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Duplo Sentido é o quarto álbum de estúdio da banda brasileira Camisa de Vênus, gravado no Estúdio RAC, em São Paulo, e lançado na terceira semana de outubro de 1987 pela gravadora WEA. Marca o fim do conjunto em sua formação original. Após este álbum, o baterista Aldo Machado não voltaria a tocar com seus companheiros devido a suas convicções religiosas.
Duplo Sentido | |||||||
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Álbum de estúdio de Camisa de Vênus | |||||||
Lançamento | Terceira semana de outubro de 1987 | ||||||
Gravação | 1987 | ||||||
Estúdio(s) | Estúdio RAC, em São Paulo | ||||||
Gênero(s) | |||||||
Duração | 63:11 | ||||||
Idioma(s) | Português | ||||||
Formato(s) | |||||||
Gravadora(s) | WEA | ||||||
Produção | Pena Schmidt | ||||||
Cronologia de álbuns de estúdio por Camisa de Vênus | |||||||
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Singles de Duplo Sentido | |||||||
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Após o lançamento do terceiro álbum de estúdio, em novembro de 1986, o Camisa de Vênus saiu novamente em turnê para promover o disco. Correndo o Risco seria o álbum mais vendido e de maior sucesso da banda, ganhando disco de platina e vendendo mais de 300 mil cópias, rendendo três singles de grande repercussão e sucesso radiofônico. Assim, no ano seguinte, quando a banda se reuniu novamente em estúdio para gravar o sucessor daquele disco, Marcelo Nova comunicou o resto da banda que aquele seria o último álbum dele com a banda; que ele seguiria carreira solo; mas que poderia ficar com eles até eles encontrarem um novo vocalista. Foi o guitarrista Karl Hummel quem negou a possibilidade da banda continuar sem Marcelo. Então, eles decidiram que aquele seria o último disco da banda, que se encerraria após a turnê de promoção do álbum.[1]
A produção deste disco foi prejudicada pelo fato de o fim da banda estar já consumado. Marcelo Nova negociou com André Midani para que este disco fosse duplo e valesse pelos 2 álbuns que a banda devia à gravadora pelo contrato que havia sido assinado; com o que Midani concordou. O disco foi gravado no Estúdio RAC, em São Paulo, mesmo lugar em que foi gravado o álbum anterior, com as gravações ocorrendo de modo completamente diferente ao dos discos anteriores: neste álbum, raramente a banda se encontrava toda nos estúdios, cada um fazendo a sua parte de modo separado. Ao final, o produtor Pena Schmidt ficou responsável por reunir todo o material na mixagem. Uma das poucas exceções foi a canção "Me Dê uma Chance", tocada ao vivo em estúdio.[1]
O álbum abre com "Lobo Espiatório", um rock autêntico no qual a banda se manifesta em solidariedade a Lobão, que era constantemente preso, chegando a ter sido condenado a 3 meses de prisão.[2][3] A canção abre com a voz de Al Pacino executando partes do diálogo da famosa "cena do restaurante", do filme Scarface.[4] Em seguida, vem "O País do Futuro", canção que abre com Marcelo citando um slogan da ditadura ("ninguém segura este país!") em meio ao caos vivido com o Plano Cruzado, tem como temática críticas agressivas à Nova República, com Nova citando, inclusive, o episódio que ficou conhecido como "Picaretaço", quando, em 25 de junho de 1987, o governador do Rio de Janeiro à época, Moreira Franco, e o então presidente da república, José Sarney, sofreram um atentado.[4][5] Na sequência, "Ana Beatriz Jackson" traz uma história em que os instrumentos citam "Billie Jean", de Michael Jackson. Fechando o primeiro lado, "Após Calipso" é a mais punk rock do álbum.[4][6]
O lado B abre com um verdadeiro blues, "Me Dê uma Chance", tocada ao vivo em estúdio.[4][6] Em seguida, "Deusa da minha Cama" é uma típica balada romântica que conta com a participação da mulher de Marcelo, Inês Nova, dizendo "bom dia".[6] "Chamam isso Rock and Roll" é uma canção autobiográfica sobre a vida na estrada, com Marcelo Nova imitando Elvis Presley.[4]
