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A demografia do Maranhão é o domínio de estudos e conhecimentos sobre as características demográficas do território maranhense.
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O Maranhão possui 217 municípios distribuídos em uma área de 329 651,496 km². Segundo o Censo Demográfico de 2022 estado possui 6.775.152 habitantes e uma densidade populacional de 20,55 hab./km². Esse montante populacional representa 3,3% da população brasileira, sendo o 12º estado em população. [7]
De acordo com o Censo de 2010, 63,08% dos habitantes do estado vive em cidades, enquanto 36,92% da população vive no campo. A composição da população maranhense por sexo mostra que 50,4% são mulheres, enquanto que 49,6% são homens.[9]
O Maranhão também possui o 11º maior colégio eleitoral brasileiro, com 4.758.629 eleitores (2020) em todo o estado. [10]
O Maranhão é um dos estados mais miscigenados do Brasil, o que pode ser demonstrado pelo número de 66,4%[12][13] de pardos autodeclarados ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, resultado da grande concentração de escravizados indígenas e africanos nas lavouras de cana-de-açúcar, arroz e algodão.
Os grupos indígenas remanescentes e predominantes são dos grupos linguísticos macro-jê e do tronco tupi.
No tronco macro-Jê, destaca-se a família jê, com povos falantes da língua Timbira (Mehim)ː Kanela (Apanyekra e Ramkokamekra), Krikati, Gavião Pukobyê, Krepumkateyê e Krenyê.
No tronco tupi, a família tupi-guarani, com os povos falantes da língua tenetehara (Guajajara e Tembé),Urubu-Kaapor, além dos Awá-Guajá, concentrados principalmente no bioma da Amazônia, no Alto Mearim e na região de Barra do Corda e Grajaú.
Povos como os Akroá-Gamela e Tremembés ainda lutam por reconhecimento étnico e demarcação de terras.[14]
De acordo com John Hemming,[15] havia por volta de 1 milhão de indígenas no Maranhão em 1500.
Houve forte tráfico negreiro entre os séculos XVIII e XIX, que trouxe milhares de negros da Costa da Mina e da Guiné, mais precisamente do Benim, antigo Daomé, Gana e Togo, mas também em levas não menos importantes de africanos do Congo, Cabinda e Angola.[16] Muitas tradições maranhenses têm a forte marca das culturas africanas: culinária (Arroz de Cuxá), religião (Tambor de Mina e Terecô), festas (Bumba-Meu-Boi e Tambor de Crioula) e músicas (Reggae no Maranhão). A população preta do estado é de 12,6% (2022).[13]Atualmente, o Maranhão conta muitas comunidades quilombolas em toda a região da Baixada, rio Itapecuru e Mearim.
A população branca, 20,1%, é quase exclusivamente composta de descendentes de portugueses, dada a pequena migração de outros europeus para a região. Ainda no início do século XX a maior parte dos imigrantes portugueses era oriunda dos Açores e da região de Trás-os-Montes. [17]
A região do Maranhão é considerada a primeira a receber colonos ilhéus (açorianos) de forma organizada. Em 1619, cerca de 300 casais chegaram ao Maranhão, sendo que o número total de pessoas girava em torno de mil pessoas, número significativo para a época. Além dos casais iniciais, vindos com Estácio da Silveira em 1619, outros se seguiram: em 1621 chegaram 40 casais com Antonio Ferreira de Bettencourt e Jorge de Lemos Bettencourt; em 1625 chegaram outros casais com Francisco Coelho de Carvalho; nos navios N. S. da Palma e São Rafael, tendo como capitão Manoel do Vale, chegaram 50 casais em 1676; e nos navios N. S. da Penha de França e São Francisco Xavier vieram mais colonos.[18]
Também no século XX, vieram contingentes significativos de sírios e libaneses, refugiados do desmonte do Império Otomano e que hoje têm grande e tradicional presença no estado.
