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Dídimo, o Cego (em grego: Διδύμος; romaniz.: Didymos; c. 313 - ca. 398) foi um teólogo da Igreja Copta de Alexandria, cuja famosa Escola catequética ele dirigiu por meio século. Diversas Igrejas Ortodoxas se referem a ele como "São Dídimo, o Cego".[1]
São Dídimo, o Cego | |
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Ícone copta de São Dídimo | |
Líder da Escola Catequética de Alexandria | |
Nascimento | c. 313 Egito |
Morte | c. 398 Alexandria? |
Veneração por | Igreja Ortodoxa |
Portal dos Santos |
Ele se tornou um cego em tenra idade e, portanto, lhe faltavam os rudimentos do aprendizado. Ainda assim, ele demonstrou uma inteligência milagrosa ao aprender com perfeição a dialética e até mesmo geometria, um ramo que necessita particularmente da visão.[2]
Embora ele tenha ficado cego com a idade de quatro anos[3] antes de ter aprendido a ler, ele conseguiu aprender toda a gama de ciências disponível para os estudiosos da época. Ele foi também um leal estudante de Orígenes e um opositor feroz do arianismo e de Macedônio.
Ao entrar para o serviço para a Igreja, ele foi colocado como líder da Escola Catequética de Alexandria, onde ele vivia e trabalhava. De acordo com Paládio,[4] o bispo e historiador do século V, Dídimo continuou leigo toda sua vida e se tornou um dos mais cultos ascetas de seu tempo. Ele contava entre seus discípulos Jerônimo (que dedicou-lhe um verbete em sua De Viris Illustribus) e Tirânio Rufino.
Como Orígenes, Dídimo pregava a salvação universal, escrevendo que "na liberação de todos, ninguém permanece cativo" e, acreditando que o castigo divino tem natureza corretiva e educativa.[5] Jerônimo, que se referia à Dídimo não como "cego" mas como "vidente"[3], escreveu que ele "ultrapassava todos de seu tempo em conhecimento das escrituras" e Sócrates Escolástico[6] depois chamou-o de "o grande bastião da verdadeira fé".[5] Dídimo era visto como um professor cristão ortodoxo e era muito admirado e respeitado até o fatídico ano de 553, pelo menos.[7]
Em 553, o Segundo Concílio de Constantinopla condenou suas obras, mas não ele. No Terceiro Concílio de Constantinopla (680), Dídimo foi novamente ligado à Orígenes e acabou condenado com ele. Porém, a doutrina de Orígenes e de Dídimo que se entendia ser a mais herética não era o universalismo, nem a sua confiança no não canônico Evangelho dos Hebreus e nem também sua crença de que Mateus e Levi[8] seriam duas pessoas diferentes (ao contrário de Lucas 5:27, mas sim a sua fé na "abominável doutrina da transmigração das almas".[5]
Dídimo escreveu muitas obras: comentários sobre todos os Salmos, sobre os evangelhos de Mateus e João, uma obra "Contra os Arianos" e "Sobre o Espírito Santo", que Jerônimo traduziu para o latim. Ele também escreveu sobre Isaías, Oséas, Zacarias, Jó e sobre muitos outros assuntos[2].
Como resultado de sua condenação em Constantinopla, muitas de suas obras acabaram não sendo copiadas durante a Idade Média e se perderam. Porém, um grupo de códices de papiros dos séculos VI e VII foram descobertos em 1941 perto de Toura, no Egito (ao sul da cidade do Cairo) incluem seus comentários sobre Jó, Zacarias, Gênesis e - de autoria incerta - Eclesiastes e dos Salmos 20 até 46.[9]
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