Cromeleque dos Almendres
cromeleque no município de Évora, Portugal Da Wikipédia, a enciclopédia livre
cromeleque no município de Évora, Portugal Da Wikipédia, a enciclopédia livre
O Cromeleque dos Almendres, ou Cromeleque na Herdade dos Almendres, localiza-se na antiga freguesia de Nossa Senhora de Guadalupe, na atual freguesia de Nossa Senhora da Tourega e Nossa Senhora de Guadalupe no Município de Évora, Distrito de Évora, em Portugal.[1]
Cromeleque dos Almendres | |
---|---|
Tipo | Monumento megalítico |
Início da construção | Fim do VI milénio a .C. |
Fim da construção | Início do III milénio a.C. |
Património de Portugal | |
Classificação | Monumento Nacional |
Ano | 1974 |
DGPC | 69690 |
SIPA | 3946 |
Geografia | |
País | Portugal |
Cidade | Évora |
Localização | Nossa Senhora de Guadalupe |
Coordenadas | 38° 33′ 28″ N, 8° 03′ 41″ O |
Localização em mapa dinâmico |
Constitui um círculo de pedras pré-histórico (cromeleque) com 95 monólitos de pedra. É o mais importante monumento megalítico do seu tipo na Península Ibérica e um dos mais relevantes da Europa, não apenas por suas dimensões, como também pelo seu estado de conservação.[2]
O Cromeleque dos Almendres foi classificado primeiro como Imóvel de Interesse Público, em 1974, e depois como Monumento Nacional, em 2015.[3][1] O menir dos Almendres, localizado nas proximidades, está classificado como Imóvel de Interesse Público.[4]
O cromeleque localiza-se próximo ao topo de uma encosta suave, voltada a leste, num monte de 413 metros de altitude, a cerca de 12 km a oeste da cidade de Évora.[5] O conjunto foi descoberto em 1964 pelo investigador Henrique Leonor Pina, durante os trabalhos de mapeamento para a Carta Geológica de Portugal.[3][5] Naquela altura foi realizada a limpeza da vegetação que ocupava o sítio e foram descobertas algumas peças de cerâmica e um machado de pedra polida.[5]
Nas últimas décadas foram realizadas várias campanhas arqueológicas no local, organizadas por Mário Varela Gomes. Grande parte dos monólitos, que se encontravam caídos, foram recolocados nas suas posições originais durante os trabalhos.[3][5]
O cromeleque encontra-se numa propriedade privada, mas a zona do monumento foi cedida à Câmara Municipal de Évora para uso público.[5]
A região de Évora é densamente coberta por sítios arqueológicos que vão desde o início do Neolítico (de 7000 a 8 000 anos atrás) até a Idade do Ferro, abrangendo menires, antas, necrópoles e povoações pré-históricas.[2][6] O cromeleque dos Almendres pertence, assim, ao universo megalítico eborense e está relacionado com outros círculos de pedras das proximidades, como o Cromeleque da Portela de Mogos, em Montemor-o-Novo.[3][7]
Segundo os trabalhos arqueológicos realizados no local, acredita-se que o conjunto foi formado em três etapas:[5]
No Calcolítico o conjunto deixou de ser utilizado, provavelmente pela influência das sociedades de metalurgistas que substituíram a cultura megalítica atlântica.[5]
Trata-se de um cromeleque erguido na encosta voltada a nascente de uma colina. Os monólitos são predominantemente de tamanho pequeno, de forma ovóide, sub-paralelepipédica e sub-cilíndrica, mas alguns chegam a ter 2,5 a 3 m de altura e possuem forma fálica ou estelar.[3][5] São compostos por diferentes tipos de quartzodioritos, o que revela a origem variada para os monólitos. Dois afloramentos de quartzodioritos e granodioritos localizados a 250 m e 1 000 m do cromeleque podem ter sido usados para esculpi-los.[5]
Os menires de grande tamanho foram colocados sobre alvéolos (cavidades) previamente preparados que chegam até o substrato rochoso sob o solo. Uma coroa de pedras era colocada ao redor da base destes menires, depois coberta de terra e pedras menores, o que ajudava na sustentação. Os menires menores tinham alvéolos também menores e os de menor dimensão eram sustentados apenas por uma coroa de pedras.[5] Actualmente existe uma planta da disposição de cada um desses monólitos, todos numerados, possibilitando a identificação das características individuais de cada um.
Dez dos monólitos do cromeleque apresentam decoração em forma de relevos ou gravuras, dos quais quatro possuem apenas "covinhas" (série de pequenos buracos escavados na pedra). Os outros são:[5]
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