Artur Bernardes
político brasileiro, 12° presidente do Brasil / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
Artur da Silva Bernardes[lower-alpha 2] (Viçosa, 8 de agosto de 1875 – Rio de Janeiro, 23 de março de 1955) foi um advogado e político brasileiro, presidente de Minas Gerais de 1918 a 1922 e presidente do Brasil entre 15 de novembro de 1922 e 15 de novembro de 1926. Seu período na administração nacional foi marcado pela crise da Primeira República e a vigência quase ininterrupta do estado de sítio. Na sua longa carreira política, de 1905 até sua morte, ele foi o principal líder do Partido Republicano Mineiro (PRM) de 1918–1922 até a extinção da agremiação, e fundador e líder do Partido Republicano (PR).
Como governador de Minas Gerais, fundou a atual Universidade Federal de Viçosa e impediu o investidor americano Percival Farquhar de explorar as jazidas de minério de ferro de Itabira, cultivando uma imagem de nacionalista e municipalista. Candidato situacionista e "café com leite" na eleição presidencial de 1922, foi alvo de cartas falsas e uma tentativa de golpe para impedir sua posse, a Revolta dos 18 do Forte. Sua administração foi impopular nas cidades, especialmente no Rio de Janeiro, e a partir de julho de 1924 foi atacada por conspirações e revoltas armadas de militares tenentistas.
Sua atitude com a oposição foi intransigente e autoritária. Dos estados que se opuseram à sua candidatura, o Rio de Janeiro e a Bahia tiveram seus partidos dominantes derrubados, e o Rio Grande do Sul enfrentou a Revolução de 1923, na qual o governo federal intermediou a paz. Na capital a polícia política foi reorganizada na 4.ª Delegacia Auxiliar. Centenas de militares rebeldes, militantes operários, especialmente anarquistas, e outros civis morreram no bombardeio de São Paulo e colônia penal de Clevelândia. Nenhuma anistia foi concedida aos revoltosos.
A administração também aplicou uma política econômica de austeridade e contração monetária, combatendo a inflação e a desvalorização da moeda, retirou o Brasil da Liga das Nações, realizou uma reforma constitucional centralizadora, a única da Constituição de 1891, reaproximou o Estado da Igreja Católica e aprovou algumas leis trabalhistas ao mesmo tempo que reprimia os sindicatos. Bernardes apoiou a Revolução de 1930, mas nos anos seguintes viu o PRM reduzido a uma facção minoritária em Minas Gerais. Nos seus últimos anos ele participou da Campanha do Petróleo. Homem austero e reservado, foi idolatrado pelos seguidores, os bernardistas, e odiado pelos inimigos.