Dissecção da aorta
lesão na camada mais interna da aorta, permitindo a passagem de sangue entre as camadas da parede da aorta, forçando a separação destas / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Uma dissecção da aorta ocorre quando uma lesão na camada mais interna da aorta permite a passagem de sangue entre as camadas da parede da aorta, forçando a separação dessas camadas.[3] Na maior parte dos casos está associada a dor súbita e intensa no peito ou nas costas, muitas vezes descrita como dilacerante.[1][2] Entre outros possíveis sintomas estão vómitos, suores e tonturas.[2] A diminuição do fornecimento de sangue para outros órgãos pode causar um acidente vascular cerebral ou isquemia mesentérica.[2] Uma dissecção da aorta pode causar rapidamente a morte por diminuição do fornecimento de sangue para o coração ou ruptura da aorta.[2]
Dissecção da aorta | |
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Dissecção da parte descendente da aorta (3), com início na artéria subclávia esquerda, prolongando-se até à aorta abdominal (4). Neste caso, não há envolvimento da aorta ascendente (1) nem do arco aórtico (2). | |
Especialidade | Cirurgia vascular, cirurgia torácica |
Sintomas | Dor intensa no peito ou nas costas, vómitos, suores, tonturas[1][2] |
Complicações | AVC, isquemia mesentérica, isquemia miocárdica, ruptura da aorta[2] |
Início habitual | Súbito[1][2] |
Fatores de risco | Hipertensão arterial, síndrome de Marfan, síndrome de Turner, válvula aórtica bicúspide, antecedentes de cirurgia cardíaca, trauma físico significativo, fumar[1][2][3] |
Método de diagnóstico | Exames imagiológicos[1] |
Prevenção | Controlo da pressão arterial, não fumar[1] |
Tratamento | Depende do tipo[1] |
Prognóstico | Sem tratamento: mortalidade 10% (tipo B), 50% (tipo A)[3] |
Frequência | 3 em cada 100 000 por ano[3] |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | I71.0 |
CID-9 | 441.0 |
OMIM | 607086 |
DiseasesDB | 805 |
MedlinePlus | 000181 |
eMedicine | emerg/28 |
MeSH | D000784 |
Leia o aviso médico |
A dissecção da aorta é mais comum entre pessoas com antecedentes de hipertensão arterial, doenças dos tecidos conjuntivos que enfraqueçam as paredes arteriais, como a síndrome de Marfan e a síndrome de Ehlers-Danlos, válvula aórtica bicúspide e antecedentes de cirurgia cardíaca.[2][3] Entre outros fatores de risco associados à doença estão trauma físico significativo, fumar, consumo de cocaína, gravidez, aneurisma da aorta ascendente, inflamação das artérias e níveis anormais de lípidos.[1][2] O diagnóstico é suspeito com base nos sintomas e pode ser confirmado com exames imagiológicos, como tomografia computorizada, ressonância magnética ou ecografia.[1] De acordo com a classificação de Stanford, os dois principais tipos de dissecção da aorta são o tipo A, que envolve a aorta ascendente e o tipo B, que não envolve.[1]
A prevenção consiste em controlar a pressão arterial e não fumar.[1] O tratamento da dissecção da aorta depende da parte da aorta envolvida.[1] As dissecções que envolvem a aorta ascendente geralmente necessitam de cirurgia.[1][2] A cirurgia pode ser realizada por uma abertura no peito ou por reparação endovascular de aneurisma.[1] As dissecções que envolvem a aorta descendente são geralmente tratadas com medicação para baixar a pressão arterial e o ritmo cardíaco, a não ser que ocorram complicações.[1][2]
A dissecção da aorta é relativamente rara, estimando-se que ocorram 3 casos em cada 100 000 pessoas por ano.[1][3] A doença é mais comum entre homens do que entre mulheres.[1] A idade mais comum de diagnóstico são 63 anos, embora cerca de 10% dos casos ocorra antes dos 40 anos.[1][3] Sem tratamento, cerca de metade das pessoas com tipo A morre ao fim de três dias e cerca de 10% das pessoas com tipo B morre ao fim de um mês.[3] O primeiro caso de dissecção da aorta descrito na literatura é o relatório da autópsia do Jorge II da Grã-Bretanha em 1760.[3] A cirurgia para tratamento da dissecção da aorta foi introduzida na década de 1950 por Michael DeBakey.[3]