A expressão em língua latina cui bono? — às vezes também expressa como cui prodest? — significa literalmente "a quem beneficia?"[1], na tradução para língua portuguesa, e é usada tanto para sugerir um motivo oculto quanto para indicar que o responsável por algo pode não ser aquele que, a princípio, parece ser. [2] Geralmente a expressão é usada para sugerir que a pessoa ou pessoas culpadas de um crime devem estar entre aqueles que têm algo a ganhar com ele. Aplica-se na investigação criminal, sugerindo que a descoberta de um possível interesse pode servir para descobrir o culpado do delito.
O orador romano Marco Túlio Cicero, em seu discurso Pro Roscio Amerino,[3] seção 84, atribuiu a expressão cui bono ao cônsul e censor romano Lúcio Cássio Longino Ravila:
“ | L. Cassius ille quem populus Romanus verissimum et sapientissimum iudicem putabat identidem in causis quaerere solebat 'cui bono' fuisset.
O famoso Lúcio Cássio, a quem o povo romano o considerava como um juiz muito honesto e sábio, tinha o hábito de perguntar frequentemente 'A quem beneficia?' |
” |
Outro exemplo do uso de cui bono por Cícero está na defesa de Milão, no Pro Milone. Ele chega a fazer referência a Cassius: "aplique-se a máxima de Cassius ".[4]
Cui prodest? deriva das palavras pronunciadas por Medeia na tragédia homônima de Sêneca. Nos versos 500-501, ela afirma: cui prodest scelus, is fecit, isto é, "aquele que lucra com o crime foi quem o cometeu".
Ver também
Referências
- Gerhart, Eugene C. (1998). Quote it completely, p. 258-259.
- Adeleye, Gabriel G. et al. (1999). World dictionary of foreign expressions, p. 86.
- Cícero, Pro Milone 32.3)
Ligações externas
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