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construção para sinalização na navegação Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Um farol ou faro[1] é uma estrutura elevada, habitualmente uma torre, equipada com um potente aparelho ótico dotado de fontes de luz e espelhos refletores, cujo facho é visível a longas distâncias.[2]
São instalados junto ao mar, na costa ou em ilhas próximas, tendo o objetivo de orientar os navios durante a noite.
Utilizados desde a Antiguidade, quando eram acesas fogueiras ou grandes luzes de azeite (de oliveira ou de óleo de baleia), os faróis foram concebidos para avisar os navegadores que se estavam a aproximar da terra, ou de porções de terra que irrompam pelo mar adentro.
As fontes de alimentação da luz foram melhorando, tendo sido o azeite substituído pelo petróleo e pelo gás, e posteriormente pela electricidade. Paralelamente, foram inventados vários aparelhos óticos, que conjugavam espelhos, refletores e lentes, montados em mecanismos de rotação, não só para melhorar o alcance da luz, como para proporcionar os períodos de luz e obscuridade, que permitiam distinguir um farol de outro.
Historicamente, este tipo de construções ganhou características temporais e sociais, sendo dotados de características distintas de zonas para zonas.
O primeiro farol de que se tem registro é o farol de Alexandria, construído em 280 a.C. na ilha de Faros. Os antigos romanos também construíram diversos faróis ao longo do Mar Mediterrâneo, Mar Negro e até o Oceano Atlântico. Mas, com a queda do Império Romano do Ocidente, o comércio marítimo diminuiu e os faróis romanos desapareceram. Somente no século XI os faróis passariam a renascer na Europa Ocidental e, com a expansão marítima das grandes navegações, para o novo mundo. Um dos faróis dessa nova era dos faróis era a Lanterna de Gênova, cujo faroleiro era Antônio Colombo, tio do navegador Cristóvão Colombo por volta de 1450.
Atualmente são construções de alvenaria que incluem para além da torre (geralmente redonda para minimizar o impacto do vento na estrutura), a habitação do faroleiro, armazéns, casa do gerador de emergência, a "casa da ronca" (onde estão instalados os dispositivos de aviso sonoro que são utilizados em dias de nevoeiro).
Frequentemente associado aos faróis e aos faroleiros surge um outro personagem: os afundadores. Este termo designa aqueles que criavam falsos faróis com o intuito de atrair os navios para zonas perigosas, causando o seu afundamento, para posteriormente saquearem os destroços. Em Portugal esta prática nunca assumiu a dimensão que teve no norte da Europa, pois ao contrário do que aí acontecia, os salvados de um naufrágio em Portugal pertenciam à Coroa e não a quem os recuperasse.
O termo farol deriva da palavra grega Faros, nome da ilha próxima à cidade de Alexandria onde, no ano 280 a.C., foi erigido o farol de Alexandria — uma das sete maravilhas do mundo antigo. Faros deu origem a esta denominação em várias línguas românicas; como em francês (phare), em espanhol e em italiano (faro) e em romeno (far).
Farol de guindaste. |
Lente de Fresnel do Farol de Araçagi (Brasil). |
Farol de Bodie Island (EUA) |
Farol de Aveiro (Portugal). |
Farol de Olinda (Brasil). |
Nos tempos antigos, o farol era uma lâmpada a óleo ou, com menos frequência, uma lâmpada a gás. Com o tempo, a lâmpada elétrica assumiu quase completamente.
Em lâmpadas maiores, é importante para uma boa queima constante que o óleo esteja a uma certa altura no queimador. Esta condição é satisfeita na lâmpada de nível, onde a altura do óleo no queimador é regulada automaticamente. O óleo vai de um recipiente maior para o recipiente de nível — o nível — e desta parte para o queimador. A altura do óleo no queimador e o nível tornam-se constantes pelo fato de que a entrada de óleo do tanque maior só ocorre quando o óleo no tanque de nível é abaixado durante o estado normal e cortado novamente quando este foi alcançado. Para queimadores menores, geralmente são usadas lâmpadas, cujo recipiente é achatado para que o nível do óleo não varie muito durante a queima. O queimador tem de 1 a 10 pavios — de acordo com a ordem do farol — colocados um ao redor do outro para que o ar possa ter livre acesso entre os pavios. Cada pavio é ligado a um suporte de pavio, equipado com cremalheiras engatadas com engrenagens em parafusos de ajuste. A chaminé de vidro está disposta fora das mechas, que, para subir ainda mais a tiragem, é continuada em cima de um cano metálico, no qual há amortecedores para regular a tiragem. O queimador não é aparafusado, mas um tubo da borda inferior do queimador é colocado frouxamente sobre o tubo do recipiente. A vedação é fornecida por uma trava de mercúrio. Desta forma, é assegurada uma rápida mudança de queimador. Para lareiras menores colocadas em locais de difícil acesso, use lamparinas a óleo com recipiente grande e plano e pavio especialmente preparado que pode queimar por vários meses sem necessidade de supervisão.
