Escola Austríaca
Escola de pensamento econômico / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
A Escola Austríaca (também conhecida como Escola de Viena) é uma escola de pensamento econômico que enfatiza o poder de organização espontânea do mecanismo de preços. A Escola Austríaca afirma que a complexidade das escolhas humanas subjetivas faz com que seja extremamente difícil (ou indecidível) a modelação matemática do mercado em evolução e defende uma abordagem laissez-faire para a economia. Os economistas da Escola Austríaca defendem a estrita aplicação rigorosa dos acordos contratuais voluntários entre os agentes econômicos, e afirmam que transações comerciais devam ser sujeitas à menor imposição possível de forças coercitivas como as Governamentais e/ou Corporativistas. Seus membros defendem, por exemplo, o free banking (sistema bancário sem regulamentação e com emissão de moeda privada).[1]
A Escola Austríaca deriva seu nome de seus fundadores e adeptos iniciais predominantemente austríacos, incluindo Carl Menger, Eugen von Böhm-Bawerk e Ludwig von Mises. Outros proeminentes economistas da Escola Austríaca do século XX incluem Henry Hazlitt, Israel Kirzner, Murray Rothbard, e o vencedor do Prémio de Ciências Económicas Friedrich Hayek.[2] Embora chamados de "austríacos", os atuais defensores da escola austríaca podem vir de qualquer parte do mundo. A Escola Austríaca foi influente no início do século XX e foi por um tempo considerada por muitos como sendo parte do pensamento econômico dominante (ou economia mainstream). Contribuições austríacas ao mainstream incluem ser uma das principais influências no desenvolvimento da teoria do valor neoclássica, incluindo a teoria do valor subjetivo em que se baseia, bem como as contribuições para o debate sobre o problema do cálculo econômico, que diz respeito à propriedades de alocação de uma economia planificada versus as propriedades de alocação de uma economia de livre mercado descentralizada.[3] Entre os principais influenciados está o presidente norte-americano Ronald Reagan[4] que afirmou que Milton Friedman, Friedrich Hayek e Ludwig von Mises formaram a "essência da sua agenda econômica como presidente",[5] chamada de Reaganomics.
A partir de meados do século XX em diante, foi considerada uma escola heterodoxa,[6][7] e atualmente contribui relativamente pouco para o pensamento econômico dominante.[8][9] No entanto, algumas afirmações de economistas da Escola Austríaca foram interpretados por alguns como avisos sobre a crise financeira de 2007-2009, que por sua vez levou ao interesse renovado em teorias da Escola.
Economistas da Escola Austríaca argumentam que o único meio de se chegar a uma teoria econômica válida é derivá-la logicamente a partir dos princípios básicos da ação humana, um método denominado Praxeologia. Este método sustenta que permite a descoberta de leis econômicas fundamentais válidas para toda a ação humana. Paralelamente a praxeologia, essas teorias tradicionalmente defendem uma abordagem interpretativa da história para abordar acontecimentos históricos específicos.[10] Além disso, enquanto economistas freqüentemente utilizam experimentos naturais, os economistas austríacos afirmam que testabilidade na economia é virtualmente impossível, uma vez que depende de atores humanos que não podem ser colocados em um cenário de laboratório sem que sejam alteradas suas possíveis ações. Economistas pertencentes ao mainstream acreditam que a metodologia adotada pela moderna economia austríaca carece de rigor científico;[11] Os críticos argumentam que a abordagem austríaca falha no teste de falseabilidade.[12][13]
A Escola Austríaca é uma escola heterodoxa,[14] isso significa que possuem pensamentos e teorias que não vão de acordo com as ideias da economia ortodoxa, pois se baseia no individualismo metodológico a tese de que os fenômenos sociais resultam exclusivamente das motivações e ações individuais.
A Escola Austríaca se originou em Viena no final do século XIX e início do século XX, algumas das principais contribuições foram de Carl Menger, Eugen Böhm von Bawerk e Friedrich von Wieser.[15] Estava em oposição à Escola Histórica em uma disputa metodológica.
Entre as primeiras contribuições da Escola Austríaca estão: a teoria subjetiva do valor, o marginalismo na teoria dos preços e o problema do cálculo econômico.[16]
Em 1974, no ano seguinte à morte de Mises, seu díscipulo F. A. Hayek recebeu um renovado impulso internacional ao desenvolvimento doutrinal da Escola Austríaca ao receber o Prêmio Nobel de Economia.[17]