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Espirro ou esternutação é uma expulsão de ar, convulsiva e semiautônoma, do nariz e boca. Algumas doenças podem ser transmitidas pelo espirro que espalha até 40 000 gotículas infecciosas cujo diâmetro varia de 0,5 a 5 µm.[1]
O espirro geralmente é causado por irritação nasal e às vezes por bloqueio bacteriano na garganta, pulmões ou nas passagens do nariz. Substâncias que causam alergia como pólen, pimenta, pelos de animais, poeiras, assim como outras partículas que não causam alergia são geralmente inofensivas, mas quando irritam o nariz, o corpo responde ao expirá-las das passagens nasais.
O espirro é uma reação do corpo à obstrução das vias nasais, principalmente o nariz e a garganta. Sua função é expelir do corpo algo que o está incomodando. É por isso que espirramos quando estamos em ambientes empoeirados, sujos ou muito perfumados. Outra ocasião em que espirramos bastante é quando estamos resfriados. Nesse caso, o organismo usa o espirro para tirar do corpo o catarro dos pulmões.
Os músculos das costas, abdômen, aqueles abaixo das costelas estão envolvidos no espirro. Quando poeira, fumaça ou cheiro irrita o nariz, o centro respiratório é informado e interrompe a respiração normal, faz você inspirar profundamente, e, subitamente, faz todos esses músculos se contraírem, empurrando todo o ar para fora de uma vez só. A glote bloqueia a saída do ar dos pulmões, como se fosse uma tampa na garganta e logo em seguida se abrem, liberando o caminho.
Geralmente é considerado impossível alguém manter as pálpebras abertas durante um espirro. O reflexo de fechar os olhos é devido a uma proposta não óbvia: os nervos que servem os olhos e nariz estão próximos e relacionados, e o estímulo a um deles geralmente estimula alguma resposta no outro. Entretanto o fechamento dos olhos pode proteger os ductos lacrimais e vasos sanguíneos das bactérias expelidas no espirro.
O estímulo que inicia o reflexo do espirro é a irritação das vias nasais; impulsos aferentes passam pelo quinto par craniano para o bulbo, onde o reflexo é desencadeado. Série de reações semelhantes às do reflexo da tosse ocorrem: Primeiro, até 2,5 litros são rapidamente inspirados; Segundo, a epiglote se fecha e as cordas vocais são fechadas com firmeza para aprisionar o ar no interior dos pulmões; Terceiro, a contração dos músculos abdominais, pressionando o diafragma, e contração dos intercostais internos, aumentando a pressão intrapulmonar a 100 mmHg; Quarto, as cordas vocais e epiglote se abrem bruscamente causando a "explosão" do ar para o meio externo.- acontece; entretanto, que a úvula é deprimida, de forma que grandes quantidades de ar passam rapidamente pelo nariz, ajudando assim a limpar as vias nasais do material estranho.¹
Reprimir ou suster um espirro pode, especialmente em caso de patologias preexistentes, ter consequências muito graves, devido ao aumento súbito da pressão intracraniana, intratorácica ou intra-abdominal, podendo ocasionar lesões no nervo óptico (glaucoma) ou na retina (retinopatia por Valsalva), provocar cefaleias, hemorragias oculares, forçar o ar pelas trompas de Eustáquio e causar ruptura do tímpano ou lesão no ouvido interno provocando vertigem ou perda auditiva, enfraquecer um vaso sanguíneo no cérebro e provocar a sua ruptura (AVC), etc., por tais motivos nunca se deve evitar dar um espirro.[2]
O espirro não pode ocorrer durante o sono devido à atonia do sono REM – um estado corporal em que os neurônios motores não são estimulados e os sinais reflexos não são retransmitidos ao cérebro. No entanto, estimulantes externos suficientes podem fazer com que uma pessoa acorde do sono para espirrar, mas qualquer espirro que ocorra depois aconteceria em um estado parcialmente acordado.[3][4]
Em 400 a.C. o general ateniense Xenofonte fez um dramático discurso estimulando seus soldados a segui-lo para libertar ou morrer contra os Persas. Ele falou por uma hora motivando seu exército e assegurando um retorno seguro a Atenas até que um soldado ressaltou sua conclusão com um espirro. Pensando que este espirro foi um sinal dos Deuses, os soldados saudaram Xenofonte e seguiram seu comando. Outro momento divino do espirro para os Gregos ocorreu na história de Ulisses. Ulisses retornou para casa disfarçado de mendigo e conversou com sua amada esposa Penélope. Ela disse para Ulisses, não sabendo de quem se tratava, que ele iria retornar em segurança para desafiar seus pretendentes. Neste momento o filho deles, Telêmaco, deu um sonoro espirro e Penélope riu alegremente, reafirmando que isto era um sinal dos Deuses.[5]
Entre os Pagãos de Flandres, um espirro era um mau presságio.
Os católicos popularizaram o uso da bênção como resposta aos espirros. O costume de exclamar "Saúde!" depois de um espirro começou por volta do ano 590, quando a peste começou a assolar a Europa. Para combater a peste, o Papa Gregório Magno (540-604 ) ordenou constantes litanias, procissões e orações. Quem espirrou tinha que ser imediatamente denunciado com a exclamação "Saúde!", que funcionava como uma oração para abençoar o local e impedir o desenvolvimento da peste, mas que também estigmatizava quem acabava de espirrar como se fosse um camponês carregando a peste, doença desconhecida.
Na Hungria, Eslováquia e Eslovênia e alguns países do oriente médio, o espirro que ocorre após alguém fazer uma afirmação é às vezes interpretada como uma confirmação por Deus de que a afirmação era verdadeira.
No Japão, as pessoas frequentemente acreditam que o espirro ocorrem quando elas estão sendo faladas ou mal-faladas pelas costas ou por uma pessoa muito distante.
É uma crença comum na Índia que alguém que espirra inesperadamente lembra ou é lembrado por uma pessoa querida. A maioria dos indianos considera espirrar saudável, e a inabilidade de espirrar ser causa para alarde. A revista americana Psychology Today publicou um artigo sobre cientistas indianos que nomearam a incapacidade de espirrar como "asneenzia"; os indianos têm utilizado o cheiro do tabaco como uma maneira artificial de induzir o espirro.
As onomatopeias para o som do espirro na língua portuguesa são "atchim, atchum" entre outras.
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No Brasil, quando alguém espirra, é comum ao menos uma pessoa dizer "Saúde!" no primeiro espirro, "Deus te ajude!" no segundo e "Deus te faça feliz!" no terceiro. Normalmente quem espirrou responde dizendo "Amém" ou "Obrigado". Em contrapartida, em Portugal, é bastante comum responder com "Santinho!" ou "Viva!". Nos países de língua inglesa se diz "God bless!" (deus te abençoe).
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