na categoria melhor ator.[5] O sucesso interpretando Bispo do Rosário fez com que ele fosse convidado pelo diretor José Araripe Jr para interpretá-lo novamente no filme Esses Moços, de 2004.[6]
Após a boa repercussão com a peça Bispo, João recebeu o convite do diretor Marcelo Gomes para estrelar o filme Cinema, Aspirinas e Urubus, de 2005, com o qual ganhou muitos prêmios, inclusive no Festival de Cinema de Cannes. O próprio ator o considera um dos melhores filmes que já fez.[7] Por esse trabalho, o ator recebeu sua primeira indicação da Academia Brasileira de Cinema ao Grande Otelo de melhor ator. Ele também se saiu vitorioso no Prêmio Guarani, levando o prêmio de melhor ator,[8] e em diversos festivais nacionais e internacionais. No mesmo ano ele ainda esteve em mais dois filmes: Eu Me Lembro e Cidade Baixa, pelo qual recebeu indicação ao Grande Otelo de melhor ator coadjuvante. Ainda em 2005, teve seu primeiro destaque na televisão participando da série Carandiru, Outras Histórias.[9]
Atualmente, João Miguel é um dos mais talentosos e versáteis atores de sua geração, como apontam os críticos.[10][11][12] Em O Céu de Suely, filme de 2006, ele interpretou João, par romântico da protagonista, interpretada por Hermila Guedes.[13] Em 2007, esteve em Mutum. Novamente, o ator foi bastante elogiado por estes trabalhos, conseguindo o feito de ter sido indicado pela Academia nas categorias de melhor ator, por Mutum, e melhor ator coadjuvante, por O Céu de Suley, na mesma edição do Grande Otelo, em 2008.[14] Foi também em 2007 que João Miguel teve mais espaço na televisão, fazendo participações nos seriados A Grande Família e Antônia, e tendo destaque na grande produção Amazônia, de Galvez a Chico Mendes.[15]
Em 2008, ele alcançou sua consagração no cinema o obteve muito reconhecimento por sua atuação no sucesso Estômago, de Marcos Jorge, onde ele deu vida ao cozinheiro Raimundo Nonato, conhecido como Alecrim. O filme foi aclamado pela crítica e João foi vencedor de prêmios em festivais de cinema, nacionais e internacionais, como no Festival do Rio e na Semana Internacional de Cine de Valladolid. Além dos prêmios dos festivais, ele recebeu sua quinta indicação da Academia ao Grande Otelo e se saiu vencedor pela segunda vez no Prêmio Guarani, como melhor ator.
Após o sucesso de Estômago, João ganhou maior projeção nacional. Ele continuou com projetos no cinema, como no filmes Bonitinha, Mas Ordinária, Se Nada Mais Der Certo e Hotel Atlântico. Em 2011, ele foi convidado para atuar pela primeira vez uma novela.[3][7] Em Cordel Encantado, interpretou o cangaceiro Belarmiro, o qual era bastante vaidoso e tinha gestos femininos.[16] Por sua atuação na novela, ele recebeu uma indicação no Prêmio Qualidade Brasil na categoria melhor ator coadjuvante em televisão. Após seu primeiro grande trabalho na televisão, o ator voltou a se dedicar ao cinema.
Em 2012, estrelou, ao lado de Caio Blat e Felipe Camargo, o filme Xingu, que conta a trajetória dos irmãos Villas-Bôas a partir do momento em que se alistam para a Expedição Roncador-Xingu, parte da Marcha para o Oeste de Getúlio Vargas, em 1943. Selecionado para o Festival de Berlim, esse trabalho rendeu ao ator indicações a diversos prêmios, incluindo o Grande Otelo e o Prêmio Guarani.[17] O filme mais tarde foi exibido em formato de minissérie pelo Canal Globo com algumas cenas adicionais. Também em 2012 protagonizou o filme À Beira do Caminho ao lado de Dira Paes, vencendo o Troféu Calunga de melhor ator no Cine PE.
