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A Casa Genta foi uma empresa de produção e comércio de vidros e vitrais sediada na cidade brasileira de Porto Alegre.
Foi fundada em 1906 por Antônio Genta, nascido em 1879 em Montevidéu, filho do vidreiro italiano Giuseppe Genta e da uruguaia Balbina Salaberry. Inicialmente uma pequena oficina na Avenida Floresta, contando com a colaboração do irmão Miguel Genta, em torno de 1923 incorporou os sócios Helmuth Schmidt Filho e Arthur Felipe Fischer, mudando sua razão social para Genta Irmãos & Schmidt. Já contava com aparelhagem moderna e tinha uma loja comercial, produzindo espelhos, gravuras e ornamentos em vidro.[1] Não existindo muitos profissionais no mercado, Miguel viajava à Europa para atrair candidatos, além de adquirir materiais e aprender novas técnicas.[2]
A partir da década de 1930 a produção de vitrais foi incrementada. Os vitrais usavam em parte materiais importados, como ferramentas e vidro colorido, e gravação e pintura eram realizadas pela empresa.[1] Segundo Diego Pufal, "as técnicas usadas pela fábrica de vidros eram, sem dúvida, de ponta para a época, tanto que os seus produtos não só se destinavam ao mercado interno, como para o exterior, como se pode ver das várias propagandas estampadas nos jornais de então".[3]
Seus trabalhos foram premiados com medalha de bronze na Exposição Universal de Chicago em 1933, medalha de ouro em 1925 na Exposição do Cinquentenário da Colonização Italiana em Porto Alegre, e medalha de ouro na Exposição do Centenário da Farroupilha de 1935, em Porto Alegre. Em 1936 Antonio retirou-se da empresa e a razão social passou a ser M. Genta, Schmidt & Cia. Em 1942 Marcelo Pascoal Genta, filho de Miguel, entrou na sociedade. Em 1950 a sede da empresa foi transferida para a Rua do Parque.[1] Nesta época começou a produzir também vidros e espelhos de veículos automotores.[3] Após o falecimento de Helmuth Schmidt a empresa foi transformada em sociedade anônima em 17 de setembro de 1959, adotando o nome de Genta S.A. Filiais foram fundadas em Caxias do Sul (1960) e Passo Fundo (1963), mas nesta época a empresa iniciou um declínio, passando a se concentrar na produção de vidros planos e espelhos. Encerrou suas atividades em 12 de março de 1998.[1]
A Casa veio a incorporar diversos artistas qualificados, destacando-se o alemão Maximilian (Max) Dobmeier, especialista em pinturas de vitral nas décadas de 1930 a 1950, Lorenz Heilmaier, alemão, especialista em vitral na década de 1950, François Ferdinand Urban, desenhista e executor de vitrais, Evaristo Iglesias, espanhol, responsável pelos trabalhos de vidro gravado com ácidos, e o espanhol Francisco Huguet, ativo entre 1940 e 1980, desenhista e projetista.[4][5] Segundo Wertheimer & Gonçalves, a empresa tornou-se uma referência nacional e internacional na produção de vitrais, e foi "sem dúvida, o ateliê de maior representatividade e sua presença marcou mais de uma geração no ramo vidreiro e na memória coletiva rio-grandense".[4]
Com uma produção vasta, produziu vitrais para residências, escolas, sedes de bancos e outras instituições, mas especialmente para igrejas, como a Igreja de Santo Antônio em Guaporé, a Igreja de Santa Catarina em Feliz, a Igreja de Nossa Senhora de Fátima em Araçá, a Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro em Arroio do Meio,[6] a prefeitura de Dom Pedrito,[7] o Educandário Coração de Maria em Rio Grande,[1] a Igreja de Santa Ana em Capela de Santana, a Igreja de São Caetano em Dom Ricardo, a Capela de São José em Itaara, a Igreja da Imaculada Conceição em Jari, a Igreja de Santo Inácio de Loyola em Lajeado, a Igreja do Sagrado Coração de Jesus em Nova Bassano, a Igreja de São João Batista em Nova Bréscia, a Igreja de São José em Roca Sales, o Santuário de Nossa Senhora do Rosário em Serafina Correa,[8] a Catedral de Santa Maria,[9] em Pelotas a Catedral São Francisco de Paula e a Universidade Católica,[4] e em Porto Alegre a Catedral Metropolitana,[5] a Igreja de Santa Teresinha, a Santa Casa,[2] a Capela Nosso Senhor dos Passos,[10] a Catedral Anglicana e a Igreja de São Pedro.[4]
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