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bairro de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Bom Fim é um bairro nobre da cidade brasileira de Porto Alegre, capital do estado do Rio Grande do Sul, criado pela lei 2022 de 7 de dezembro de 1959.
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Bairro do Brasil | ||
Localização | ||
Mapa de Bom Fim | ||
Coordenadas | 30° 01′ 57″ S, 51° 12′ 44″ O | |
Município | Porto Alegre | |
Características geográficas | ||
Área total | 38 hectares | |
População total | 11,351 hab (2 000) 4,802 homens 6,549 mulheres hab. | |
Densidade | 299 hab/ha hab./km² | |
Outras informações | ||
Taxa de crescimento | (-) 0,40% (de 1991 a 2000) | |
Domicílios | 4.961 | |
Rendimento médio mensal | 15,80 salários mínimos |
O Bom Fim teve origem no antigo Campo da Várzea, assim denominado popularmente. Ficava numa área pública de 69 hectares que servia de acampamento para os carreteiros e na qual permanecia o gado destinado ao abastecimento da cidade. O Campo da Várzea passou a ser conhecido como Campos do Bom Fim devido à construção da Capela Nosso Senhor Jesus do Bom Fim,[2] iniciada em 1867 e concluída em 1872.
Até o final do século XIX não houve grandes alterações no local. Poucas casas velhas e algumas chácaras espalhavam-se na região. Todo o resto, segundo cronistas como Ary Veiga Sanhudo, "era bom mato, com excelente caça, onde inúmeras vezes encontravam seguro abrigo os escravos fugidos". Por ocasião de uma alforria coletiva promovida pelo Centro Abolicionista, para comemorar o feito, passou a chamar-se de "Campos da Redempção", atual Parque Farroupilha. Após a abolição da escravatura, muitos libertos, sem ter para onde ir, instalaram-se na região.
Por volta do final da década de 1920, os primeiros membros da comunidade judaica começaram a se instalar ao longo da Avenida Bom Fim. O escritor Moacyr Scliar, que passou sua infância no bairro, em seu livro A guerra no Bom Fim, descreveu a vida dos moradores do bairro à época da Segunda Guerra Mundial, embora de modo fantasioso.[3]
Algumas residências, pequenas lojas e oficinas deram início ao processo de povoamento efetivo do bairro. A diversificação desse pequeno comércio acompanhou o crescimento natural da cidade, vindo o Bom Fim a constituir-se como bairro residencial e comercial, com destaque para as lojas de móveis.[4]
O bairro abriga algumas construções históricas como o prédio da Sociedade Italiana do Rio Grande do Sul, fundada em 1893.
Apesar da atual diversidade de moradores, o Bom Fim permanece como símbolo da colonização judaica em Porto Alegre.[5]
Localizam-se no bairro as sinagogas do Centro Israelita, o Linat Hatzedeck, o Beit Lubavitcher e a Sociedade Maurício Cardoso, conhecida como Poilisher Farband. Além das sinagogas, há também a Sociedade Hebraica, a Federação Israelita do RS (Firgs), onde funciona o Museu Nacional das Migrações Judaicas, e o Centro Israelita Porto-Alegrense.[6]
Uma das sinagogas do bairro, a União Israelita de Porto Alegre, completou o seu centenário em 2010 e é uma das mais antigas do Brasil e também a quarta das Américas com atividades ininterruptas. A sinagoga, que fica na rua Barros Cassal abriga relíquias como uma Torá de 350 anos, em rolo natural, e uma coleção de talmudes impressos na Áustria em 1840.[7]
Na rua General João Telles, 329, localiza-se o Instituto Cultural Judaico Marc Chagall, fundado em 1985, que possui um acervo de cerca de 45 mil itens, entre documentos, fotos, áudios, objetos e gravações, sobre a imigração judaica no estado. O presidente do Instituto, Nilton Wainer, argumenta que uma das peças mais raras é um livro de 1601, em alemão gótico, sobre a guerra entre judeus e romanos. Ele também afirma que o Instituto possui 600 horas de depoimentos gravados em áudio de imigrantes.[8]
