Crítica literária feminista
De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
A crítica literária feminista é a crítica literária baseada na teoria feminista, ou, mais genericamente, pelas políticas do feminismo. Ela usa os princípios feministas para estudar a linguagem da literatura. Nesta escola de pensamento, procura-se analisar e descrever as formas pelas quais a literatura retrata a narrativa da dominação masculina, considerando os fatores econômicos, sociais, políticos e psicológicos embutidos nos textos literários.[1]
Foram assinalados vários problemas nesta página ou se(c)ção:
|
A história da crítica literária feminista é extensa e vai desde textos clássicos de escritoras do século XIX, como George Eliot e Margaret Fuller, até trabalhos teóricos de ponta de autoras da Terceira onda do feminismo. Uma referência fundamental do campo é a escritora inglesa Virginia Woolf. Seu ensaio Um Teto Todo Seu, que reúne e aprofunda o conteúdo de duas palestras proferidas pela escritora em 1928, é "geralmente considerada uma pedra angular da crítica literária feminista".[2]
Até a década de 1970 (na primeira e segunda onda do feminismo), a crítica literária feminista se preocupava com questões de autoria e com a representação da condição das mulheres dentro da literatura - em particular, com a representação de personagens fictícias femininas. No centro do debate estava também o problema da exclusão das mulheres do cânone da literatura.
Embora a preocupação tradicional com a representação das mulheres continue sendo central à crítica feminista, trabalhos mais modernos lidam com questões relacionadas às estruturas patriarcais arraigadas em aspectos chave da sociedade, como a educação, a política e a força de trabalho, quer essas estruturas sejam efeito de programações intencionais ou não. A crítica literária feminista tem sido associada, ainda, à constituição do campo da Teoria queer.
Lisa Tuttle definiu a teoria feminista como uma abordagem que formula "novas questões de textos antigos". Ela cita como objetivos da crítica feminista: (1) desenvolver e descobrir a tradição feminista na literatura, (2) interpretar o simbolismo das mulheres na literatura, de modo que ele não seja perdido ou ignorado pelo ponto de vista masculino, (3) reencontrar antigos textos, (4) analisar as autoras e seus escritos a partir de uma perspectiva feminina, (5) resistir ao sexismo na literatura e (6) aumentar a conscientização sobre a política sexual da linguagem e do estilo.[3]