O gás de carvão comum encontrou pouco uso em faróis maiores. A razão para isso são os grandes custos para a construção de gasodutos e para o atendimento. Apenas na Irlanda o gás de carvão tem sido usado em maior medida. A lâmpada para esses queimadores está equipada com um grande número de queimadores a gás comuns divididos em grupos; o grupo do meio ainda está queimando, enquanto os outros grupos podem ser adicionados quando o estado da atmosfera requer uma luz mais brilhante. Os queimadores de gás podem ser concebidos como "queimadores de flash" e "queimadores de queimador fixos" abrindo e fechando o gás e usando um aparelho de lente de queimador fixo. Além disso, o gás de carvão tem sido utilizado em faróis portuários com gasoduto da usina de gás da cidade. Somente com o advento do gás comprimido e da rede de incandescência a gás o gás passou a ter um uso cada vez maior na iluminação do farol. A compressibilidade permitia que o gás pudesse ser transportado em contêineres relativamente pequenos, de modo que não fosse necessário instalar usinas de gás especiais em cada farol, mas estas poderiam ser fornecidas a partir de algumas usinas maiores, de onde os recipientes de gás podem ser transportados por mar ou por terra até o local de uso. Além disso, pode-se usar a pressão do gás como uma força motriz para abrir e fechar o gás, através do qual se pode automaticamente dar personalidade aos caras, pois os períodos de luz e escuridão podem ser variados de maneiras diferentes, assim como o consumo de gás pode ser economizado e constante supervisão evitada. Além disso, o gás pode ser usado para desempenho automático de outras funções, como sinais de neblina.
A lâmpada elétrica para faróis tem sido a tendência atual, já que a eletricidade pode ser gerada por alternadores, que, juntamente com os geradores eólicos ou placas solares podem ser instaladas no edifício do farol ou construções anexas. Com instalação elétrica adequada a energia gerada é conduzida para lanterna. Devido à grande intensidade da luz de lâmpadas elétricas em relação ao tamanho da chama obtida por combustão, o aparelho de lente para um queimador elétrico pode ser consideravelmente menor do que com um queimador de óleo.
A luz emitida pelos faróis pode ser de vários tipos:
O alcance da luz dos faróis varia de acordo com vários fatores, tais como a potencia do aparelho ótico, localização do observador, etc, pelo que é expresso de duas formas diferentes:
Para o cálculo do alcance é fundamental ter conhecimento da altura (a distância entre a base e a luz) e a altitude (a diferença entre o nível médio do mar e o plano focal da luz).
A cor da luz dos faróis pode variar de acordo com convenções:
Nota: o texto entre parêntesis é válido para as indicações em língua portuguesa
Nota: a indicação do bordo a dar é válido para a Região A (IALA A) do Sistema de Balizagem Marítima. No Brasil é adotado o sistema IALA B (em que o vermelho/encarnado mostra que a embarcação tem de dar boreste à luz e o verde mostra que a embarcação tem de dar bombordo à luz).
Luzes de navegação ou luzes de bordo. Um veleiro tem uma vermelha (vm) a bombordo e uma luz verde (vd) a estibordo além de uma luz branca (farol de mastro). Ao cruzarem-se fazem-no a ver a luz vermelha do outro.[3]
Legenda
A coluna 'Exemplo' inclui:
Ex: Fl(3) R 15s (linha 4.3)
O primeiro sistema de sinalização náutica a entrar em operação no Brasil foi o farol do antigo Palácio de Friburgo (1642), sede do governo holandês no Recife, em Pernambuco.[5][6] Meio século depois, foi inaugurado em Salvador, na Bahia, o primitivo farol do Forte de Santo Antônio da Barra (1698), substituído no século XIX pela torre atual.[5]
Portugal tem uma notável história marítima. Velejadores Portugueses lançaram e lideraram a Idade das Descobertas Europeias e os navios Portugueses têm vindo a encontrar o seu caminho de regresso a casa, a partir dos longínquos cantos do mundo, desde há cerca de 600 anos. Não surpreende que os faróis tenham desempenhado um papel importante na cultura Portuguesa, e que sejam hoje monumentos nacionais muito acarinhados.
Desde 1892 que está atribuída à Marinha Portuguesa a responsabilidade pela manutenção da rede de faróis na costa de Portugal.
A Direcção de Faróis (DF) foi criada em 1924. É o organismo da DGAM que tem por missão a direcção técnica das ajudas à navegação, coordenando o estudo, instalação, manutenção e extinção das mesmas a nível nacional.Seamless Wikipedia browsing. On steroids.
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