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futebolista argentino Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Atilio José Demaría,[1] depois italianizado para Attilio Demaria, sendo conhecido também como Demaria II[carece de fontes] (Buenos Aires, 19 de março de 1909 - Haedo, 11 de novembro de 1990), foi um futebolista ítalo-argentino. Jogou as Copas do Mundo de 1930 e 1934, por países diferentes: na primeira, foi vice-campeão pela Argentina; na outra, foi campeão pela Itália. Em ambas, foi colega de Luis Monti, normalmente o único lembrado pela marca por ter sido titular nos dois torneios, enquanto Demaría foi reserva em ambos.[2][3][4]
As referências deste artigo necessitam de formatação. (Setembro de 2022) |
Argentina antes da partida contra o México na Copa do Mundo de 1930. Demaría é o penúltimo jogador agachado à direita. | ||
Informações pessoais | ||
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Nome completo | Atilio José Demaría | |
Data de nascimento | 19 de março de 1909 | |
Local de nascimento | Buenos Aires, Argentina | |
Nacionalidade | argentino italiano | |
Data da morte | 11 de novembro de 1990 (81 anos) | |
Local da morte | Haedo, Argentina | |
Informações profissionais | ||
Posição | Meia-esquerda | |
Clubes profissionais | ||
Anos | Clubes | Jogos e gol(o)s |
1926-1931 1930-1931 1931 1931-1936 1936 1937-1938 1938-1943 1943-1944 1944-1946 1946-1948 |
Estudiantil Porteño Gimnasia y Esgrima La Plata (empr.) Gimnasia y Esgrima La Plata Ambrosiana-Inter Independiente Estudiantil Porteño Ambrosiana-Inter Novara Legnano Cosenza |
|
Seleção nacional | ||
1931 1932-1940 |
Argentina Itália |
3 (0) 13 (3) |
A nível de clubes, destacou-se sobretudo na Internazionale,[2] sendo um dos maiores artilheiros do clássico com o Milan (com seis gols),[2] além de obter títulos no campeonato italiano, com a Segunda Guerra Mundial impedindo-lhe uma campanha ainda melhor. Era considerado de boa técnica e panorama para jogar. Pela Argentina, jogou três partidas, todas em 1931, sem marcar; pela Itália, foram treze entre 1932 e 1940, com três gols.[1]
No Brasil, por algum tempo confundiu-se Demaría com o ítalo-brasileiro Alexandre de Maria, ex-jogador do Corinthians que na mesma época também jogou no futebol italiano, pela Lazio; se divulgava que este é quem teria ganho a Copa de 1934, informação constante na revista Placar em 1976 e em 1986.[5][6] Em 1998, a mesma revista esclareceu que o campeão tratava-se do argentino.[7]
Demaría foi revelado pelo Estudiantil Porteño, estreando em 1926 no time adulto. Em 1928, como jogador deste clube, jogou uma partida não-oficial em que a seleção argentina enfrentou o clube Boca Juniors, empatada em 1-1.[carece de fontes]
Entre 1926 e 1928, a melhor colocação do Estudiantil foi um 15º lugar, em 1928, em campeonatos que envolviam quase quarenta equipes.[carece de fontes] No campeonato argentino de 1929, finalizado apenas em fevereiro de 1930, o Estudiantil terminou na quarta colocação em um grupo de dezessete clubes, tendo a mesma pontuação do terceiro colocado, o Independiente, terminando abaixo também de San Lorenzo e Boca Juniors[carece de fontes] - três dos cinco grandes do futebol argentino.[8]
Sem nenhuma partida oficial prévia pela seleção, Demaría terminou convocado à Copa do Mundo FIFA de 1930, jogando uma única vez, na vitória de 6-3 sobre o México.[1] Era a segunda partida da Albiceleste na competição, e Demaría foi utilizado para substituir o capitão da seleção, Manuel Ferreira, que, em tempos de amadorismo oficial no futebol argentino, precisou regressar momentaneamente de Montevidéu a Buenos Aires para realizar uma prova de faculdade.[3]
Ainda em 1930, o Gimnasia y Esgrima La Plata, que havia sido o campeão daquele campeonato de 1929, no que ainda é o seu único título na elite argentina, iniciou uma excursão pela Europa. Nela, o clube recebeu o empréstimo de diversos jogadores de outras equipes. Demaría foi um deles e teve grande participação em capítulos dos mais festejados na história gimnasista: a equipe derrotou tanto o Real Madrid (3-2, já em 1 de janeiro de 1931) como o Barcelona (2-1, em 6 de janeiro), tornando-se o primeiro time sul-americano a vencer a dupla de gigantes espanhola na casa adversária. Demaría esteve nas duas partidas, fornecendo uma assistência para abrir o placar no jogo contra os madrilenhos. Contra os catalães, a vitória veio de virada, com o gol do empate surgindo em rebote de arremate de Demaría.[9]
