Carbonária
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A Carbonária foi uma sociedade secreta e revolucionária que atuou na Itália, França, Portugal, Espanha, Brasil e Uruguai nos séculos XIX e XX.[1] Fundada na Itália por volta de 1810, a sua ideologia assentava-se em valores patrióticos e liberais, além de se distinguir por um marcado anticlericalismo. Participou nas revoluções de 1820, 1830-1831 e 1848. Embora não tendo unidade política, já que reunia monarquistas e republicanos, nem linha de ação definida,[2][2][3] os carbonários (do italiano carbonaro, "carvoeiro") atuavam em toda a Itália, tendo importante ação durante a Unificação Italiana e nas revoluções que a precederam. Reuniam-se secretamente nas cabanas dos carvoeiros, derivando daí seu nome. No Norte da Itália, outras organizações eram associadas a Carbonária como a Adelfia e Filadelfia.[2][3]
Carbonária | |
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Estandarte da Carbonária. | |
Lema | "Deus e o povo somente!" |
Tipo | Sociedade secreta Maçonaria Florestal |
Fundação | Anterior a 1800 |
Sede | Reino da Sardenha |
Durante o domínio napoleónico, formou-se em Itália combatendo a intolerância religiosa, o absolutismo, defendendo os ideais liberais e esteve aliada em certos momentos, havendo mesmo elementos que pertenciam às duas organizações. Surgiu no Reino de Nápoles, inicialmente como forma de oposição à política pró-napoleônica o general francês Joaquim Murat, cunhado de Napoleão Bonaparte. Lutava contra os franceses, porque as tropas de Napoleão haviam iniciado uma espoliação da Itália, embora defendessem os mesmos princípios de Bonaparte.
Com a expulsão dos franceses, a Carbonária queria unificar a Itália através de uma revolução espontânea da classe trabalhadora, comandada por universitários e intelectuais, e implantar os ideais liberais.
Os membros da Carbonária, principalmente da pequena e média burguesia, tratavam-se por "primos". As associações da Carbonária tinham uma relação hierárquica. Chamavam-se choças (de menor importância), barracas e vendas, sendo estas as mais importantes. As vendas, cada uma contendo vinte membros, desconheciam os grandes chefes. Todas as orientações eram transmitidas por elas. Havia uma venda central, composta por sete membros, que chefiava o trabalho das demais. A Carbonária não tinha nenhuma ligação popular, pois, como sociedade secreta, não anunciava suas actividades. Além disso, a Itália era uma região agrícola e extremamente católica, com camponeses analfabetos e religiosos, que tradicionalmente se identificavam com ideias e chefes conservadores.