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espécie de inseto Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Erinnyis ello (no Brasil conhecida por Mandarová e Gervão) é uma mariposa da família Sphingidae. Distribui-se desde a Argentina, passando pela América Central até os Estados Unidos (tão ao norte quanto o sul do estado de Nevada).[2] Essa larga distribuição se deve à sua grande aerodinâmica corporal, que lhe faculta percorrer longas distâncias; evidências dão conta de que seja originária do Brasil, onde registros como praga datam de fins do século XIX, no Rio Grande do Sul e em São Paulo.[3]
Mandarová Gervão Erinnyis ello | |||||||||||||||||
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Erinnyis ello♂ △ | |||||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||||
Erinnyis ello (Linnaeus, 1758)[1] | |||||||||||||||||
Sinónimos | |||||||||||||||||
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A E. ello distingue-se de todas as demais espécies do gênero Erinnyis pela base de cor laranja na asa superior, bem como pela presença de faixas nas cores cinza e preta no abdômen.[1] Presente em ambientes tropicais e subtropicais.[2]
A duração do ciclo de vida varia de acordo com as condições climatológicas.[4] O macho adulto tem a asa anterior na cor acinzentada, com uma faixa no meio de cor preta, cuja largura varia da base até a ponta; já a fêmea tem a asa anterior num cinza claro quase uniforme e leve traço da faixa mediana, além de outros elementos padrão.[1] Em ambos os sexos as asas posteriores são alaranjadas com uma borda preta.[5]
As fêmeas atraem os machos graças ao feromônio liberado por uma glândula existente na ponta do abdômen.[5] Alimentam-se de néctar de várias flores, como da Saponaria officinalis e medem entre 7,5 a 8,5 cm.[2]
As fêmeas podem depositar, ao longo de seus 19 dias de vida, até 1.850 ovos, dos quais 70% são postos na primeira semana de vida adulta.[4]
A oviposição se dá na parte superior das folhas, e os ovos são ovais e lisos, com cerca de 1,5 mm de diâmetro; a cor inicialmente é de um verde brilhante que, após um dia, fica amarelada com vários pontos vermelhos (ovos escurecidos são sintoma de parasitismo); dura para incubar de 2 a 6 dias.[3]
As lagartas possuem cores bem variáveis.[5] Seus tons podem ser verde,
amarelo, alaranjado, marrom, cinza-escuro ou preto, a depender de fatores como a quantidade de larvas (aglomeração), tipo do alimento e clima.[3]
São polifágicas, atacando mais de vinte e cinco espécies de vegetais (a maioria deles produtores de látex).[3] Se alimentam das folhas de mamão (Carica papaya) e outras plantas da família Caricaceae ou ainda das Euphorbiaceae, Myrtaceae, algumas Sapotaceae, Euphorbiaceae, da goiaba e outros vegetais.[5]
A lagarta passa por cinco ínstares (diferenciados pela coloração do apêndice abdominal e tamanho da larva), com duração de cerca de 12 a 15 dias, sendo mais voraz no último deles (quando consomem 75% daquilo que se alimentam); medem, então, cerca de 10 a 12 cm.; no primeiro estágio trazem o apêndice do abdômen comprido e fino, de largura uniforme e semelhante a uma seta, de cor preta; no segundo esse apêndice apresenta uma base mais grossa e a coloração começa a diminuir até ficar de cor creme clara no terceiro ínstar, e formato cônico; no quarto esse apêndice fica menor e mais grosso, geralmente creme claro, até ficar bem curto no último estágio.[3]
Após a fase larval formam pupa livre que se mistura aos detritos existentes no solo.[5] A lagarta madura se mistura às folhas do solo e permanece por aproximadamente dois dias imóvel e sem se alimentar até completar a pupação; esta fase dura de 15 a 30 dias, e seu tamanho é de 4 a 6 cm., com tonalidades que variam do castanho claro ao escuro.[3]
Suas larvas atacam diversas culturas, além das já citadas, como alfafa, algodão, amendoim, arroz, batata, cana-de-açúcar, coco, couve, milho, tabaco, etc., sendo especialmente danosa por seu potencial desfolhante nas culturas da mandioca e da seringueira (em ataques intensos podem destruir a planta, se alimentando inclusive dos ramos mais finos);[6] além dos danos diretos, provocam efeitos indiretos como consequência da diminuição acentuada da fotossíntese na planta, pois pode acarretar a perda total das folhas,[4] além de permitir a introdução de doenças no vegetal nas áreas lesionadas; graças a isto, das mais de duzentas espécies de artrópodes que atacam a mandioca, ela é considerada a mais importante.[3]
Em plantações pequenas pode ser feito o controle manual das larvas; o combate biológico se faz através do besouro Calosoma sp., por parasitas que atacam os ovos (Trichogramma sp.) ou as lagartas (Belvosia sp. e Oxysarcodexia sp.) e ainda por baculovírus e Bacillus thuringiensis para as lagartas nos primeiros ínstares; já o controle químico se faz com uma variedade grande de inseticidas, específicos e seletivos aos inimigos naturais.[6] Os adultos podem ser controlados mediante o uso de armadilhas luminosas.[4]
O combate deve ser feito nos três primeiros estágios de desenvolvimento; nos dois últimos as lagartas são mais resistentes ao manejo, tanto químico quanto biológico.[3]
Apesar da importância econômica, a infestação do mandarová não se dá de forma continuada, ocorrendo um intervalo por vezes de vários anos entre uma infestação e outra.[3]
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