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Abubecre Amade ibne Maomé ibne Muça Arrazi Alquinani (em árabe: Abu Bakr Ahmad ibn Muhammad ibn Musa al-Razi al-Kinani; 25 de abril de 888 - 1 de novembro de 955)[lower-alpha 1], também conhecido pelos cristãos como o Mouro Rasis, foi um historiador muçulmano conhecido como "o Pai da História e da Geografia" no Alandalus, a Península Ibérica na época do domínio islâmico.[2][3]
Nascido em Córdova a 25 de Abril de 888 (10 de Dulrija de 274, segundo o calendário islâmico), Amade Arrazi era de origem persa, mais precisamente da cidade de Rei, de onde vinha a nisba “Arrazi” (“o de Rei”). Inicialmente, começou os estudos com o seu pai, tendo sido depois levado para aprender com outros mestres, entre os quais Alcácime ibne Asbagui Baiani, o homem que o mais marcou.[3]
Com o surgimento do Califado de Córdova, era necessário fazer o reconhecimento dos bens naturais, cidades, fortalezas e outros dados referentes a todo o território, e Amade Arrazi ficou encarregue de tal tarefa, tornando-se o Cronista oficial do califado. Ele manteve boas relações com as elites califais, nomeadamente com Aláqueme, futuro califa Aláqueme II, que também havia sido discípulo de Alcácime ibne Asbague.[3]
Amade Arrazi faleceu a 1 de Novembro de 955 (12 de Rajabe de 344, segundo o calendário islâmico), sucedendo-lhe seu filho, Issa Arrazi, que terá sido continuador ou até coautor, com seu pai, da famosa obra perdida Akhbar Muluk al-Andalus ("Notícias acerca dos Monarcas do Alandalus"), onde se terá descrito a geografia da península, mas também o domínio e a vinda de outros povos, antes de se relatar a conquista da península e sujeição pelos árabes. Nessa descrição terão usado fontes latinas como Orósio de Braga.[3]
Conhecem-se pelo menos mais três obras de Amade Arrazi: o Kitab al-isti ab ("Compreensão total"), um livro sobre genealogias de pessoas importantes; o Kitab a yan al-mawali bi-l-Andalus ("Eminentes maulas do alandalus"); e uma descrição de Córdova escrita no estilo da Ta’rīkh Baghdad, de Abu Alfade Amade ibne Abi Tair. No entanto, também estas não sobreviveram até os dias de hoje.[2]
Akhbar Muluk al-Andalus terá sido traduzida para português e fortemente citada em obras como a Crónica do Mouro Rasis e a Crónica Geral de Espanha de 1344, de onde é derivada grande parte do conhecimentos sobre as obras dos al-Razi. Os feitos de Amade Arrazi e de seu filho levaram ao surgimento, no século XIX, dos designados "estudos razianos”, as investigações à volta das figuras e obra dos Arrazi, com o objeto idílico de reconstituir a obra perdida.[3]
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