Estilo Português Suave
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Português suave (também chamado estilo nacionalista, estilo tradicionalista ou estilo Estado Novo) é um termo pejorativo usado para designar a arquitetura portuguesa de caráter nacionalista e neotradicionalista promovida pelo Estado Novo, sobretudo durante as décadas de 1930 a 1950.[1]
Descrita como umas das artes mais instrumentalizadas pelo regime, é possível, de acordo com alguns autores, analisar a arquitetura da época por via de três gerações de arquitetos: uma primeira, nos anos 30, marcada pela afirmação de arquitetos junto da campanha de obras públicas promovida pelo regime; uma segunda, que se afirma no pós-Segunda Guerra Mundial, como uma geração politizada para a qual a visão de uma arquitetura moderna não se dissocia da visão de uma sociedade progressista; finalmente, uma terceira geração, cujo caminho se abre após a divulgação, em 1961, do «Inquérito à Arquitetura Portuguesa» e que marca a reconciliação com o lugar e a tradição.[2]
As três gerações são, no entanto, todas elas passíveis de enquadrar no fenómeno multiforme do modernismo – com introdução de inovações como o betão e as paredes de vidro. . A arquitetura do Estado Novo integrou uma estratégia de renovação da sociedade portuguesa[3], convergente com uma expressão ideológica que resultasse num “homem novo” [4] – uma expressão de modernidade.[5] Para o posicionamento conceptual da cultura arquitetónica do Estado Novo, não se ignora, tão-pouco, que a expressão moderna pode ainda resultar da actualização de conhecimentos e práticas já consolidadas, da consideração da disciplina no caso da arquitetura como um ofício do passado e história – a via da tradição em oposição á via das vanguardas.[6]
A arquitetura do Estado Novo é dialogante com uma conjuntura de planeamento urbano. “O regime trabalha com dois urbanistas – Agache e De Gröer. Exaltou a ideia de que Portugal era um país constituído por um povo pacífico, como se dizia à época de “brandos costumes” e de carácter suave, resignado ao seu fado, pobre mas honrado e orgulhoso do seu passado histórico.[7]