condição médica na qual os músculos se contraem e se expandem rápida e repetidamente Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Convulsão é uma manifestação de um fenômeno eletrofisiológico anormal temporário que ocorre no cérebro (descarga bioenergética) e que resulta numa sincronização anormal da atividade elétrica neuronal. Estas alterações podem reflectir-se a nível da tonicidade muscular (gerando contrações involuntárias da musculatura, como movimentos desordenados, ou outras reações anormais como desvio dos olhos e tremores), alterações do estado mental, ou outros sintomas psíquicos.[1]
Dá-se o nome de epilepsia à síndrome médica na qual existem episódios de descargas elétricas anormais dos neurônios, ocasionando alterações autonômicas, sensoriais ou motoras. O termo “convulsão “ se aplica às crises motoras. As crises epiléticas são recorrentes e involuntárias, com ou sem perda de consciência. Também podem ocorrer em pessoas que não sofrem desta condição médica sendo, neste caso, secundárias a algum fator desencadeante.
A crise convulsiva é generalizada quando há movimentos de braços e pernas, desvio dos olhos e liberação dos esfínteres associada à perda da consciência. É também chamada de "grande mal"
É denominada focal simples, quando as contrações acontecem em um membro do corpo (braço ou perna) e não fazem com que a pessoa perca a consciência. Se houver perda da consciência associada à contração de apenas um membro, dá-se o nome de "focal complexa".
As crises podem se apresentar ainda como uma "moleza" generalizada no corpo da pessoa; estas são as crises atônicas.
A crise de ausência se caracteriza pela perda da consciência, em geral sem quedas e sem atividade motora. A pessoa fica com o “olhar perdido” por alguns momentos.
As crises menores podem ser chamadas de "pequeno mal".
As convulsões generalizadas podem ser subdivididas:
De ausência: geralmente ocorrem em crianças. Como o nome implica, a pessoa fica ausente do mundo consciente por um breve período.
Clônicas: causam convulsões ou movimentos involuntários em ambos os lados do corpo.
Mioclônicas: envolvem os movimentos involuntários na parte superior do corpo e dos membros.
Tônicas: resultam na contração súbita dos músculos. Essas convulsões são mais comuns durante o sono.
Atônicas: envolvem a perda do controle muscular, fazendo a pessoa desmaiar ou cair.
Tônico-clônicas: envolvem uma combinação dos sintomas das convulsões tônicas e clônicas.
São várias as causas que podem levar à convulsão, sendo as principais:
Acidentes de carro, quedas e outros traumas na cabeça(TCE);
É importante reforçar que a convulsão não é transmissível (não se “pega”), não havendo motivo para evitar contato com pessoas que sofreram algum distúrbio convulsivo ou discriminá-las. Também deve ser lembrado que há outras causas de convulsões além da epilepsia (citadas acima).
A convulsão febril é o distúrbio convulsivo mais comum na infância. Acomete de 2 a 5% das crianças até cinco anos de idade. Ela é definida como "uma crise que ocorre na infância, geralmente entre três meses e cinco anos de idade, associada a febre, mas sem evidência de infecção intracraniana (como meningite) ou de doença neurológica aguda (trauma, tumor)". Normalmente não deixa sequelas, raramente ocorre mais de três vezes e desaparece após os cinco anos de idade. A crise febril normalmente é generalizada e ocorre durante a rápida elevação da febre.
A crise convulsiva costuma ser um momento muito estressante. A primeira coisa que deve se ter em mente é que a maioria das crises dura menos que cinco minutos e que a mortalidade durante a crise é baixa. Assim, deve-se manter a calma para que se possa ajudar a pessoa.
Medidas protetoras que devem ser tomadas no momento da crise:
Deitar a pessoa (caso ela esteja de pé ou sentada), evitando quedas e traumas;
Remover objetos (tanto da pessoa quanto do chão), para evitar traumas;
Afrouxar roupas apertadas;
Proteger a cabeça da pessoa com a mão, roupa, travesseiro;
Lateralizar a cabeça para que a saliva escorra (evitando aspiração);
Limpar as secreções salivares, com um pano ou papel, para facilitar a respiração;
Permitir que a pessoa descanse ou até mesmo durma após a crise;
Se a convulsão dura mais de 3 minutos, ou se é a primeira convulsão, levar à emergência de um hospital.
Se possível, após tomar as medidas acima, devem-se anotar os acontecimentos relacionados com a crise. Deve-se registrar:
Início da crise;
Duração da crise;
Eventos significativos anteriores à crise;
Se há incontinência urinária ou fecal (eliminação de fezes ou urina nas roupas);
Como são as contrações musculares;
Forma de término da crise;
Nível de consciência após a crise.
O que não fazer durante e após uma crise convulsiva
Várias medidas erradas são comumente realizadas no socorro de uma pessoa com crise convulsiva. Não deve ser feito:
NÃO se deve imobilizar os membros (braços e pernas), deve-se deixá-los livres;
NÃO tentar balançar a pessoa. Isso gera falta de ar.
NÃO coloque os dedos dentro da boca da pessoa, involuntariamente ela pode feri-lo.
NÃO dar banhos nem usar compressas com álcool caso haja febre pois há risco de afogamento ou lesão ocular pelo álcool;
NÃO medique, mesmo que tenha os medicamentos, na hora da crise, pela boca. Os reflexos não estão totalmente recuperados, e pode-se afogar ao engolir o comprimido e a água;
Se a convulsão for provocada por acidente ou atropelamento, não retire a pessoa do local, atenda-a e aguarde a chegada do socorro médico.
NÃO realizar atividades físicas pelo menos até 48 horas após a crise convulsiva.
Medicamentos usados para prevenir crises convulsivas: