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Heresia do Século II Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Os adamitas eram os membros de uma seita cristã primitiva, considerada posteriormente como herética pela Igreja Católica, que floresceu no Norte da África entre os séculos II e IV e cujas teses foram posteriormente defendidas por outros grupos.
Esta seita, que data provavelmente do século II, acreditava em recobrar a inocência inicial de Adão. Diversos relatos existem sobre sua origem. Alguns acreditam que eles eram um ramo dos gnósticos carpocracianos, que professavam um misticismo de natureza sensual e uma completa emancipação da lei moral. Teodoreto[1] defendia esta visão e os agrupou junto com as seitas libertinas cujas práticas foram descritas por Clemente de Alexandria. Outros, pelo outro lado, os considerava como sendo ascetas mal-orientados que procuravam eliminar os desejos da carne com o retorno a uma vida mais simples e pela abolição do casamento.[carece de fontes]
Epifânio de Salamina e Santo Agostinho mencionam os adamitas pelo nome e descreveram suas práticas. Eles chamavam sua igreja de "Paraíso", alegando que seus membros teriam re-estabelecido a inocência original de Adão e Eva. Por conta diss, eles praticavam o "nudismo sagrado", rejeitavam o casamento como algo estranho ao Éden — algo que jamais existiria se não fosse pelo pecado, viviam na mais absoluta inexistência de leis — por acreditarem que quaisquer ações que praticassem não seriam nem boas e nem más — e se despiam completamente durante o culto coletivo.[carece de fontes]
Práticas similares a estas ressurgiram na Europa por diversas vezes durante sua história. Durante a Idade Média, as doutrinas desta obscura seita, que não já não existia mais havia muito tempo, foram revividas: no século XIII, na Holanda, pelos Irmãos do Livre Espírito e pelos taboritas na Boêmia. Numa forma mais grosseira, no século XIV, pelos begardos da Alemanha. O ponto comum em todos os casos foi a forte oposição da Igreja.[carece de fontes]
Os begardos se tornaram os picardos da Boêmia, que se apossaram de uma ilha no rio Nežárka e viveram comunalmente, praticamente a nudez social e religiosa, o amor livre e rejeitando tanto o casamento quanto a propriedade individual. Jan Žižka, o líder hussita, chegou perto de exterminar completamente a seita em 1421[2]. No ano seguinte, a seita já havia se espalhado por toda a Boêmia e Morávia, sendo especialmente detestada pelos hussitas (com quem compartilhavam o ódio à hierarquia) por que estes rejeitavam a transubstanciação, o clero organizado e a Eucaristia[3].
Um breve renascimento destas doutrinas ocorreu na Boêmia depois de 1781, principalmente depois do édito de tolerância emitido pelo imperador José II. O governo austríaco suprimiu o que restava dos "neo-adamitas" na Boêmia à força em 1849.[carece de fontes]
Na Idade Moderna, alguns dos "Dissidentes ingleses" praticavam a doutrina adamita. Uma seita inglesa é atestada entre c. 1641 e 1650, cuja origem provavelmente estava nos Irmãos do Livre Espírito, uma seita herética medieval que compartilhava muitas crenças com os adamitas, que eram vistos na época como o arquétipo do "rebelde". Thomas Edwards (1599–1647) usou o termo em sua obra monumental, Gangraene (1646).[carece de fontes]
O culto dos "Meninos de Deus" ("Children of God") ou "Família Internacional", fundado por David Berg em 1968, pode ser categorizado como adamitas: pedófilos e polígamos religiosos. Eles defendem uma teologia antinomianista na qual o "amor divino" é interpretado como permissividade sexual, sexo livre, amor livre e pornografia religiosa, pornografia infantil e prostituição ritual, supostamente como o baalismo do Antigo Testamento.[carece de fontes]
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