Foi naquela excursão que Demaría foi descoberto pela Internazionale, marcando um dos gols em empate em 3-3. Ele também fez gols sobre Benfica (1-0) e na vitória por 3-1 sobre o Sparta Praga,[9] na época uma das equipes mais prestigiadas do continente, apelidada de "Sparta de Ferro".[10] Já no regresso da viagem, em escala no Brasil, Demaría também marcou em empate em 2-2 com o Vasco da Gama.[9]
Demaría voltou ao Estudiantil Porteño em um momento de polêmica no futebol argentino, com dezoito clubes rebelando-se em maio com a associação para criarem uma liga abertamente profissional. O Estudiantil não foi visto como economicamente interessante pelos dezoito e permaneceu no campeonato da associação oficial.[11] Este campeonato já estava em andamento e os jogos foram anulados, com as equipes remanescentes recomeçando o torneio em junho.[carece de fontes] Demaría inicialmente permaneceu no Estudiantil, realizando em julho duas partidas pela seleção contra o Paraguai pelo Troféu Chevallier Boutell - os resultados foram 1-1, em 4 de julho, e 3-1, em 9 de julho.[1]
Ao fim do ano, o Estudiantil sagrou-se campeão do campeonato oficial após jogo-desempate com o Almagro. Foi o primeiro título do clube na elite.[12] Demaría, porém, não ficou até o final, ausentando-se da partida decisiva, em 27 de dezembro:[carece de fontes] ainda no mês de julho, no dia 12, ele voltou a defender o Gimnasia, participando de empate em 2-2 contra o San Lorenzo pelo campeonato profissional.[13] Essa partida foi válida pela oitava rodada,[carece de fontes] e também foi a única de Demaría pelo Gimnasia além daqueles amistosos.[13] Ainda em meados de 1931, ele foi adquirido pela Internazionale, então chamada Ambrosiana-Inter, participando já das primeiras rodadas da temporada 1931-32 do campeonato italiano.[carece de fontes]
O primeiro gol de Demaría pela Internazionale (Ambrosiana) deu-se já na terceira rodada da Serie A de 1931-32, em vitória por 2-0 sobre o Brescia fora de casa. Marcou oito vezes ao fim do campeonato. Em 6 de novembro, já pelo campeonato de 1932-33, marcou duas vezes, ambos antes dos 25 minutos, em vitória por 5-4 no clássico com o Milan. No mesmo mês, em 27 de novembro, estreou pela seleção italiana, em vitória de 4-2 sobre a Hungria em Milão. Demaría também marcou no dérbi no returno, o terceiro em nova vitória nerazzurra, de virada, por 3-1, em abril de 1933. Ao todo, foram treze gols na segunda temporada.[carece de fontes]
Na temporada 1933-34, Demaría chegou a marcar três vezes em uma vitória por 9-0 já na primeira rodada (sobre o Casale) e voltou a converter no Derby della Madonnina, em vitória de virada por 2-1 construída nos vinte minutos finais. Totalizou doze gols.[carece de fontes]
Terminou convocado à Copa do Mundo de 1934, a ser realizada na Itália, embora não viesse defendendo a Azzurra nos jogos anteriores; havia jogado até então apenas na sua estreia, em 1932.[carece de fontes] Curiosamente, a seleção de seu país natal ainda sofria consequências daquele cisma de 1931: a associação amadora era a reconhecida perante a FIFA e os principais jogadores do país, profissionalizados, terminaram não embarcando. Uma seleção argentina enfraquecida acabou eliminada já na primeira partida. Um dos seus membros, Alfredo Devincenzi, jogava no Estudiantil e também terminou contratado pela Inter. No ano seguinte, a associação amadora seria absorvida pela liga profissional, com os clubes amadores realocados na segunda divisão.[14]
Para aquele mundial, a Itália contou ainda com outros argentinos: Luis Monti, que também havia participado da Copa do Mundo FIFA de 1930 pela Albiceleste, Enrique Guaita e Raimundo Orsi, por sua vez finalista das Olimpíadas de 1928 pela terra natal, além do brasileiro "Filó" Guarisi. Guarisi e Demaría não foram titulares, os demais sim.[15] Os quatro argentinos chegaram a jurar que recusariam a entrar em campo caso a Itália enfrentasse a Argentina, o que acabou não ocorrendo.[16]
