O Bloco Nacionalista Galego (BNG; em galego: Bloque Nacionalista Galego) é uma organização política nacionalista galega. Define-se, do ponto de vista organizativo, como uma fronte de partidos e situa-se na esquerda do espectro político, sendo o principal partido esquerdista e nacionalista galego. O BNG tinha, em 2009, 9.000 militantes,[1] e possui 590 concelheiros e 30 prefeitos em diversos concelhos da Galiza.[2][3] Após as eleições ao Parlamento da Galiza de 2020, o BNG possui 19 parlamentares. Também chegou a ter um eurodeputado no Parlamento Europeu (Camilo Nogueira), e actualmente conta com um posto rotatório na Eurocâmara entre os seus sócios (a representante do BNG é Ana Miranda Paz).

Factos rápidos
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A Porta-Voz Nacional é Ana Pontón, que desde fevereiro de 2016 substitui Xavier Vence.

O BNG conta com uma organização juvenil desde 1988, a Galiza Nova.

Estrutura interna

O nascimento do BNG surge com a intenção de aglutinar, no seu interior, toda a ampla gama ideológica da esquerda nacionalista. Por esta razão, a sua organização é frentista. Dentro dele conviveram e convivem partidos nacionalistas de esquerda que têm as suas próprias assembleias e os seus próprios secretários gerais. Eis alguns deles:

História

Nos anos 1960 fundou-se a União do Povo Galego (UPG) e o Partido Socialista Galego (PSG), partidos nacionalistas de carácter comunista e socialista. No ano 1975 foi fundada a Assembleia Nacional-Popular Galega (AN-PG), frente impulsionada pela União do Povo Galego como plataforma de mobilização social e base para o futuro estabelecimento de uma candidatura eleitoral nacionalista.

Em outubro de 1981 celebrou-se a primeira convocatória para eleger o governo galego. Estas eleições foram vencidas pela Aliança Popular. Os partidos nacionalistas galegos tiveram um resultado discreto.

A 26 de setembro de 1982 tem lugar na Corunha a Assembleia fundadora do Bloco Nacionalista Galego que agrupava a AN-PG, a UPG, o PSG e outros colectivos independentes. Quase um ano depois, em 1983, o PSG abandona o BNG, juntamente com um grupo substancial de militantes do PSG. O PSG fundir-se-ia com a Esquerda Galega (EG).

Nas eleições autonómicas de 1985 o BNG só consegue um assento enquanto que a Colição Galega consegue 11, e o Partido Socialista Galego-Esquerda Galega ganha 3. As eleições são ganhas, de novo, pela Aliança Popular com o nome de Coligação Popular de Galícia.

En 1987 e 1988 diversos grupos independentistas unem-se ao BNG. O BNG tem que escolher a direcção política a tomar e escolhe o caminho moderado. O BNG, liderado por Beiras foge ao radicalismo para tentar ganhar mais votos. Na terceira assembleia, o Partido Comunista de Libertação Nacional (que logo se converte na FPG) abandona a coligação por apoiar a Herri Batasuna.

Nas eleições autonómicas de 1989 o BNG conseguiu 5 deputados e criou um grupo parlamentar próprio. O Partido Nacionalista Galego-Partido Galeguista (PNG-PG) e a Frente Popular Galega (FPG) não obtiveram qualquer assento parlamentar. O PSG-EG conseguiram dois.

Inzar, PNG-PG e Unidade Galega (antigo Partido Socialista Galego-Esquerda Galega) unem-se ao Bloco Nacionalista Galego, e nas eleições autonómicas de 1993 o BNG consegue eleger 13 deputados.

Nesta época o BNG vive a sua época mais dourada. Nas eleições gerais de 1996 o BNG elege dois deputados no Congresso dos Deputados de Espanha. Nas eleições autonómicas de 1997 é a segunda força política na Galiza diante do PSdeG-PSOE. Nas Eleições europeias de 1999 na Galiza obteve um eurodeputado. Nesse mesmo ano, uma corrente independentista e comunista organizada no partido Primeira Linha abandona a frente, devido ao que a sua direcção denomina "irrespirável clima de assédio" por parte do sector maioritário na cúpula do BNG, ligada à UPG.

Nas eleições autonómicas de 2001 o BNG e o PSdeG-PSOE empataram com 17 deputados. Na derradeira Assembleia Nacional houve uma mudança geracional no BNG, em que Anxo Quintana tornou Beiras como porta-voz nacional e candidato à presidência da Junta de Galiza.

Nas eleições gerais de 2004 na Galiza, o BNG começa uma crise pelo contínuo retrocesso de votos, já que só consegue 2 assentos no Congresso dos Deputados e nenhum no Senado.

A crise agrava-se com as eleições europeias de 2004, em que depois de apresentar-se em coligação de direita com o Partido Nacionalista Basco e CiU (GalEusCa), não consegue quaisquer eurodeputados.

Assim, em Julho de 2004, Anxo Quintana, estabelece mudanças na cúpula do partido.