Durante a semana, é um bairro nervoso e rápido em sua larga e extensa Avenida Osvaldo Aranha. Porém, aos sábados e domingos é um bairro bucólico, com ares de interior. Duas Feiras Modelo ocorrem semanalmente no bairro: às terças pela manhã na Rua Gen. João Telles (entre Osvaldo Aranha e Henrique Dias) e aos sábados à tarde na Rua Irmão José Otão (entre R. João Telles e R. Santo Antônio).[9] Também ocorre aos sábados a Feira Ecológica do Bom Fim que, apesar do nome, não está localizada neste bairro mas inicia no limite com o bairro Farroupilha, na esquina da Avenida Osvaldo Aranha com a rua José Bonifácio.[10]
Freqüentado por trabalhadores, intelectuais e integrantes de movimentos alternativos e de contracultura, a atmosfera do bairro é efervescente e diversificada.[11] Nele ou em seu entorno se situam cafés, livrarias, universidades, escolas, capelas, sinagogas e espaços culturais como a Sociedade Italiana do RS, o Tablado Andaluz, e o Bar Ocidente, tradicional casa noturna e espaço cultural criado em 1980 e que promove intensa agenda de shows, festas, peças teatrais e saraus literários.[12] Outro espaço que merece destaque é a Lancheria do Parque, ponto de encontro de boêmios, artistas e intelectuais da cidade.
Algumas tradições ainda são mantidas no bairro, como duas delicatessens especializadas em produtos Kasher e em produtos para pratos típicos da cozinha Judaica, a Sabra (com produtos mais sofisticados) e a Lechaim (com uma maior variedade de produtos de conveniência). No entanto, espaços tradicionais foram destruídos pela especulação imobiliária como o Cinema Baltimore que, em 2004, foi demolido para lugar a um canteiro de obras.[13] Essa mesma demolição também atingiu o Bar João, que ficava ao lado do Cinema Baltimore e que havia sido imortalizado na canção "Deu Pra ti", sucesso de Kleiton e Kledir. Além de Kleiton e Kledir o bairro já foi cantado por músicos como Nei Lisboa, em sua canção "Berilm, Bom Fim", e Vitor Ramil em "Ramilonga".[14]
O bairro é tema de documentário dirigido por Boca Migotto, com estreia marcada para 2015, que trata do período em que o Bom Fim foi cenário de efervescência no cinema, no teatro e na música. O longa-metragem percorre da Esquina Maldita, reduto boêmio dos anos 1970, à curva da José Bonifácio, onde ficava o bar Escaler, frequentado por uma multidão que ali se aglomerava nas décadas de 1980 e 90 e passa por locais frequentados por diferentes tribos, como o Lola, o Bar João, o Ocidente, a Lancheria do Parque, o Bar Luar Luar e os cinemas Baltimore e Bristol.[15]
Ponto inicial e final: encontro da Avenida Osvaldo Aranha com a Rua Sarmento Leite; desse ponto segue pela Rua Sarmento Leite até a Rua Irmão José Otão, por essa até o encontro com a Rua Barros Cassal; desse ponto segue por uma linha reta e imaginária, no sentido leste, até o encontro da Rua Fernandes Vieira com a Rua Castro Alves, por essa até a Rua Ramiro Barcelos, por essa até a Avenida Osvaldo Aranha, por essa até a Rua Sarmento Leite, ponto inicial.
Assim sendo, atualmente, o Parque Farroupilha, o Brique da Redenção, o Instituto de Educação General Flores da Cunha, o Hospital de Pronto Socorro, a Praça Dom Sebastião e a Igreja Santa Teresinha não se encontram dentro dos limites territoriais do bairro Bom Fim, mas sim dentro do bairro Farroupilha.
Seus bairros vizinhos são: Centro Histórico, Farroupilha, Independência e Rio Branco.
No fim do ano de 2015, as propostas com as emendas foram aprovadas pela câmara de vereadores de Porto Alegre. Quanto aos limites do bairro Bom Fim, a linha imaginária que faz o limite com o Bairro Independência foi mantida. A alteração mais notável ocorreu no limite com o bairro Rio Branco, que passou a ser a Rua Ramiro Barcelos.[16][17]
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