Burzemir (Burzmihr), Dademir (Dadmihr), Dadeburzemir (Dadburzmihr) ou Bozorguemir de Boquetagã (em persa médio: Wuzurgmihr ī Bōkhtagān; em persa: Bozorgmehr-e Bokhtagan)[1] foi um nobre sassânida da Casa de Carano,[2] que serviu como ministro do xá Cavades I (r. 498–531), e depois como grão-vizir sob seu filho Cosroes I (r. 531–579), e então como aspabedes sob Hormisda IV (r. 579–590).
Burzemir | |
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Grão-vizir Burzemir desafia um emissário indiano para uma partida de xadrez. Iluminura do Épica dos Reis. | |
Nacionalidade | Império Sassânida |
Ocupação | Oficial |
Título |
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Religião | Zoroastrismo |
De acordo com as fontes persas e árabes, ele foi um homem de "excepcional sabedoria e conselhos sábios" e depois tornou-se uma caracterização da expressão. Seu nome aparece em vários trabalhos importantes na literatura persa, mais notavelmente no Épica dos Reis.[3] O historiador Arthur Christensen sugere que Burzemir pode ser identificado com o médico Burzoe (Borzuya).[4]
Biografia
Burzemir é mencionado pela primeira vez em 498, como um dos filhos do poderoso nobre Sucra. Após Cavades I reclamar o trono sassânida de seu jovem irmão Zamasfes, ele nomeou Burzemir como seu ministro. Após a morte de Cavades, seu filho, Cosroes I, nomeou-o como seu grão-vizir.[2] De acordo com Ferdusi, Burzemir, ainda jovem estudante, foi levado de Merve para Ctesifonte por Cosroes I para interpretar um sonho, e por acertar a resposta foi nomeado vizir. De acordo com o Épica dos Reis, quando sábios da Índia trouxeram o jogo de xadrez para testar a inteligência dos sábios da Pérsia, foi Burzemir que resolveu enigma e também inventou o jogo de gamão (narde), que desconcertou os sábios indianos.[3]
Um dia, quando Cosroes I suspeitou que Burzemir pretendia fazê-lo engolir uma joia enquanto dormia,[nt 1] ele foi preso e cegado no cativeiro. Porém, quando o imperador bizantino deu aos sábios iranianos o problema de um caixão trancado (dorj), foi Burzemir que resolveu-o, assim ganhando o perdão do rei e renovando o favor dele.[3] No reinado do filho de Cosroes, Hormisda IV, Burzemir foi nomeado como aspabedes de Coração.[2] De acordo com Ferdinand Justi, Burzemir pode ser identificado com o secretário Borzmer de Cosroes I, que foi mais tarde executado por ordens de Hormisda IV.[3]
Uma das primeiras referências a Burzemir é encontrada no Aydāgār ī Wuzurgmihr, no qual é chamado um argapetes e eunuco chefe do quarteirão antioquiano de Ctesifonte. Entre outras fontes, menções posteriores são feitas no Épica dos Reis e em Ṯaʿālebī’s Ḡorar e Masʿūdī’s Morūj.[3] De acordo com o historiador Arthur Christensen, Burzemir poderia possivelmente ser identificado com o médico Burzoe (Borzuya). Entretanto, estudos historiográficos da literatura persa pós-sassânida, bem como análise linguística têm mostrado o contrário. Porém, a palavra "Borzuya" pode às vezes ser considerada uma forma abreviada de Burzemir.[4]
Trabalhos
Vários tratados persas médios tais como o Ayādgār ī Wuzurgmihr ī Bōxtagān e o Wizārišn ī čatrang ("tratado sobre xadrez), bem como as versão originais do Ketāb al-zabarj, o comentário sobre a Astrológica de Vécio Valente, Ketāb Mehrāzād Jošnas (Mehrāḏar Jošnas) e Ẓafar-nāma, um livro que foi traduzido do persa médio por Avicena, são atribuídos a Burzemir.[3]
Notas
Referências
- Pourshariati 2008, p. 115.
- Pourshariati 2008, p. 114.
- «BOZORGMEHR-E BOḴTAGĀN» (em inglês). Consultado em 14 de julho de 2014
Bibliografia
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