Evolução do voto

Eleições nacionais

Resultados referentes à Galiza

Mais informação Data, CI. ...
Data CI. Votos % +/- Deputados +/- Status
1982 4.º 38 437
3,0 / 100,0
0 / 27
Extra-parlamentar
1986 6.º 27 049
2,1 / 100,0
Baixa0,9
0 / 27
Estável Extra-parlamentar
1989 4.º 47 763
3,6 / 100,0
Aumento1,5
0 / 27
Estável Extra-parlamentar
1993 3.º 126 965
8,0 / 100,0
Aumento4,4
0 / 26
Estável Extra-parlamentar
1996 3.º 220 147
12,9 / 100,0
Aumento4,9
2 / 25
Aumento2 Oposição
2000 3.º 306 268
18,6 / 100,0
Aumento5,7
3 / 25
Aumento1 Oposição
2004 3.º 208 688
11,4 / 100,0
Baixa7,2
2 / 24
Baixa1 Oposição
2008 3.º 212 543
11,5 / 100,0
Aumento0,1
2 / 23
Estável Oposição
2011 3.º 184 037
11,2 / 100,0
Baixa0,3
2 / 23
Estável Oposição
2015 5.º 70 863
4,3 / 100,0
Baixa6,9
0 / 23
Baixa2 Extra-parlamentar
2016 5.º 45 252
2,9 / 100,0
Baixa1,4
0 / 23
Estável Extra-parlamentar
2019-A 5.º 93 810
5,7 / 100,0
Aumento2,8
0 / 23
Estável Extra-parlamentar
2019-N 4.º 119 597
8,1 / 100,0
Aumento2,3
1 / 23
Aumento1 Oposição
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Eleições regionais da Galiza

Mais informação Data, CI. ...
Data CI. Votos % +/- Deputados +/- Status
1985 5.º 53 072
4,2 / 100,0
1 / 71
Oposição
1989 3.º 105 703
8,0 / 100,0
Aumento3,8
5 / 75
Aumento4 Oposição
1993 3.º 269 233
18,4 / 100,0
Aumento10,4
13 / 75
Aumento8 Oposição
1997 2.º 395 435
24,8 / 100,0
Aumento6,4
18 / 75
Aumento5 Oposição
2001 2.º 346 430
22,6 / 100,0
Baixa2,2
17 / 75
Baixa1 Oposição
2005 3.º 311 954
18,7 / 100,0
Baixa3,9
13 / 75
Baixa4 Governo
2009 3.º 270 712
16,0 / 100,0
Baixa2,7
12 / 75
Baixa1 Oposição
2012 4.º 146 027
10,1 / 100,0
Baixa5,9
7 / 75
Baixa5 Oposição
2016 4.º 119 446
8,3 / 100,0
Baixa1,7
6 / 75
Baixa1 Oposição
2020 2.º 310 137
23,8 / 100,0
Aumento15,5
19 / 75
Aumento13 Oposição
2024 2.º 467 074
31,28 / 100,0
Aumento7,48
25 / 75
Aumento6 Oposição
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Eleições europeias

Resultados referentes à Galiza

Mais informação Data, CI. ...
Data CI. Votos % +/- Mandatos +/- Coligação
1987 4.º 45 525
3,7 / 100,0
0 / 60
1989 5.º 38 968
4,2 / 100,0
Aumento0,5
0 / 60
Estável
1994 3.º 132 507
11,4 / 100,0
Aumento7,2
0 / 64
Estável
1999 3.º 335 193
22,0 / 100,0
Aumento10,6
1 / 64
Aumento1
2004 3.º 141 756
12,3 / 100,0
Baixa9,7
0 / 54
Baixa1 Galeusca
2009 3.º 103 724
9,1 / 100,0
Baixa3,2
1 / 54
Aumento1 Europa dos Povos - Verdes
2014 5.º 80 394
7,9 / 100,0
Baixa1,2
1 / 54
Estável Os Povos Decidem
2019 172 088
11,8 / 100,0
Aumento3,9
1 / 54
Estável Agora Repúblicas
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Eleições municipais

Mais informação Data, CI. ...
Data CI. Votos % +/- Mandatos +/-
1983 4.º 50 025
4,1 / 100,0
117 / 4 033
1987 5.º 61 256
4,5 / 100,0
Aumento0,4
139 / 4 044
Aumento22
1991 3.º 107 932
7,7 / 100,0
Aumento3,2
241 / 4 033
Aumento102
1995 3.º 208 098
13,1 / 100,0
Aumento5,4
428 / 3 932
Aumento187
1999 3.º 290 187
18,5 / 100,0
Aumento5,4
586 / 3 901
Aumento158
2003 3.º 325 331
19,4 / 100,0
Aumento0,9
595 / 3 873
Aumento9
2007 3.º 315 279
19,2 / 100,0
Baixa0,2
661 / 3 847
Aumento66
2011 3.º 261 466
16,5 / 100,0
Baixa2,7
589 / 3 811
Baixa72
2015 3.º 190 158
12,8 / 100,0
Baixa3,7
468 / 3 766
Baixa121
2019 3.º 194 462
12,87 / 100,0
Aumento0,03
456 / 3 721
Baixa12
2023 3.º 248 676
17,25 / 100,0
Aumento4,38
590 / 3 721
Aumento134
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Referências

  1. 'Temos 9.000 militantes, hai que multiplicalos', consultado em 31 de dezembro de 2023
  2. «Resultados provisionales - Elecciones Municipales 2011 - Total Estatal». elecciones.mir.es. Consultado em 31 de dezembro de 2023
  3. Alcaldías do BNG Arquivado em 2015-07-08 no Wayback Machine Página web do BNG. Consultado em 31 de julho de 2015.

Ligações externas

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