Cólera
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Cólera é uma infeção do intestino delgado por algumas estirpes das bactérias Vibrio cholerae.[3] Os sintomas podem variar entre nenhum, moderados ou graves.[2] O sintoma clássico é a grande quantidade de diarreia aquosa com duração de alguns dias.[1] Podem também ocorrer vómitos e cãibras musculares.[2] A diarreia pode ser de tal forma grave que em poucas horas provoca grave desidratação e distúrbio eletrolítico.[1] Isto pode levar a que os olhos se afundem nas órbitas, à diminuição de elasticidade da pele e ao enrugamento das mãos e dos pés.[4] A desidratação pode ainda provocar a coloração azulada da pele.[7] A manifestação de sintomas tem início entre duas horas e cinco dias após a infeção.[2]
Cólera | |
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Pessoa com desidratação grave causada por cólera, que leva a que os olhos se afundem nas órbitas e ao enrugamento da pele das mãos e dos pés | |
Especialidade | Infectologia |
Sintomas | Diarreia em grande quantidade, vómitos, cãibras musculares[1][2] |
Complicações | Desidratação, distúrbio eletrolítico[1] |
Início habitual | 2 horas a 5 dias após exposição[2] |
Duração | Alguns dias[1] |
Causas | Vibrio cholerae transmitido por via fecal-oral[3][1] |
Fatores de risco | Falta de saneamento, falta de água potável, pobreza[1] |
Método de diagnóstico | Exame fecal[1] |
Prevenção | Melhoria do saneamento, acesso a água potável, vacina contra a cólera[4][1] |
Tratamento | Terapia de reidratação oral, suplementos de zinco, terapia intravenosa, antibióticos[1][5] |
Frequência | 3–5 milhões de pessoas por ano[1] |
Mortes | 28 800 (2015)[6] |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | A00 |
CID-9 | 001 |
CID-11 | 257068234 |
OMIM | 166600 |
DiseasesDB | 2546 |
MedlinePlus | 000303 |
eMedicine | med/351 ped/382 |
MeSH | D002771 |
Leia o aviso médico |
A cólera é causada por uma série de tipos da bactéria Vibrio cholerae. Determinados tipos dão origem a formas mais graves da doença do que outros. A doença transmite-se principalmente através da água e de alimentos contaminados com fezes humanas com presença das bactérias.[1] O marisco mal cozinhado é uma das principais fontes de cólera.[8] Os seres humanos são o único animal afetado. Os fatores de risco incluem saneamento insuficiente, escassez de água potável e a pobreza. Existe o receio de que a subida do nível do mar irá aumentar a prevalência da doença.[1] A cólera pode ser diagnosticada através da análise das fezes.[1] Estão disponíveis testes rápidos com tiras reagentes, mas a sua precisão é menor.[9]
A prevenção envolve a melhora das condições de saneamento e do acesso a água potável.[4] A vacina contra a cólera, administrada por via oral, oferece proteção razoável por um período de seis meses, protegendo também contra outro tipo de diarreia causado por E. coli. O tratamento de primeira linha é a terapia de reidratação oral, em que os líquidos perdidos são repostos por soluções salinas e ligeiramente doces.[1] São preferidas soluções à base de arroz.[1] A suplementação com zinco é útil em crianças.[5] Em casos graves da doença pode ser necessária a administração de líquidos por via intravenosa com, por exemplo, solução de Ringer. Os antibióticos podem ser benéficos. Os exames para determinar a que antibiótico é que a cólera é suscetível ajudam a seleção.[2]
Estima-se que a cólera afete 3–5 milhões de pessoas em todo o mundo e tenha sido a causa de 58 000–130 000 mortes em 2010.[1][10] Embora atualmente seja considerada uma pandemia, a doença é rara em países desenvolvidos. As crianças são o principal grupo etário afetado.[1][11] A cólera ocorre tanto em surtos como de forma endémica em determinadas regiões. As áreas em maior risco são a África e o sudeste asiático. Embora o risco de morte entre as pessoas infetadas seja geralmente inferior a 5%, em alguns grupos sem acesso a tratamentos pode chegar aos 50%.[1] Os primeiros registos de descrição da cólera, em sânscrito, datam do século V.[4] O estudo da doença por John Snow entre 1849 e 1854 levou a progressos significativos no campo da epidemiologia.[4][12]