Francisco Manicongo
homem escravizado natural do Congo, denunciado à Inquisição Portuguesa por alegadas práticas homossexuais / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Francisco Manicongo, também conhecido como Francisco de Congo (Reino do Congo — Salvador), foi um escravo africano que viveu em Salvador da Bahia, no Estado do Brasil, na segunda metade do século XVI. Segundo o antropólogo e ativista Luiz Mott, foi, juntamente com Vitória do Benim, documentada em Lisboa em 1556, um dos primeiros casos documentados de africanos homossexuais, sendo acusado de ser e se vestir como um imbanda, homossexual passivo na tradição das partes do Congo.[1] Tornou-se uma figura de destaque a partir da década de 1990, sobretudo entre a comunidade LGBT, após a divulgação do seu caso por Mott.
A travesti ativista negra Majorie Marchi reinventou o personagem histórico na década de 2000, traduzindo-o como uma travesti com o nome social de Xica Manicongo. Em 2010, foi criado pela ASTRA-Rio, Associação de Travestis e Transexuais do Rio de Janeiro, a que Marchi presidia, o Prêmio Xica Manicongo. Em 2021, um quilombo urbano no Rio de Janeiro foi criado e batizado como "Xica Manicongo", em homenagem à personagem criada por Marchi.