Cidade Livre de Danzigue
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A Cidade Livre de Danzigue (em alemão: Freie Stadt Danzig e em polonês/polaco: Wolne Miasto Gdańsk) foi uma cidade-estado semi-autônoma que existiu entre 1920 a 1939, que consistia no porto de Danzigue (atual Gdańsk, Polônia), no mar Báltico, e cerca de 200 localidades no entorno. Foi criada em 15 de novembro de 1920,[1][2] em conformidade com os termos do artigo 100 (Seção XI da Parte III) do Tratado de Versailles de 1919 após o fim da Primeira Guerra Mundial.
Freie Stadt Danzig (alemão) Wolne Miasto Gdańsk (polonês) Cidade Livre de Danzigue | |||||
Cidade Livre sob a proteção da | |||||
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Hino nacional Für Danzig / Gdańsku
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Danzigue, rodeado pela Alemanha e a Polônia. | |||||
Localização da Cidade Livre de Danzigue em 1930 na Europa. | |||||
Continente | Europa | ||||
Capital | Danzigue | ||||
Língua oficial | Alemão, polonês | ||||
Religião | 64,6% Luteranos 32,2% Católicos (em 1938) | ||||
Governo | República | ||||
Alto Comissariado | |||||
• 1919–1920 | Reginald Tower | ||||
• 1937–1939 | Carl Jacob Burckhardt | ||||
Presidente do Senado | |||||
• 1920–1931 | Heinrich Sahm | ||||
• 1934–1939 | Arthur Greiser | ||||
Legislatura | Volkstag | ||||
Período histórico | Período entreguerras | ||||
• 15 de novembro de 1920 | Fundação | ||||
• 1 de setembro de 1939 | Invasão da Polônia | ||||
• 2 de setembro de 1939 | Anexado pela Alemanha | ||||
Área | |||||
• 1923 | 1 966 km2 | ||||
População | |||||
• 1923 est. | 366 730 | ||||
Dens. pop. | 186,5 hab./km² | ||||
Moeda | Papiermark (antes de 1923) Florim de Danzigue (depois de 1923) |
A Cidade Livre incluiu a cidade de Danzigue e outras cidades, vilas e povoados próximos que haviam sido habitados principalmente por alemães étnicos. Como o tratado afirmou, a região deveria permanecer separada da Alemanha pós-Primeira Guerra Mundial (a República de Weimar) e da nova nação independente da Segunda República Polaca ("Polônia entre guerras"), mas não foi um Estado independente.[3] A Cidade Livre estava sob a proteção da Liga das Nações e colocada em uma união aduaneira com a Polônia.
A Polônia recebeu plenos direitos para desenvolver e manter o transporte, comunicação e instalações portuárias na cidade.[4] A Cidade Livre foi criada a fim de dar a Polônia acesso a um porto bem dimensionado, enquanto a população da cidade era de maioria alemã, mas tinha uma minoria significativa de polacos.[5][6][7] A população alemã se ressentia da separação da Alemanha, e submetia a minoria polaca à discriminação e ao assédio com base étnica. Isso era especialmente verdade após o Partido Nazista assumir o controle político em 1935-1936.[8]
Uma vez que a Polônia ainda não tinha o controle completo do porto, especialmente em relação ao equipamento militar, um novo porto foi construído nas proximidades de Gdynia, começando em 1921.
Em 1933, o governo da cidade foi tomado pelo Partido Nazista local, que suprimiu a oposição democrática. Devido à perseguição antissemita e a opressão, muitos judeus fugiram. Após a invasão alemã da Polônia em 1939, os nazistas aboliram a Cidade Livre e incorporaram a área ao recém-formado Reichsgau de Danzigue-Prússia Ocidental. Os nazistas classificaram os poloneses e judeus vivendo na cidade como "sujeitos do Estado", submetendo-os a discriminação, o trabalho forçado, e expulsões. Muitos foram enviados para campos de concentração nazistas, como Stutthof (atual Sztutowo, Polônia).
Durante a conquista da cidade pelo Exército Vermelho nos primeiros meses de 1945, muitos cidadãos fugiram ou foram mortos. Depois da guerra, muitos sobreviventes alemães étnicos foram expulsos e deportados para o Ocidente, quando os membros da minoria polaca pré-guerra começaram a voltar. A cidade se tornou posteriormente parte da Polônia, como consequência da Conferência de Potsdam. Colonos poloneses substituíram a população alemã.