Eleições estaduais em Pernambuco em 1954
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As eleições estaduais em Pernambuco em 1954 ocorreram no dia 3 de outubro como parte das eleições gerais no Distrito Federal, em 20 estados e nos territórios federais do Acre, Amapá, Rondônia e Roraima. Foram eleitos o governador Cordeiro de Farias, os senadores Jarbas Maranhão e Antônio de Novais Filho, além de 22 deputados federais e 65 deputados estaduais.[1][nota 1][nota 2]
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Eleições estaduais em Pernambuco em 1954 | ||||
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3 de outubro de 1954 (Turno único) | ||||
Candidato | Cordeiro de Farias | João Cleofas | ||
Partido | PSD | UDN | ||
Natural de | Jaguarão, RS | Vitória de Santo Antão, PE | ||
Vice | Não havia | Não havia | ||
Votos | 239.315 | 204.616 | ||
Porcentagem | 53,91% | 46,09% | ||
Candidato mais votado por município (103):
Cordeiro de Farias (76)
João Cleofas (27) | ||||
Titular Eleito | ||||
Gaúcho de Jaguarão, o militar Osvaldo Cordeiro de Farias sentou praça na Escola Militar do Realengo e participou do Movimento Tenentista antes de comandar um dos destacamentos da Coluna Prestes.[2] Com o fim do movimento exilou-se na Bolívia, mas retornou de forma clandestina ao Brasil em 1928 onde foi preso. Absolvido em julgamento posterior foi reintegrado ao Exército e participou da Revolução de 1930. Quando a Junta Militar de 1930 esteve no poder trabalhou no gabinete do ministro da Guerra, Leite de Castro. Sob a presidência de Getúlio Vargas assumiu a chefia de polícia em São Paulo e após deixar o cargo combateu a Revolução Constitucionalista de 1932. De volta à cidade do Rio de Janeiro, opôs-se à Aliança Nacional Libertadora.
Concluído o curso na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército foi lotado na Terceira Região Militar em Porto Alegre e chegou ao cargo de interventor federal no Rio Grande do Sul em 1938 exercendo-o por cinco anos. Saiu do posto após cinco anos e integrou-se, como General, à Força Expedicionária Brasileira e lutou na Itália durante a Segunda Guerra Mundial. Com o fim do conflito ajudou a derrubar o Estado Novo e em 1949 assumiu a direção da Escola Superior de Guerra e depois foi realocado para o Comando Militar do Nordeste.[2] Filiado ao PSD elegeu-se governador de Pernambuco e garantiu o quarto triunfo consecutivo do partido em disputas pelo Palácio do Campo das Princesas.
Em 23 de maio de 1957 a Assembleia Legislativa de Pernambuco realizou uma sessão especial destinada a criar o cargo de vice-governador e eleger seu ocupante, o qual seria empossado no mesmo dia. Presentes sessenta e um deputados, o candidato Otávio Correia angariou cinquenta e dois votos contra seis de Miguel Arraes, um de José Mixto e um voto em branco.[3] Paraibano de Cabaceiras, é advogado pela Universidade Federal de Pernambuco e em 1930 foi nomeado prefeito de Vertente do Lério. Após o fim da Era Vargas foi eleito deputado estadual via PSD em 1947 e foi governador interino nos sete meses anteriores à posse de Barbosa Lima Sobrinho. Eleito deputado federal em 1950, licenciou-se para ser secretário de Justiça no governo Etelvino Lins e no pleito seguinte venceu a eleição para deputado estadual pelo PSP.[4]
Na disputa para senador o candidato eleito com maior votação foi o advogado Jarbas Maranhão. Formado pela Universidade Federal de Pernambuco, ele nasceu em Nazaré da Mata e foi oficial de gabinete do interventor Agamenon Magalhães e depois fundou e presidiu a seção pernambucana da Legião Brasileira de Assistência. Eleito deputado federal em 1945 e 1950, chegou a presidir o diretório estadual do PSD, legenda da qual saiu após integrar uma dissidência apesar de ter sido um dos fundadores da mesma.[5] Depois de algum tempo ingressou no PST e foi eleito para o Senado Federal.[6]
Também advogado e igualmente formado na Universidade Federal de Pernambuco, o agropecuarista Antônio de Novais Filho nasceu em Cabo de Santo Agostinho. Membro do Instituto Histórico e Geográfico de Pernambuco e colaborador do Diário de Pernambuco, foi secretário de Agricultura na interventoria de Amaro de Azambuja Vilanova e depois prefeito do Recife por oito anos por escolha de Agamenon Magalhães. Eleito senador pelo PSD em 1945, ingressou depois no PL e ao final do governo Eurico Gaspar Dutra foi ministro da Agricultura e ministro interino da Educação antes de ser reeleito senador.[7][nota 3]