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marcas manifestadas fisicamente mas que tradicionalmente são reputadas como tendo origem espiritual Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Os estigmas são marcas manifestadas fisicamente mas que tradicionalmente são reputadas como tendo origem espiritual, e que alguns acreditam reproduzirem as cinco chagas de Jesus Cristo. Os estigmas podem tomar formas variadas, como úlceras, chagas, ferimentos, queimaduras, bolhas e lacerações, dentre outros, e normalmente são verificados em um dos cinco pontos do corpo pelos quais Jesus teria sido pregados à cruz: pés, punhos e tórax.
Enquanto festividade católica, em Portugal é realizada especialmente no dia 7 de Fevereiro.[1]
Muitos estigmatizados têm sido expostos por se utilizarem de artifícios fraudulentos.[2][3] Magdalena de la Cruz, por exemplo, que durante sua vida foi venerada como santa, confessou à beira da morte que seus estigmas haviam sido criados artificialmente e de forma deliberada.[4]
Um dos primeiros neurologistas, Désiré-Magloire Bourneville, publicou diversos trabalhos afirmando que santos afirmando produzir milagres ou estimas, e aqueles alegando serem possuídos por entidades demoníacas, na realidade são afetados por epilepsia ou histeria.[5][6] Outros estudos modernos têm mostrado que estigmas têm origem histérica, ou são produtos de transtornos dissociativos de identidade.[7][8][9][10]
Diversos estudos tem demonstrado que existem relações claras entre constrições produzidas pela fome, estresse mental e auto-mutilação, principalmente no contexto de crenças religiosas.[11] Casos de anorexia nervosa frequentemente apresentam auto-mutilações semelhantes a estígmas, como parte de rituais típicos de transtornos obsessivo-compulsivos. Além disso, a relação entre fome e auto-mutilação tem sido verificada entre prisioneiros de guerra e durante episódios de fome generalizada.[12][13][14]
O psicólogo Leonard Zusne em seu livro Anomalistic Psychology: A Study of Magical Thinking (1989) conclui que:
Casos de estigma recaem em duas categorias: feridas auto-infligidas, que podem ser tanto casos de fraude quanto de auto-mutilação inconsciente, e feridas causadas por estados emocionais... auto-indução (através de auto-sugestão) de coceiras e subsequentes arranhões, dos quais o indivíduo não tem consciência, tem grande chance de ocorrer em pessoas impressionáveis, na presença de estímulos como imagens mentais ou físicas de cenas da crucificação usadas em meditação, e quando deseja-se receber estigmas. O motivo por detrás disso pode ser um conflito inconsciente e um desejo de escapar de uma situação intolerável, para uma situação de invalidez na qual as necessidades da pessoa recebem atenção e cuidado. [...] Muitos casos de estigmas podem ser explicados como fraude ou como feridas auto-provocadas.[15]
Em seu Stigmata: A Medieval Phenomenon in a Modern Age, Ted Harrison sugere que não existe um único mecanismo que produza marcas de estigmas. Harrison não encontrou quaisquer evidências, em estudos de casos contemporâneos, de que estigmas possam ser produzidos de maneira supernatural. Ele conclui, no entanto, que feridas de origem natural nem sempre precisam ser fraudes, no sentido mais comum do termo, pois os motivos que levam pessoas a se auto-mutilarem de maneira inconsciente podem constituir verdades para a pessoa que se auto-mutila. Por exemplo alguns estigmatizados mutilam-se como forma de sofrer com Cristo, como forma de piedade. Outros mutilam-se acidentalmente, e suas feridas são consideradas estigmas por outras pessoas. Segundo ele, frequentemente feridas causadas naturalmente possuem profundas e genuínas respostas religiosas.[16]
Outros estudos têm apontado que os raros casos de estigmas que não resultam de auto-mutilação condizem com sintomas de condições como a painful bruising syndrome.[10][17][18][19][20]
O investigador cético Joe Nickell, que tem investigados casos recentes de estigmas, como aquele de Katya Rivas, afirma que esses casos não podem ser distinguidos de fraudes. [21]
Em 2002, um estudo psicoanalítico da estigmatizada Therese Neumann apontou que suas feridas resultavam de sintomas de estresse pós-traumático, expressos de forma inconsciente em auto-mutilação, por força de uma auto-sugeribilidade anormal.[22]
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