Abrindo o lado C, "Muita Estrela, Pouca Constelação" é o maior sucesso do álbum. Tendo como temática o "show business" brasileiro, traz uma das letras mais lúcidas e que melhor retratam a cena rock no Brasil, sendo a primeira participação de Raul em um disco alheio, com este mais vivo e presente do que nunca. Em seguida, vem "O Último Tango", um verdadeiro tango que foi teve a radiodifusão proibida.[4][6] "O Suicídio Parte II" é uma releitura de uma faixa do primeiro álbum da banda. O lado fecha com "Chuva Inflamável", a única faixa instrumental do disco e a segunda lançada pelo Camisa em toda a carreira.[4]
O último lado é feito apenas de covers de artistas que ficaram à margem do interesse da grande mídia,[2] escolhidos por Marcelo a partir de suas influências. Abre com "Enigma", composta por Adelino Moreira e gravada por Nelson Gonçalves. Originalmente um bolero, torna-se em um vigoroso e fantástico punk rock na versão do Camisa. Em seguida, "Farinha do Desprezo", uma embolada de Capinam e Jards Macalé, é transformada em um punk rock bizarro e genial, tal qual a banda já havia feito com "Gotham City", dos mesmos compositores.[4][6] Então, temos "A Canção do Martelo" que é uma versão de "Hammer Song" da The Sensational Alex Harvey Band. Na sequência, uma versão para "Aluga-se", de Raul Seixas, que abre com o famoso bordão de Sarney ("brasileiros e brasileiras").[4] O disco fecha com uma vigorosa versão punk rock da brega "Canalha", de Walter Franco.[6]
O álbum foi lançado na terceira semana de outubro de 1987, pela gravadora WEA, com distribuição da RCA Victor. Juntamente com o álbum, é lançado, também, um single: um compacto simples com "Muita Estrela, Pouca Constelação", primeira participação de Raul Seixas em um disco alheio.[4][7][8]
Críticas profissionais | |
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Avaliações da crítica | |
Fonte | Avaliação |
Estado de S. Paulo (1987) | Favorável[4] |
Zona Punk (2000) | Favorável[6] |
Alberto Villas, escrevendo para o Estado de S. Paulo, elogia muito o disco, especialmente por sua diversidade, sua sutileza e seus improvisos. Entretanto, ressalva que não se deve pensar que, por ser um disco duplo, o álbum revela uma banda displicente. Por isso, escreve que "o Camisa nada contra a corrente com competência".[4] Wladimyr Cruz, escrevendo para o Zona Punk, também elogia a diversidade do álbum e os recursos linguísticos utilizados nas letras, com muito deboche, ironia e sarcasmo. Ao final, lamenta que discos como esse não sejam mais possíveis de ser produzidos pelas bandas de rock brasileiras, haja vista o marasmo em que o mercado se tornou.[6]
Esta secção necessita de expansão. |
Faixas dadas pelo Spotify.[9]
Todas as faixas escritas e compostas por Gustavo Mullem, Karl Hummel e Marcelo Nova, exceto onde indicado.
Lado A | ||||||||||
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N.º | Título | Compositor(es) | Duração | |||||||
1. | "Lobo Espiatório" | 3:15 | ||||||||
2. | "O País do Futuro" | Marcelo Nova / Robério Santana | 2:37 | |||||||
3. | "Ana Beatriz Jackson" | 2:35 | ||||||||
4. | "Vôo 985" | Aldo Machado / Gustavo Mullem / Karl Hummel / Marcelo Nova | 2:58 | |||||||
5. | "Após Calipso" | 3:45 |
Lado B | ||||||||||
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N.º | Título | Compositor(es) | Duração | |||||||
1. | "Me Dê uma Chance" | 6:56 | ||||||||
2. | "Deusa da Minha Cama" | 2:46 | ||||||||
3. | "Chamam Isso Rock and Roll" | 4:56 |
Lado C | ||||||||||
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N.º | Título | Compositor(es) | Duração | |||||||
1. | "Muita Estrela, Pouca Constelação" | Marcelo Nova / Raul Seixas | 4:24 | |||||||
2. | "O Último Tango" | 3:50 | ||||||||
3. | "O Suicídio Parte II" | Gustavo Mullem / Marcelo Nova | 5:40 | |||||||
4. | "Chuva Inflamável" | 2:51 |
Lado D | ||||||||||
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N.º | Título | Compositor(es) | Duração | |||||||
1. | "Enigma" | Adelino Moreira | 3:24 | |||||||
2. | "Farinha do Desprezo" | José Carlos Capinam / Jards Macalé | 2:38 | |||||||
3. | "A Canção do Martelo (Hammer Song)" | Alex Harvey / Versão: Marcelo Nova | 5:20 | |||||||
4. | "Aluga-se" | Cláudio Roberto Andrade de Azevedo / Raul Seixas | 2:16 | |||||||
5. | "Canalha" | Walter Franco | 3:00 | |||||||
Duração total: |
63:11 |
Créditos dados pelo IMMUB.[10]
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