Fotografia de rua
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A fotografia de rua, também chamada às vezes de fotografia espontânea, é a fotografia com o objetivo de expressão ou investigação artística, feita através de encontros não programados e aleatórios em locais públicos[1]. Embora haja uma diferença entre a fotografia de rua e a fotografia espontânea, geralmente ela é sutil, e a maioria das fotografias de rua podem ser consideradas espontâneas, e algumas fotografias espontâneas podem ser classificadas como fotografias de rua. A fotografia de rua não necessita da presença de uma rua ou mesmo do ambiente urbano. Embora pessoas geralmente estejam representadas nela, a fotografia de rua pode não conter figuras humanas e ser simplesmente de um objeto ou ambiente onde a imagem em si projeta uma personalidade decididamente humana em fac-símile ou estética.[2][3]
O fotógrafo é uma versão armada do caminhante solitário que faz o reconhecimento, espreita, cruzando o inferno urbano, o andarilho voyeurístico que descobre a cidade como paisagem de extremos voluptuosos. Adepto das alegrias de observar, conhecedor da empatia, o flâneur acha o mundo "pitoresco".
Susan Sontag, 1977
O fotógrafo de rua pode ser encarado como uma extensão do flâneur, um observador das ruas (que era frequentemente um escritor ou artista).[4]
O enquadramento e o instante da foto podem ser aspectos essenciais da arte, sendo que algumas fotografias de rua têm como objetivo criar imagens em um momento decisivo ou pungente.
A fotografia de rua pode focar nas pessoas e seu comportamento em público, registrando dessa maneira também a história das pessoas. Essa motivação envolve também ter que lidar ou negociar com as mudanças nas expectativas e nas leis de privacidade, segurança e propriedade. Nesse sentido, o fotógrafo de rua assemelha-se aos fotógrafos de documentários sociais ou a fotojornalistas que também trabalham em locais públicos, mas com o objetivo de captar eventos de interesse jornalístico; qualquer uma das imagens desses fotógrafos pode capturar pessoas e propriedades, que podem estar visíveis dentro de locais públicos ou através deles. A existência de serviços como o Google Street View, que registra o espaço público em grande escala, e a tendência crescente de autofotografia (selfies), complicam ainda mais as questões éticas ao redor da postura com relação à fotografia de rua.
No entanto, a fotografia de rua não precisa mostrar exclusivamente as pessoas dentro do quadro. Ela também pode se focar em vestígios deixados pela humanidade que dizem algo sobre a vida. Fotógrafos como William Eggleston costumam produzir fotos de rua onde não há pessoas no enquadramento, mas sua presença é sugerida pelo tema.
Muito do que é considerado, estilisticamente e de maneira subjetiva como fotografia de rua que conhecemos, foi feito no período que vai do final do século XIX[5] até o final dos anos 1970, um período que viu o surgimento de câmeras portáteis que permitiam a fotografia espontânea em lugares públicos.