![cover image](https://wikiwandv2-19431.kxcdn.com/_next/image?url=https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/7/7f/Oniscus_asellus_-_male_side_2_%2528aka%2529.jpg/640px-Oniscus_asellus_-_male_side_2_%2528aka%2529.jpg&w=640&q=50)
Crustáceos cavernícolas
De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Os crustáceos são encontrados em diversos ambientes ao redor do mundo, desde fossas abissais até regiões glaciais, lagoas temporárias e desertos. Dentre toda a variedade de habitats nos quais os indivíduos deste subfilo podem sobreviver, ressaltamos nesse tópico as cavernas ou grutas.
![]() crustáceos | |||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|
Classificação científica | |||||||
| |||||||
Classes | |||||||
Remipedia
Branchiopoda - pulga-d'água, Artemia Malacostraca - lagostas, caranguejos, camarão, tamarutacas, tatuzinho-de-jardim, siri etc. |
Segundo Trajano e Bichuette (2006) [1], as cavernas podem abrigar grande biodiversidade, e para que sua compreensão e estudos tornem-se viáveis, é preferível que o ambiente seja segmentado em 3 diferentes áreas de acordo com sua proximidade e interferência com o meio externo: 1. Zona de entrada: caracterizada por ser a abertura da caverna para o meio externo, possui incidência direta de luz temperatura instável (embora sempre flutue menos que as do meio externo) devido à proximidade e portanto, influência do meio epígeo (meio externo à caverna). Essa zona possui biodiversidade mais elevada que as outras, visto que nela, a fauna cavernícola obrigatória e epígea se sobrepõe; 2. Zona de penumbra: com incidência indireta de luz e flutuações de temperatura menores do que na zona de entrada. A diminuição gradativa da luminosidade é acompanhada pelo desaparecimento progressivo das plantas verdes, das mais complexas (plantas com flores), até as menos complexas (musgos e algas, que são as últimas a desaparecer). A extensão desta zona pode variar de acordo com a época do ano e a posição da entrada em relação ao sol, determinando o quanto a luz penetra na caverna. A ocorrência de algas unicelulares, formando uma película verde nas paredes da caverna, delimita a extensão máxima desta zona; 3. Zona afótíca: onde a escuridão é total. Nessa zona, não há mais organismos fotossintetizantes, o que retira a base da maioria das cadeias alimentares, gerando escassez de alimento. Nela distinguem-se as zonas de temperatura variável, onde há flutuações de temperatura, mesmo que pequenas; e as zonas de temperatura constante, onde a temperatura mantém-se em torno da média anual externa da região, e a umidade relativa do ar geralmente está próxima de 100% [1].
O ambiente cavernícola é peculiar, como os produtores fotossintetizantes presentes no meio externo não conseguem sobreviver em certos locais desse ambiente, boa parte da produção de alimento é feita através de bactérias quimiossintetizantes, entretanto, essa fonte não seria suficiente para suprir toda a macrofauna desse ambiente. Assim sendo, o meio cavernícola é suplementado com alimento da região epígea, fragmentos de plantas, animais mortos, fezes e outras fontes alimentares são levadas para o meio interno através da chuva, que pode gerar um fluxo de água para o interior da caverna, ou levar os nutrientes dissolvidos através de fendas nas rochas [1].
Os crustáceos, juntamente com outros grupos de invertebrados representam boa parte da fauna presente dentro dos ambientes cavernículas, há registros de camarões, aeglas, caranguejos, isópodes, anfípodes e outros crustáceos habitando essa região, sendo que em geral, esses organismos apresentam características troglomórficas, termo que será explicado a seguir [2].