Tal como na edição de 1930, Demaría jogou somente uma vez na de 1934, na vitória de 1-0 sobre a Espanha nas quartas-de-final, em Florença.[carece de fontes] As duas seleções haviam empatado em 1-1 ao fim de prorrogação na véspera, em duelo que havia extenuado alguns jogadores. O regulamento forçou um reencontro já no dia subsequente.[17] Demaría repôs a ausência de Giovanni Ferrari.[carece de fontes] Participou do lance do gol de Giuseppe Meazza, atrapalhando o goleiro Juan José Nogués.[16]
Após a Copa, Demaría jogou pela Itália outras seis vezes até 1936, ano em que marcou seus primeiros gols pela Azzurra, em vitória de 2-1 sobre a Suíça em Zurique, e em empate em 2-2 com a Áustria em Roma. Até lá, havia na Inter marcado pela quarta temporada seguida um gol sobre o rival Milan, em vitória por 2-0 na temporada 1934-35, onde somou dez gols;< e somado outros sete na temporada 1935-36.[carece de fontes]
Ainda em 1936, ele regressou ao futebol argentino, no Independiente, pelo qual chegou a marcar um gol em derrota de 2-1 para o San Lorenzo na primeira rodada da Copa Campeonato, em 16 de agosto; este era o segundo campeonato argentino realizado naquele ano, com o próprio San Lorenzo tendo ganho o outro, denominado Copa Honor.[18] Muitos outros ítalo-argentinos haviam deixado a Itália temerosos de uma convocação ao exército italiano, que em 1935 havia deflagrado a Segunda Guerra Ítalo-Etíope, invadindo a então Abissínia. Dentre os que regressaram, estavam Enrique Guaita, que deixou a Roma mesmo obtendo a artilharia do campeonato italiano de 1934-35;[15] Raimundo Orsi,[19] Renato Cesarini,[20] e Carlos Volante.[21]
No Independiente, Demaría jogou somente três vezes.[22] Sobre seu insucesso no time de Avellaneda, o contemporâneo Carlos Volante opinou que "há dos nossos os que se engrandecem fora e se diminuem na própria casa e outros, o contrário. Por exemplo: vi Carlos Santamaría e Alfredo González darem verdadeiros espetáculos no Brasil. Não se trata de jogar bem: eu disse espetáculos. Santamaría voltou ao River e González ao Boca para ter que voltar ambos ao Rio. Me lembro que o half me dizia: ‘piso numa cancha argentina e já perco a confiança em mim mesmo’. Atilio Demaría foi um magnífico insider na Itália, mas aqui não correspondeu quando quis retornar. Enrique Guaita impressionava. Nunca pude entender o que lhe aconteceu no Racing. Já na Europa, um jogador rende e, em especial, os ingleses. No nosso ambiente se produzem uns alto-e-baixos impressionantes. Certo é que há intemperança de parte dos torcedores, mas mais que nada existe um fator psicológico, algo que induz a duvidar das próprias condições e aí se explica os desníveis tão marcados”.[21]
Em 1937, Demaría jogou a segunda divisão argentina, em um retorno ao Estudiantil Porteño, marcando inclusive um gol em vitória por 2-0 sobre a equipe que terminaria campeã, o Almagro.[23] Ele voltou à Internazionale (Ambrosiana) na temporada 1938-39, marcando três vezes.[carece de fontes] Em 20 de novembro de 1938, fez sua reestreia pela seleção italiana, em vitória de 2-0 sobre a Suíça em Bolonha. Ao fim da temporada 1938-39, a Inter obteve a Copa da Itália, a primeira do clube.[carece de fontes]
Na temporada 1939-40, Demaría voltou a marcar no Derby della Madonnina, marcando de pênalti o segundo gol da vitória interista por 3-1 sobre o Milan. O argentino somou doze gols, conseguindo também o título de campeão italiano. Foi o primeiro título de Demaría na Serie A, com a Juventus tendo sido pentacampeã seguida de 1930-31 a 1934-35 e com o Bologna ganhando os de 1935-36 e 1938-39. Ainda em 1940, Demaría jogou pela última vez pela seleção italiana, em vitória por 2-1 sobre a Romênia em 14 de abril.[carece de fontes]
Demaría continuou na Inter até o fim da temporada 1942-43. O clube só voltaria a ser campeão italiano em 1953, com a Segunda Guerra Mundial interrompendo a Serie A entre 1943 e 1945. Pelo clube de Milão, totalizou 269 partidas e 76 gols, marcando seis na temporada 1940-41, três na de 1941-42 e dois na de 1942-43. Posteriormente, defendeu Novara (1943-44), Legnano (1944-46) e Cosenza (1946-48), onde parou de jogar.[carece de fontes]
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