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Filolau de Crotona (em grego clássico: Φιλόλαος; século V a.C.) foi um filósofo pré-socrático pitagórico.[6]
Filolau de Crotona | |
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Xilogravura medieval retratando Pitágoras e Filolau conduzindo investigações musicais | |
Nome completo | Φιλόλαος |
Escola/Tradição | Escola itálica, Escola pitagórica |
Data de nascimento | ca. 470 a.C.[1]/480 a.C.[2] |
Local | Crotone,[3] Tarento[4] ou Metaponto[5] |
Morte | ca. 385 a.C. (85 anos)[2] |
Principais interesses | Filosofia, Astronomia, Matemática |
Era | Pré-socráticos |
Influências | Pitágoras |
Tradicionalmente se aceita que este filósofo tenha escrito um livro em que expunha a doutrina pitagórica (que era secreta e reservada apenas aos discípulos). Os fragmentos do livro conservam os mais antigos relatos sobre o pitagorismo e influenciaram fortemente Platão que, segundo a tradição, teria mandado comprar o referido livro, pagando por ele uma razoável quantia.[7]
Pelo que se sabe, Filolau foi o primeiro pensador a atribuir movimento à Terra. Ele propôs um sistema no qual a Terra girava em torno de um Fogo Central, que não era o Sol e que não podia ser visto porque ficava sempre do lado oposto ao lado habitado da Terra. O fogo era considerado pelos pitagóricos o elemento mais puro. Entre o fogo central e a Terra existia um outro planeta, invisível, que Filolau chamou de antiterra. Os oito corpos celestes (Sol, Mercúrio, Vênus, Terra, Lua, Marte, Júpiter, Saturno) e a antiterra como décimo corpo celeste se movia em órbitas circulares em torno do fogo central.[8]
A visão comum de que os pitagóricos afirmavam a importância da matemática no conhecimento[9] está presente no fragmento de Filolau:
Filósofo pré-socrático e matemático grego, autor e professor da cidade de Tarento, nascido em Crotona, cidade da Magna Grécia, colônia grega na hoje Jônia italiana, o principal centro de estudo e divulgação do pensamento pitagórico, hoje na Itália, um dos primeiros pitagóricos, discípulo de Lísis e o primeiro a sistematizar a doutrina pitagórica, expondo-a no livro chamado Escritos Pitagóricos, segundo o historiador Diógenes Laércio (~ 240-310). Discípulo de sobreviventes da escola pitagórica, após o massacre destes pelos seguidores de Sibaris. Muito pobre, escreveu sob permissão dos seus professores, para vender, a primeira obra do pitagorismo, o que aparentemente foi a fonte do conhecimento da ordem pitagórica que, através de Platão (comprador do livro), temos conhecimento.
Os fragmentos do livro Escritos Pitagóricos, que chegaram até nossos dias como citação ou comentário, doxografia, na obra de outros autores, constituem o mais antigo testemunho sobre os ensinamentos pitagóricos. Foi professor em Tarento do também famoso matemático grego, Arquitas de Tarento (428-365 a.C.) e de Demócrito de Abdera (460-370 a.C.). Outro seu livro conhecido foi Astronomia (430 a.C.) e muito provavelmente morreu também em sua terra natal.
Filolau argumentou que o fundamento de tudo é o papel desempenhado pelas ideias de limite e de ilimitado.[11] Uma das primeiras declarações no trabalho de Filolau foi de que todas as coisas no universo resultam de uma combinação do ilimitado e do limitante; porque, se todas as coisas fossem ilimitadas, nada poderia ter sido objeto de conhecimento.[12] À maneira dos pitagóricos, a realidade mais verdadeira do ilimitado e limitado, isenta de engano ou falsidade, é relacionada pelos conceitos simbólicos de número. Limitadores e ilimitados são combinados juntos em harmonia:
Este é o estado de coisas sobre a natureza e harmonia. A essência das coisas é eterna; é uma natureza única e divina, cujo conhecimento não pertence ao homem. Ainda assim, não seria possível que qualquer uma das coisas que são, e que são conhecidas por nós, chegasse ao nosso conhecimento, se essa essência não fosse o fundamento interno dos princípios nos quais o mundo foi fundado, isto é, dos elementos ilimitados e limitantes. Agora, como esses princípios não são mutuamente semelhantes, nem de natureza semelhante, seria impossível que a ordem do mundo fosse formada por eles, a menos que a harmonia interferisse [...]. — Filolau, Fragmento DK 44B 6a.
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