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arma de haste Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Espontão[1] [2]ou meia-lança é uma arma de haste, de cariz cortoperfurante, semelhante à partasana[3], que mede geralmente mais de dois metros de comprimento[4] e que se encontra guarnecida de uma ponta aguçada em forma de cruz invertida ou cruzeta. [5]
Terão surgido já na segunda metade do séc. XVII, tendo-se difundido e popularizado pela Europa durante os séculos seguintes, conhecendo uso até ao advento do séc. XIX. [6]
Tratava-se duma arma de infantaria composta de uma lâmina de ferro ou aço presa a uma haste sólida de madeira. Dispunha duma longa ponta de ferro, quadrangular ou arredondada, não muito grossa, mas afiada na extremidade. [7]
Quando comparada com o pique, o espontão é uma arma de dimensões mais modestas, cujo comprimento integral não superava os 2 metros e meio[8]:
Dada a folha tricúspide da lâmina, o espontão assemelha-se à ronca.[11] A evidente diferença entre o espontão e a ronca é que nesta última os três dentes partem todos do mesmo cone metálico.
O espontão surge em Itália durante a Idade Média[12], como arma de defesa durante cercos e assédios e, ulteriormente, como arma cerimonial.[13]
No séc. XVII, engrossa o rol da panóplia das tropas de infantaria, que dele se passaram a servir como meia-lança, nas formações quadradas de piqueiros, que se foram assumindo como o modelo de formação defensiva campal. [13]
Com efeito, a eficácia deste tipo de estratégia defensiva dependia, em larga medida, da capacidade das tropas em conseguir defender as suas posições, enquanto os seus camaradas estivessem a volver de uma formação em coluna para uma formação em linha.[14] Estas movimentações das tropas ocorriam, amiúde, sob fogo do inimigo, pelo que o espontão se volvia de um valor inestimável, nestas circunstâncias, porquanto permitia aos seus portadores, a partir das linhas de trás, proteger as tropas da primeira linha de fogo, enquanto estas mudavam de uma formação para a outra.[14]
Chegou, também, a ser usada em contexto náutico como arma de abordagem a embarcações.[15]
Continuou a ser usada quase até ao final do séc. XVIII, como arma dos oficiais das companhias de infantaria.[16] No decurso do século XVIII, ao passo que a maior parte das armas brancas andava a desaparecer dos campos de batalha europeus, substituídas pela difusão avassaladora da baioneta[16], o uso do espontão manteve-se, como arma distintiva dos suboficiais da tropa. Alguns suboficiais ingleses chegaram inclusive a servir-se deles Batalha de Culloden (16 de Abril 1746)[17]. Ainda durante as guerras napoleónicas, o espontão era a arma principal dos sargentos, que dele se serviam para defenderem as insígnias de um batalhão ou regimento dos ataques da cavalaria.[13]
Caiu em desuso sensivelmente já durante as guerras napoleónicas, sendo certo que em vários reinos europeus, como a Prússia, o seu uso já se encontrava proibido desde 1806.[15]
Ainda hoje, o espontão é ainda usado como arma cerimonial pela Old Guard Fife and Drum Corps do exército americano.[18]
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