França de Vichy
Estado cliente da Alemanha Nazista, administrando a Zona Franca no sul da França e as possessões coloniais francesas (1940-1944) / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
A França de Vichy (em francês: Régime de Vichy) ou França colaboracionista (em francês: Régime collaborationniste), oficialmente o Estado Francês (État français), foi o Estado francês liderado pelo marechal Philippe Pétain durante a Segunda Guerra Mundial. Recebeu o nome da sua sede de governo, a cidade de Vichy. Oficialmente independente, mas com metade do seu território ocupado sob os duros termos do armistício de 1940 com a Alemanha Nazista, adotou uma política de colaboração. Embora Paris fosse nominalmente a sua capital, o governo estabeleceu-se na cidade turística de Vichy, na "zona franca" desocupada (zone libre), onde permaneceu responsável pela administração civil da França, bem como de suas colônias. [2] A ocupação da França pela Alemanha Nazista afetou inicialmente apenas as porções norte e oeste do país, mas em novembro de 1942 os alemães e italianos ocuparam o restante da França Metropolitana, encerrando qualquer pretensão de independência por parte do governo de Vichy.
|- |Erro:: valor não especificado para "nome_comum" |- | Erro:: valor não especificado para "continente"
État français (Francês) Estado Francês | |||||
Estado sob ocupação parcial (1940–1942) | |||||
| |||||
| |||||
Lema nacional "Travail, Famille, Patrie" ("Trabalho, Família, Pátria") | |||||
Hino nacional "La Marseillaise" (oficial) "Maréchal, nous voilà!" (não oficial)[1]
| |||||
O Estado Francês em 1942:
| |||||
A perda gradual de todo o território de Vichy para a França Livre e as potências Aliadas | |||||
Capital | |||||
Governo | República[b] provisória sob uma ditadura autoritária colaboracionista | ||||
Chefe de Estado | |||||
• 1940–1944 | Philippe Pétain | ||||
Primeiros-ministro | |||||
• 1940–1942 | Philippe Pétain | ||||
• 1940 (interino) | Pierre Laval | ||||
• 1940–1941 (interino) | Pierre-Étienne Flandin | ||||
• 1941–1942 (interino) | François Darlan | ||||
• 1942–1944 | Pierre Laval | ||||
Legislatura | Assembleia Nacional Francesa | ||||
Período histórico | Segunda Guerra Mundial | ||||
• 22 de junho de 1940 | Segundo Armistício de Compiègne | ||||
• 10 de julho de 1940 | Pétain recebe os Plenos Poderes | ||||
• 8 de novembro de 1942 | Operação Tocha | ||||
• 11 de novembro de 1942 | Operação Anton | ||||
• 1944 | Retirada alemã da França | ||||
• 9 de agosto de 1944 | Leis de Vichy revogadas | ||||
• 1944 | Dissolução | ||||
• 22 de abril de 1945 | Captura do Enclave Sigmaringen | ||||
Moeda | Franco francês | ||||
↑ Paris continuou a ser a capital de jure' do Estado Francês, embora o governo de Vichy nunca tenha operado a partir daí. ↑ Embora as instituições da República Francesa tenham sido oficialmente mantidas, a palavra "República" nunca apareceu em nenhum documento oficial do governo de Vichy. |
A Terceira República Francesa iniciou a guerra em setembro de 1939 ao lado dos Aliados. Em 10 de maio de 1940, foi invadida pela Alemanha Nazista. O Exército Alemão rompeu rapidamente as linhas Aliadas, contornando a altamente fortificada Linha Maginot e invadindo através da Bélgica, Luxemburgo e, como extensão, as Ardenas. Em meados de junho, a situação militar dos franceses era terrível e era evidente que perderiam a batalha pela França Metropolitana. O governo francês começou a discutir a possibilidade de um armistício. Paul Reynaud renunciou ao cargo de primeiro-ministro em vez de assinar um armistício, e foi substituído pelo marechal Philippe Pétain, um herói da Primeira Guerra Mundial. Pouco depois, Pétain assinou o Armistício de 22 de junho de 1940.
Em Vichy, Pétain estabeleceu um governo autoritário que reverteu muitas políticas liberais e iniciou uma supervisão rigorosa da economia. Os católicos conservadores tornaram-se proeminentes e Paris perdeu o seu estatuto de vanguarda na arte e cultura europeias. Os meios de comunicação eram rigidamente controlados e promoviam o antissemitismo e, após o início da Operação Barbarossa em junho de 1941, o antissovietismo. Os termos do armistício permitiram algum grau de independência e neutralidade ao governo de Vichy, como manter a Marinha Francesa e o império colonial francês sob controle francês e evitar a ocupação total do país pela Alemanha. Apesar da forte pressão, o governo de Vichy nunca se juntou às potências do Eixo e até permaneceu formalmente em guerra com a Alemanha. Na prática, porém, a França de Vichy tornou-se um regime colaboracionista.
A Alemanha manteve dois milhões de prisioneiros de guerra franceses e impôs trabalho forçado (service du travail obligatoire) sobre jovens franceses. Os soldados franceses foram mantidos como reféns para garantir que Vichy reduziria as suas forças militares e pagaria um pesado tributo em ouro, alimentos e suprimentos à Alemanha. A polícia francesa recebeu ordens de prender judeus e outros "indesejáveis", como comunistas e refugiados políticos, e pelo menos 72.500 judeus franceses foram mortos em campos de concentração nazistas. [3]
A maior parte do público francês inicialmente apoiou o regime, mas a opinião voltou-se contra o governo de Vichy e as forças de ocupação alemãs à medida que a guerra se arrastava e as condições de vida em França pioravam. A oposição aberta intensificou-se à medida que se tornou claro que a Alemanha estava a perder a guerra. A Resistência Francesa, trabalhando em grande parte em conjunto com o movimento França Livre, com sede em Londres, aumentou em força ao longo da ocupação. Após o início da libertação da França em 1944, o Governo Provisório Francês Livre da República Francesa (GPRF) foi instalado como o novo governo nacional, liderado por Charles de Gaulle.
O último exilado de Vichy foi capturado no enclave de Sigmaringen em abril de 1945. Pétain foi levado a julgamento por traição pelo novo Governo Provisório, e condenado à morte, mas esta foi comutada para prisão perpétua por de Gaulle. Apenas quatro altos funcionários de Vichy foram julgados por crimes contra a humanidade, embora muitos tivessem participado na deportação de judeus, abusos de prisioneiros e atos graves contra membros da Resistência.