Clamídia
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A infeção por clamídia, vulgarmente denominada apenas clamídia, é uma infeção sexualmente transmissível causada pela bactéria Chlamydia trachomatis.[3] A maior parte das pessoas infetadas não manifesta sintomas. Nos casos sintomáticos, os sintomas podem-se manifestar apenas ao fim de algumas semanas após a infeção. Em mulheres, os sintomas incluem corrimento vaginal ou ardor ao urinar. Em homens, os sintomas incluem corrimento do pénis, ardor ao urinar ou dor e inflamação de um ou dos dois testículos.[1] Em mulheres, há o risco da infeção se propagar para o trato genital superior e causar doença inflamatória pélvica, o que pode posteriormente estar na origem de infertilidade ou de uma gravidez ectópica.[2] Sucessivas infecções dos olhos que não sejam tratadas podem causar tracoma, que é uma causa comum de cegueira em países em desenvolvimento.[7]
Infeção por clamídia | |
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Teste de Papanicolau com presença da bactéria Chlamydia trachomatis (coloração H&E) | |
Sinónimos | Clamídia |
Especialidade | Infectologia, ginecologia, urologia |
Sintomas | Assintomática, corrimento vaginal, corrimento peniano, ardor ao urinar[1] |
Complicações | Dor nos testículos, doença inflamatória pélvica, infertilidade, gravidez ectópica[2][1] |
Início habitual | Poucas semanas após exposição[1] |
Causas | Bactéria Chlamydia trachomatis transmitida por via sexual ou parto[3] |
Método de diagnóstico | Análises à urina ou esfregaço do colo do útero, vagina ou uretra[2] |
Prevenção | Abstinência sexual, preservativos, relações sexuais apenas com pessoas não infetadas[1] |
Tratamento | Antibióticos (azitromicina ou doxiciclina)[2] |
Frequência | 4,2% (mulheres), 2,7% (homens)[4][5] |
Mortes | ~200 (2015)[6] |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | A55-A56.8, A70-A74.9 |
CID-9 | 099.41, 483.1 |
CID-11 | 900285196 |
DiseasesDB | 2384 |
MedlinePlus | 001345 |
eMedicine | med/340 |
MeSH | D002690 |
Leia o aviso médico |
A transmissão da clamídia pode ocorrer através de contacto sexual vaginal, anal ou oral, podendo também ser transmitida de uma mãe infetada para o bebé durante o parto[1] ou até mesmo por objetos pessoais contaminados. As infeções nos olhos podem também ser transmitidas através do contacto pessoal, moscas e toalhas contaminadas em regiões com falta de saneamento básico[7]. A bactéria Chlamydia trachomatis é exclusiva do ser humano.[8] O diagnóstico da doença é geralmente feito em exames de rastreio, o qual é recomendado que seja realizado uma vez por ano em mulheres sexualmente ativas até aos 25 anos, em grupos de risco e na primeira consulta durante a gravidez.[1][2] O exame pode ser realizado numa amostra de urina ou num esfregaço do colo do útero, vagina ou uretra.[2] No caso de infeções situadas na boca ou no ânus, são recolhidos esfregaços dessas áreas.[2]
A prevenção consiste no uso de preservativo, em ter contacto sexual apenas com uma pessoa não infetada ou na abstinência sexual.[1] A clamídia pode ser curada com a administração de antibióticos, sendo geralmente usadas a azitromicina e a doxiciclina. Em bebés e durante a gravidez, são recomendadas a eritromicina ou azitromicina. Os parceiros sexuais devem igualmente ser tratados. As pessoas infetadas são aconselhadas a se absterem de contacto sexual durante, pelo menos, sete dias e até os sintomas desaparecerem. As pessoas infetadas são também testadas para a presença de gonorreia, sífilis e VIH. As pessoas infetadas devem realizar novos testes três meses após o tratamento.[2]
A clamídia é uma das doenças sexualmente transmissíveis mais comuns, afetando em todo o mundo cerca de 4,2% das mulheres e 2,7% dos homens.[5][4] Em 2015, ocorreram cerca de 61 milhões de novos casos.[9][3] As infeções são mais comuns na faixa etária entre os 15 e os 25 anos de idade e mais comuns entre as mulheres.[3][2] Em 2015, as infeções por clamídia foram responsáveis por cerca de 200 mortes.[6] O termo "clamídia" tem origem no grego antigo χλαμύδα, que se traduz por "manto".[10]