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Cultura de Badari
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A 'Cultura de Badari desenvolveu-se entre 4400-4 000 a.C. (podendo ter existido desde 5 000 a.C.[2]) em Badari, assim como em diversas localidades no Alto Egito e Deserto Oriental.[3][4] Em seus sítios foram atestadas as primeiras evidências agrícolas do Alto Egito e esta cultura representou um avanço considerável: "Com esta cultura nós inesperadamente mergulhamos em linha reta dentro de um universo simbólico de riqueza incrível, refletindo uma sociedade cada vez mais estruturada e complexa, e esse processo foi acelerado enormemente ao longo do milênio IV a.C., eventualmente contribuindo significativamente para o surgimento da 'Civilização Egípcia'".[5]
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Os sítios badarianos eram, em sua maioria, sazonais e são compostos por poços cobertos com lama ou forrados com cestas (possivelmente silos), cabanas (construídas com materiais leves[6]), algumas lareiras e currais.[7] Os cemitérios badarianos localizam-se longe das áreas férteis do Nilo e possivelmente constituem assentamentos anteriormente abandonados; são formados por covas ovais ou circulares rasas contendo, às vezes, uma esteira e uma almofada de palha ou pele embaixo dos mortos que muitas vezes foram revestidos com mantas feitas com pele ou tecido.[8] Os corpos eram depositados contraídos para a esquerda com a cabeça para o sul e, por vezes, trajavam tangas; inumações múltiplas, inumações animais (bovinos, chacais, gazelas, ovinos e caprinos) e espólio tumular (cerâmica, artefatos líticos e crânios animais) são atestados.[8] Estratificação social tem sido associada a desigualdade na distribuição de espólio entre os túmulos e na localização separada dentro do cemitério de túmulos mais ricos.[9]
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A indústria lítica baseia-se em lâminas (raspadores, perfuradores) e bifaciais (machados, foices, pontas de flechas de base côncava) de sílex e quartzo; agulhas, alfinetes e furadores foram produzidos com ossos.[8] A cerâmica badariana (taças e tigelas) era penteada (produzindo ondulações), polida, temperada (palha), ocasionalmente decorada (estilos florais) e tinha paredes finas e coloração vermelha ou marrom com parte superior preta.[8] Marfim (pentes, grampos, pinos, contas, colheres, estatuetas), cobre (ferramentas, pinos), argila (estatuetas), malaquita (pigmento), pórfiro, grauvaque, ágata, olivina e ardósia (paletas), basalto (vasos), cornalina, jaspe e esteatita (contas), casca de ovo de avestruz (vasos), alabastro, brecha e calcário modelado foram empregados.[7][8][10] A primeira faiança egípcia, assim como os primeiros exemplos de vidro a base de esteatita foram desenvolvidos.[11][12]
Sua economia se baseada na agricultura (trigo, cevada, lentilhas e tubérculos) e pecuária (ovinos e caprinos), práticas complementadas pela caça (crocodilos) e pesca.[8] Conchas, cobre, lápis-lazúli, turquesa, marfim e pórfiro encontrados atestam contato comercial com o sul, o Delta, Mar Vermelho, Palestina e possivelmente Sinai.[7][13]