Segundo o Censo do IBGE de 2010, a população do estado é assim dividida de acordo com a religião[19]:
Religião | Proporção |
---|---|
Católicos | 78,4% |
Evangélicos/ protestantes | 17,2% |
Espíritas | 0,2% |
Afro-brasileira | 0,0% |
Outras | 1,5% |
Sem religião | 6,3% |
Religiões asiáticas | 0,3 |
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua do IBGE em 2017, no Maranhão o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) é de 0,687, ocupando a penúltima posição entre os estados.[9]
De acordo com o Índice de Gini, que avalia a distribuição das riquezas de um determinado lugar, o Maranhão ocupava a 23ª posição no país, com índice de 0,545 no ano de 2013.[9]
De acordo com um estudo realizado pela Fundação João Pinheiro, Maranhão e Roraima eram os estados com o maior déficit habitacional relativo do país em 2019. O Maranhão apresenta um déficit de 15,2 por cento (em relação ao total de domicílios particulares permanentes e improvisados). Em termos absolutos, o déficit no estado chega a 329.495 unidades, o sexto maior do país. O déficit maranhense representa 5,6 por cento do déficit absoluto total brasileiro, estimado em 5.876.699. A média maranhense é quase duas vezes maior do que a nacional, de 8,0 por cento[20].
Há um déficit de 164.486 moradias urbanas e 165.008 moradias rurais (2019).[20]
Entre os componentes apontados na composição do déficit de moradia do Maranhão (2019), estavam: habitação precária (64,0%), coabitação (24,4%) e ônus excessivo com aluguel (11,5).[20]
A taxa de analfabetismo, conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua: Educação 2019, era de 15,6% da população do estado com 25 anos ou mais de idade, a 4ª maior taxa de analfabetismo dentre as Unidades da Federação, associado principalmente com a idade. [21]
O Maranhão também tinha o maior percentual de pessoas sem instrução em 2019: 16,6% da população do estado com 25 anos ou mais de idade. [21]
De acordo com a mesma pesquisa, a média de anos de estudo das pessoas de 25 anos ou mais de idade, em 2019, era de 7,6 anos. [21]
A proporção de pessoas de 25 anos ou mais de idade que terminaram a educação básica obrigatória (ensino médio completo) foi de 36,8%. O percentual de pessoas com o ensino superior completo foi de 9,1%, em 2019, o menor do país.[21]
Dentre os que não completaram a educação básica, além dos 16,6% sem instrução, 34,3% tinham o ensino fundamental incompleto, 7,4% tinham o ensino fundamental completo e 4,9%, o ensino médio incompleto. [21]
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PNADC), o índice de domicílios atendidos por esgotamento sanitário ligados à rede coletora era de 22,6% em 2018. Com relação ao percentual de domicílios que possuem abastecimento de água por rede geral, a cobertura era de 70,6%, em 2018. [9]
Em 2018, o Maranhão tinha 471.770 beneficiários de planos privados de saúde, de acordo com dados da Agencia Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o que representa uma taxa de cobertura de 7,03%.[9]
Em 2019, o Maranhão tinha 5.791 estabelecimentos de saúde, sendo 65,5% públicos e 34,5% privados. 1.356 dos estabelecimentos de saúde disponíveis estavam localizados na Região de Saúde de São Luís.[9]
Em 2019, havia 14.938 leitos existentes nas redes de saúde pública e privada, dos quais 1.232 são leitos complementares.[9]
Em 2019, o Maranhão possuía 81 médicos por 100 mil habitantes, o menor índice do país.[9]
A taxa de mortalidade infantil no Maranhão era de 20,3, a segunda maior do país (2017).[22]
Em 2017, a expectativa de vida do maranhense era 70,9 anos, a mais baixa do país, segundo estimativas do IBGE.[9]
Com relação ao rendimento domiciliar per capita, o maranhense apresentava rendimento médio de R$ 637,00 em 2019, o menor entre os estados brasileiros. [23]
O Maranhão tinha o maior percentual de pessoas em situação de pobreza no país, em 2018. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 54,1% dos maranhenses viviam com menos de R$ 406 por mês. [24]
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