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Los Millares é um povoado pré-histórico situado no município de Santa Fe de Mondújar, a 17 km de Almeria (Espanha). É um dos sítios mais importantes da Europa na Idade do Cobre, e dá nome à Cultura de Los Millares, que se estendeu por Andaluzia, chegando até Múrcia e sul de Portugal.
Após os profundos câmbios na forma de vida que ocorreram no neolítico, a descoberta da metalurgia do cobre dá começo a um novo período da história, o calcolítico. Os utensílios metálicos geram uma maior eficiência tanto na produção de alimentos como nas atividades de defesa e ataque, bem como gera a necessidade do controlo das rotas de aprovisionamento do cobre. Esta nova situação seria a causa da aparição, na Península Ibérica, da cultura de Los Millares, cujas características principais são:
Outros povoados destacáveis pertencentes a esta cultura são El Malagón, Cerro de la Virgen e Las Angosturas
As datações por Carbono 14 (calibradas) do povoado, situam-no entre finais do quarto milênio a.C. e o último quartel do terceiro milênio a.C. A muralha foi datada por volta de 2350 a.C.[1]
Estas datas descartaram a antiga hipótese segundo a qual colonos do Egeu formaram o povoado trazendo consigo os enterramentos em forma de tolos e a metalurgia (hipótese difusionista da origem da metalurgia e do megalitismo na Península Ibérica). Em efeito, quando se fundou o povoado:
Assim, a aparição da metalurgia responde provavelmente a uma descoberta autóctone. Foi a fabricação de armas e úteis metálicos, bem como o seu comércio, o elemento diferenciador que propiciou o grande desenvolvimento desta cultura, embora a atividade principal continuasse sendo a agricultura e a pecuária.
O povoado fica estrategicamente próximo às minas de cobre da serra de Gádor, num promontório em forma de esporão, entre o rio Andarax e a rambla de Huéchar. Tem uma cidadela interior murada e é rodeado por outras três muralhas concêntricas,[2] reforçadas com torres de planta semicircular e bastiões; conta ademais com numerosas defesas exteriores nas elevações próximas (localizaram-se até 15 fortins), muitas delas fortemente defendidas mediante muralhas concêntricas. Acredita-se que se utilizavam também para o armazenamento de cereais.
Estima-se que podia contar com uma população de cerca de 1000 pessoas.[3] A necrópole, frente à muralha exterior, ocupa por volta de 2 ha., e contém perto de um centenar tumbas, a maioria dos tolos. Dentro das muralhas encontra-se um conjunto de moradias simples, junto com um grande edifício com evidências de fundição do cobre.
A cerâmica recuperada inclui tanto peças lisas como decoradas, incluindo tigelas com motivos em forma de óculos. Desenhos similares aparecem em vários ídolos de pedra também recuperados. A partir de meados do terceiro milênio, encontram-se já cerâmicas de Cultura Campaniforme.
O povoado foi descoberto em 1891, durante a construção de uma via férrea, e foi escavado pela primeira vez por Luis Siret.
Barandiarán, I. et. al. (1998). Prehistoria de la Península Ibérica. Ed. Ariel (Ariel Prehistoria), Madrid. [S.l.: s.n.]
Fernando Molina, Juan Antonio Cámara (2005). Los Millares. Dirección General de Bienes Culturales, Sevilla. [S.l.: s.n.]
Robert Chapman (1991). La Formación de las Sociedades Complejas. El sureste de la Península Ibérica en el marco del Mediterráneo Occidental. Ed. Crítica, Barcelona. [S.l.: s.n.] ISBN 84-7423-517-0
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