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fotógrafo americano Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Dana B. Merrill (Lisbon, Nova Hampshire, 7 de agosto de 1877-??[1]) foi um fotógrafo norte-americano. Ficou conhecido por suas missões fotográficas no Brasil, em especial pelo registro de comunidades indígenas e da construção da Estrada de Ferro Madeira Mamoré.[2] Suas imagens da ferrovia que cruzou a Amazônia são consideradas "de importância capital para a compreensão do processo de ocupação da região Norte e das relações de trabalho no país".[3]
Dana B. Merrill | |
---|---|
Nascimento | 1877 Lisbon |
Morte | Desconhecido |
Cidadania | Estados Unidos |
Ocupação | fotógrafo |
Pouco se sabe sobre a vida de Merrill até sua passagem pelo Brasil. Ele teria sido alistado na Marinha dos Estados Unidos e servido na Guerra Filipino-Americana.[2][4] Profissionalizou-se fotógrafo e no final da década de 1900 acabou contratado por Percival Farquhar para documentar as obras da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Entre 1909 e 1912 Merrill esteve nos canteiros de obras da ferrovia e registrou cerca de duas mil imagens. Parte desse material foi compilada em um livro lançado posteriormente chamado Views of the Estrada de Ferro Madeira e Mamore Amazonas & Matto Grosso, Brazil S.A. enquanto outra parte acabou perdida.[5][6]
Após retornar aos Estados Unidos, Merrill se estabeleceu em Nova Iorque e trabalhou no grupo editorial Condé Nast, realizando para as revistas Vanity Fair e House & Garden nas décadas de 1920 e 1930.[2][7] Consta no censo de 1930 que residia em Scarsdale, Westchester, Nova Iorque com a sua esposa Laura e um empregado Elli Peter [8].
Em 1940 apareceu no Censo Demográfico dos Estados Unidos, morando em Nova Iorque.[9] Em torno de 1940, fotografou uma aula de figurino no Pratt Institute, em Nova Iorque [10] . Em 1942, aos 65 anos, foi listado como incompatível para o serviço militar, sendo esse um dos últimos registros públicos de Merrill.[1]
O trabalho de Dana Merrill "é um dos poucos registros visuais da construção da ferrovia Madeira-Mamoré, documentando as diferentes etapas do processo – abertura de valas, colocação de dormentes e trilhos – e as condições de vida dos trabalhadores, suas residências e momentos de lazer. Também estão presentes a fauna e flora amazônicas, com as quais os operários vindos de diversas regiões do mundo se deparam".[3]
Além disso, "a diversidade cultural do conjunto de trabalhadores é registrada, emblematicamente, na imagem do operário hindu, que surge diante da lente do fotógrafo com turbante, brincos e colete de linho riscado. É assim que o elemento exótico penetra nas imagens, ampliando o papel do fotógrafo para além de seu trabalho comissionado por uma empresa de engenharia".[3]
Sua fotografia captura também elementos singulares. "Contratado para registrar as obras da ferrovia, Merrill se permite fotografar um mamoeiro, o macaco que surpreende os trabalhadores no acampamento, posar ao lado da pele esticada de uma onça pintada, ou registrar o engenheiro Powell interagindo com nativos indígenas. A autonomia conquistada pelo fotógrafo chega ao ápice quando, em imagem que registra a abertura de uma vala, mostra dois cavaleiros “espelhados”, posicionados um de cada lado da cena, com a projeção da sombra do fotógrafo ao centro, em composição orquestrada. Essas singularidades de cunho autoral fazem de Merrill o “fotógrafo-cronista” da “ferrovia-fantasma”, nas palavras do historiador Francisco Foot Hardman".[3]
A mesma singularidade pode ser encontrada na foto dos trabalhadores com proteção contra mosquitos [11], animais inundados pelo rio Madeira [12], índio Caripuna [13].
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