Eleição presidencial do Irã em 2009
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A décima eleição presidencial do Irã foi realizada em 12 de junho de 2009. Participaram da disputa os quatro candidatos aprovados pelo Conselho dos Guardiães da Constituição: Mohsen Rezaei (Independente), Mehdi Karroubi (Etemad-e-Melli), Mir Hussein Mussavi (Frente Reformista) e o atual presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad (Abadgaran).[1] A principal disputa pelo posto presidencial desdobrou-se entre o presidente conservador e o reformista-conservador Mussavi. Foram as primeiras eleições em que os candidatos participaram de debate ao vivo em televisão.[2]
O presidente do Irã é o mais alto cargo eletivo do país, no entanto, seu titular não tem poder sobre a definição da política externa nem é o chefe das forças armadas. Os candidatos à presidência do país têm de ser aprovados pelo Conselho dos Guardiães, um órgão de doze membros - seis clérigos, selecionados pelo Supremo Guia do Irã (o aiatolá), e seis juristas, propostos pelo chefe do poder judiciário e aprovados pelo parlamento iraniano.[3][4] A taxa de participação de 85% foi o recorde absoluto.[5]
Com 62,6% dos votos no primeiro turno, a Comissão Eleitoral Iraniana declarou em 13 de junho Mahmoud Ahmadinejad vencedor da eleição.[6] Após o anúncio dos resultados, Mussavi recusou-se a reconhecer a vitória oficial de Ahmadinejad e milhares de partidários do principal candidato da oposição saíram às ruas para protestar na capital Teerã e outras cidades iranianas.[7] Durante as manifestações, que ocorreram em diferentes dias, houve confrontos entre manifestantes e as forças de segurança iranianas que resultaram, segundo números oficiais, em ao menos 20 mortos.[8] Também foram presos membros de alguns partidos da oposição. Os protestos por conta da eleição de 2009 configuraram-se em um dos mais intensos desde a Revolução Iraniana de 1979, que derrubou a ditadura do xá Reza Pahlevi.[9] O aiatolá Ali Khamenei rejeitou denúncias de fraude e exigiu que a oposição reconheça o resultado oficial.[10]
A União Europeia e vários países ocidentais expressaram preocupação sobre supostas irregularidades ocorridas na apuração, e alguns analistas e jornalistas dos Estados Unidos e da Europa levantaram dúvidas sobre a autenticidade dos resultados.[11] Entretanto, muitos Estados-membros da Organização da Conferência Islâmica, assim como a Rússia, a China, a Índia e o Brasil reconheceram a vitória Ahmadinejad como legítima.