Repetiu parceria com Hermila Guedes em Era uma Vez Eu, Verônica em 2012. No mesmo ano, estreou Gonzaga: de Pai pra Filho onde ele deu vida a Miguelzinho, trabalho pelo qual ele se saiu vencedor pela primeira vez no Grande Otelo, depois de seis indicações, na categoria de melhor ator coadjuvante.[18] Este filme também foi foi exibido em formato de minissérie pelo Canal Globo em 2013. Foi neste ano também que ele se destacou novamente na televisão na minissérie O Canto da Sereia, interpretando o personagem Só Love.[19]
Produzido em 2011 e lançado em 2016, o filme A Hora e a Vez de Augusto Matraga foi outro destaque na carreira do ator no cinema. Este é baseado no conto de mesmo nome do livro Sagarana, de João Guimarães Rosa, que já havia sido adaptado décadas antes por Roberto Santos no filme de 1965. Interpretando o protagonista, Augusto Matraga, João foi bastante elogiado pela crítica e recebeu o Prêmio APCA de melhor ator em cinema,[20] além de mais uma vez ter sido indicado ao Grande Otelo e o Prêmio Guarani de melhor ator.[21][22]
Em 2014, interpretou seu primeiro protagonista em televisão na série policial A Teia, produzida e exibida semanalmente pela TV Globo, atuando com Paulo Vilhena, Andreia Horta, Michel Melamed e grande elenco.[19] Em 2015 foi um dos protagonistas da minissérie Felizes para Sempre?, fazendo par romântico com Adriana Esteves.[23] Em 2016 protagonizou a primeira série da Netflix produzida no Brasil, 3%. Ambientada em um Brasil futurístico e apocalítico, ele interpretou Ezequiel, o responsável por selecionar pessoas para sair da Terra.[24]
Em 2018, interpretou Odair na série Assédio, do Globoplay, que conta a história do médico Roger Abdelmassih, especialista em reprodução humana condenado por delitos de abuso sexual a suas pacientes.[25] Em 2019, foi convidado pelo diretor Allan Deberton para participar do filme Pacarrete, estrelado por Marcélia Cartaxo, onde interpretou o doce Miguel.[26] Ele foi premiado no Festival de Gramado com o Kikito de melhor ator coadjuvante e foi indicado ao Grande Otelo, também de ator coadjuvante, por seu trabalho no filme.[27]
Ano | Título | Papel | Notas |
---|---|---|---|
2002 | Pastores da Noite | Chico Pinóia | |
2005 | Carandiru, Outras Histórias | Edelson dos Reis | |
2007 | Amazônia, de Galvez a Chico Mendes | Heraldo | |
Te Quiero América | Francisco | ||
Antônia | Edmundo | Episódio: "Ligação a Cobrar" | |
A Grande Família | Plínio | Episódio: "Bonequinha do Papai" | |
2008 | Episódio: "A Grande Gentalha" | ||
Casos e Acasos | Teles | Episódio: "O Ex, a Promoção" | |
Ó Paí, Ó | Mário | ||
Alice | Plínio | Episódio: "Em Queda Livre" | |
2009 | O Louco dos Via-Dutos | Jeremias | |
2011 | Cordel Encantado | Belarmino (Bel) | |
Força Tarefa | Carlos Henrique | Episódio: "10 de novembro" | |
2012 | Xingu | Cláudio Villas Bôas[28] | |
2013 | O Canto da Sereia | Só Love | |
Gonzaga - de Pai pra Filho | Miguelzinho | ||
2014 | A Teia | Jorge Macedo[29] | |
2015 | Felizes para Sempre? | Hugo Drummond[23] | |
2016–18 | 3% | Ezequiel[24] | 1ª e 2ª Temporadas |
2018 | Assédio | Odair José Miranda | [25] |
Ano | Título | Papel | Notas |
---|---|---|---|
2004 | Esses Moços | Arthur Bispo do Rosário | |
2005 | Cinema, Aspirinas e Urubus | Ranulpho | também roteirista |
Eu Me Lembro | Edgard Navarro | ||
Cidade Baixa | Edvan | ||
2006 | O Céu de Suely | João | |
2007 | Deserto Feliz | Mão de Veia | |
Mutum | Pai | ||
2008 | Estômago | Raimundo Nonato (Alecrim)[11] | |
Bonitinha, Mas Ordinária | Edgard | ||
2009 | Se Nada Mais Der Certo | Wilson | |
Hotel Atlântico | Sebastião | ||
2010 | Ex Isto | René Descartes | |
A Suprema Felicidade | Bené | ||
2011 | O Jardim das Folhas Sagradas | Castro | |
2012 | Xingu | Cláudio Villas Bôas | |
À Beira do Caminho | João | ||
Gonzaga - de Pai pra Filho | Miguelzinho | ||
Periscópio | Elvio | ||
2013 | Era Uma Vez Eu, Verônica | Gustavo | |
Éden | Pastor Naldo[30][31] | ||
2015 | A Hora e a Vez de Augusto Matraga | Augusto Matraga | |
Òrun Àiyé - A Criação do Mundo | Olodumaré | ||
2016 | Canção da Volta | Eduardo | [32] |
Quase Memória | Ernesto | [33] | |
2019 | Pacarrete | Miguel | |
2021 | Matar a la bestia | Lautaro[34] | filme argentino |
2022 | Depois do Universo | Alberto | |
2024 | Estômago 2 - O Poderoso Chef | Raimundo Nonato | |
Ano | Título | Papel | Notas |
---|---|---|---|
1985 | A Viagem de Um Barquinho | ||
1992 | O Vau da Sarapalha | ||
2001 | Bispo[35] | Arthur Bispo do Rosário | |
2008 | Zeluda | Zeluda | |
2010 | Só | Ranulpho |
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