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Galhas[1], bugalhos[2], cecídios[3] (também grafado cecídias[4]) são estruturas que se originam em determinado órgão de uma planta através de hipertrofia e hiperplasia (Anatomia vegetal) de tecidos, inibição do desenvolvimento ou modificação citológica e/ou histoquímica em resposta ao ataque de organismos indutores que podem ser vírus, bactérias, fungos, nematódios, ácaros ou insetos - parasitas, geralmente específicos à espécie (ou ao género ou família) da planta. São estruturas às vezes comparadas a tumores.
As galhas, que podem ser causadas por herbívoros como bactérias, vírus, fungos, protozoários, nematódios, ácaros ou insetos (Insetos galhadores), dependendo do órgão e da planta galhada, são interpretadas na maioria das vezes, como reação defensiva contra a actuação do agente galhador.
A alta especificidade dos galhadores aos seus hospedeiros reflete-se na morfologia da galhas, ou melhor, cada tipo de inseto galhador forma um morfotipo específico de galha. Por exemplo, os insetos galhadores são extremamente sensíveis a pequenas diferenças na fisiologia, química, desenvolvimento e fenologia da planta hospedeira, o que os leva às vezes a discriminar até mesmo espécies muito pouco distintas.
A especificidade entre algumas espécies é tão forte que pesquisadores podem se beneficiar do conhecimento dos abundantes tipos de galha para separar plantas híbridas de parentais.
Galhas de insetos são estruturas patológicas originadas da neoformação de tecidos, como resultado de um estímulo químico e/ou mecânico do inseto. Durante o desenvolvimento da galha, modificações estruturais ocorrem com formação de tecidos cecidogênicos, que geralmente incluem os nutritivos que alcançam a câmara larval, cujas células mostram características de alta atividade metabólica que permitem a nutrição do parasita.
As galhas de insetos se desenvolvem após indução por larvas ou adultos, que realizam a postura de ovos ou se alimentam do vegetal, injetando substâncias e ainda realizando alterações mecânicas.
Galhas de insetos são estruturas simétricas, considerados órgãos vegetais neoformados que possuem características e funções típicas. Os tecidos das galhas apresentam um gradiente funcional que está relacionado com o hábito alimentar do inseto galhador.
Pela indução de galhas, os insetos são responsáveis por revelar novas potencialidades morfogenéticas da planta hospedeira, que inicialmente são dirigidas contra eles, mas que o inseto então usa para obtenção de comida e abrigo.
A escolha do local da indução de galhas requer extrema especialização do herbívoro. A galha é uma estrutura séssil e na maioria dos casos pode persistir por um tempo considerável, até que a progene do indutor saia dela.
Então, a viabilidade destes descendentes é influenciada pela possibilidade da proteção pela galha de fatores abióticos, predação, parasitismo, patógenos e resistência da planta.
Alguns botânicos observaram que as espécies (ou às vezes gêneros) de plantas e as espécies de galhadores possuem uma íntima relação evolutiva, e, em algumas destas relações, após haver alterações cecidogênicas, as substâncias (metabólitos secundários) e a estrutura da galha favorecem o galhador. Isto ocorre devido ao afastamento dos predadores dos galhadores ou dos herbívoros competidores destes galhadores. Não há, porém, benefício às plantas na maioria dos casos, ou seja, o mutualismo na galha geralmente não é observado.
A alteração anatômica observada pode apresentar desde apenas a lignificação de alguns tecidos até mesmo o crescimento e formação de novos tecidos (hipertrofia e hiperplasia), inexistentes nos órgãos sadios.
Existem estudos de grupos taxonômicos de plantas galhadas que permitem averiguar a coevolução entre galhadores e plantas galhadas, demonstrando íntima associação entre estes, às vezes até mesmo entre subespécies de plantas. Estes estudos são feitos através dos cladogramas elaborados do grupo de galhadores e do grupo de vegetais, que são comparados, e às vezes é detectada uma correlação muito íntima entre ambos os cladogramas.
A anatomia e histoquímica da galha pode ser um caráter ecológico-morfológico para construção de hipóteses de filogenias, porém deve-se, como precaução, utilizar, como prevê a Sistemática Cladística, o maior número de caracteres úteis, já que pode haver casos em que a galha não indicará informação correta ou útil, pois existem os fenômenos de convergência evolutiva, que teoricamente poderiam ocorrer para quaisquer tipos de caracteres.
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