Interferência russa na eleição presidencial nos Estados Unidos em 2016
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A interferência russa na eleição presidencial nos Estados Unidos em 2016 refere-se a uma série de acusações de ingerência da Rússia na política doméstica dos Estados Unidos, especificamente no processo de escolha do chefe máximo deste país. A Comunidade de Inteligência dos Estados Unidos concluiu com grande confiança que o governo russo interferiu nas eleições presidenciais de 2016 nos Estados Unidos.[1] Uma avaliação de janeiro de 2017 pelo Escritório do Diretor de Inteligência Nacional (ODNI) afirmou que a Rússia favoreceu o candidato presidencial Donald Trump em detrimento de Hillary Clinton e que o presidente russo Vladimir Putin pessoalmente ordenou uma "campanha de influência" para prejudicar as chances eleitorais de Clinton e "minar a fé do público no processo democrático dos Estados Unidos".[2] A interferência foi orquestrada pela Agência de Pesquisa da Internet, no seu escritório em São Petersburgo, que criou milhares de contas falsas nas redes sociais para semear a discórdia e erodir a confiança dos americanos em seu processo eleitoral. Os trolls russos também espalharam desinformação e fake news, especialmente contra a candidata democrata Hillary Clinton.[3]
Em 7 de outubro de 2016,[4] o ODNI e o Departamento de Segurança Interna (DHS) declararam conjuntamente que os serviços de inteligência russos haviam pirateado as contas de e-mail do Comitê Nacional Democrata (DNC) e do presidente da campanha de Clinton, John Podesta, e encaminharam seus conteúdos para o WikiLeaks.[5][6] Várias empresas de segurança cibernética declararam que os ataques foram cometidos por grupos de hackers Fancy Bear e Cozy Bear associados à inteligência russa.[7] Em janeiro de 2017, o Diretor de Inteligência Nacional James Clapper testemunhou que a Rússia também se intrometeu nas eleições, divulgando notícias falsas promovidas nas mídias sociais.[8]
Em outubro de 2016, o então presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, alertou diretamente Putin devia parar de interferir ou enfrentaria "sérias consequências".[9] As autoridades russas negaram repetidamente o envolvimento em qualquer hacker.[10][11] Em dezembro de 2016, Obama ordenou um relatório sobre os esforços de hackeamento destinados às eleições estadunidenses desde 2008, enquanto os senadores dos Estados Unidos pediram por uma investigação bipartidária.[12] Em 29 de dezembro de 2016, os Estados Unidos expulsaram 35 diplomatas russos, negaram o acesso a dois compostos de propriedade da Rússia e ampliaram as sanções existentes para entidades e indivíduos russos.[13] O presidente eleito Donald Trump inicialmente rejeitou os relatórios de inteligência, descartando alegações de interferência estrangeira e dizendo que os democratas estavam reagindo à perda eleitoral.[14]
Em maio de 2017, a investigação foi tomada do FBI e passou a ser liderada pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que apontou Robert Mueller como Conselheiro Especial, até março de 2019, para concluir as investigações.[15] Em um relatório de mais de 1 300 páginas, Mueller concluiu que a interferência russa foi "abrangente e sistemática" e que "violou as leis do país". Com resultado, cerca de vinte e seis cidadãos russos foram indiciados, junto com três organizações russas. A investigação também levou a acusações e condenações de funcionários da campanha de Trump e americanos associados, em questões separadas. O relatório de Mueller, feito público em abril de 2019, examinou evidências de que vários membros da campanha política de Donald Trump, de fato, se encontraram com oficiais do governo russo, mas concluiu que, embora Trump e sua campanha tenham apreciado as atividades russas e se beneficiaram delas diretamente, não havia provas suficientes para condena-los por corrupção ou conluiu.[16]